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Geomorfologia antropogênica

Por:   •  6/11/2018  •  1.539 Palavras (7 Páginas)  •  349 Visualizações

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Consequentemente, a quantidade total de terra movida anualmente por diferentes atividades humanas é, grosseiramente, estimada em cerca de 130 bilhões de toneladas (ca.130 bilion tons). Com base nisso, é postulado que os processos antropogênicos são os fatores predominantes na modificação da superfície da Terra.

(Rózca, p. 5)

Uma tabela que Rózca apresenta em seu artigo elaborada por Hooke (1994, 2000) e Half (2003), apresenta dados estatísticos quanto às taxas de atividades geomorfológicas antropogênicas e naturais. De acordo com esses dados, as atividades intencionais baseadas no Produto Nacional Bruto movem 30 bilhões de toneladas de terra por ano; as atividades intencionais baseadas no consumo de energia movem 35 bilhões, e as atividades não-intencionais, especialmente a agricultura, movem 99 bilhões de toneladas de terra por ano.

Fatores socioeconômicos da geomorfologia antropogênica

Segundo Rózca, as modificações humanas na superfície da Terra iniciaram tão logo a espécie humana surgiu; entretanto, não se pode dizer que a história do homem coincide com a geomorfologia antropogênica.

O impacto humano sobre o ambiente é basicamente influenciado por dois fatores: o primeiro é o nível de desenvolvimento técnico, e o segundo é o tamanho da população de uma determinada faixa etária.

Progresso técnico

Até o início do período Holoceno, que se deu há aproximadamente 12.000 anos, os humanos utilizavam instrumentos feitos de madeira, ossos e lascas de sílex para desenvolver suas atividades diárias, com ênfase na caça e na pesca. No entanto, com o início da produção de milho, ervilhas e lentilhas, e a domesticação de animais silvestres, veio a era que ficou conhecida como primeira revolução verde, fenômeno este que, de acordo com o autor, “foi o resultado do levantamento da zona climática no Pleistoceno, porque as áreas anteriormente da zona temperada se tornaram mais áridas (semiáridas, mediterrâneas, etc.).

Com o uso do arado, várias áreas puderam ser cultivadas com mais intensidade, e o uso da roda tornou possível o transporte de um grande volume de materiais a distâncias maiores.

Um novo capítulo na história dos impactos geomorfológicos antropogênicos foi iniciado com a fusão de minérios e com o processamento de metais.

Essa situação foi dramaticamente mudada pela Revolução Industrial, evento histórico que se iniciou na Inglaterra e posteriormente se difundiu por todo o mundo, marcado pela invenção das máquinas e a consequente substituição do trabalho humano pelo maquinário. O uso do carvão e da energia a vapor, a introdução de outras diversas inovações técnicas e a exploração de novas matérias primas, a indústria mecanizada substituiu uma economia que era até então predominantemente agrícola e artesanal.

A utilização de novos equipamentos de capital e a implementação de nova organização de trabalho, resultou em produtividades dramaticamente crescentes. O rápido progresso da mineração, do transporte e da agricultura também ocorreu.

(Rózsa, p. 7)

A Segunda Revolução Industrial, que começou na década de 1870, foi o próximo estágio do desenvolvimento industrial. A economia e a vida cotidiana foram novamente transformadas por uma onda de inovações tecnológicas, que dessa vez corresponderam, segundo Rózsa, ao “uso da corrente alternada e o uso generalizado da eletricidade”. A eficácia das máquinas foi potencializada pela invenção das máquinas a combustão e a demanda por petróleo cresceu muito, o que transformou radicalmente o transporte e abriu novos caminhos à indústria química.

A partir da segunda metade do século XX, os avanços da eletrônica e o uso da energia nuclear têm composto o fenômeno chamado Terceira Revolução Industrial.

O crescimento populacional

O crescimento populacional é fator que influencia decisivamente na força dos impactos humanos sobre o meio ambiente. Antes do Paleolítico Superior, que ocorreu de 35.000 a 30.000 a.C.), a população mundial era estimada em algumas centenas de milhares de pessoas e o crescimento populacional não ultrapassava 0,1% por ano. Portanto, o dobramento da população levou cerca de 8.000 a 9.000 anos.

Com as inovações tecnológicas que ocorreram desde a Revolução Industrial, em meados do século XX, a taxa de crescimento populacional aumentou quase dez vezes e a população excedeu 2,5 bilhões. Atualmente, cerca de 7 bilhões de pessoas vivem na Terra.

Durante dois séculos e meio a concentração da população tem mudado dramaticamente, também. A expansão da revolução industrial gerou um processo de explosão urbana que ainda continua. Inovações técnicas e um aumento da eficiência da produção agrícola, como mencionado acima, resultou num dramático crescimento da população. Em face do vasto excesso de trabalho na área rural, migração para a urbana em larga escala levaram à formação de assentamentos. Ao final do século XVIII apenas 3% da população do mundo era urbana (town-dwellers); 100 anos depois essa relação aumentou para 13,6%, em 1950 atingiu 28,2% e em 2007 a urbanização do mundo alcançou 50%.

(Rózsa, p.8-9)

Rózsa divide o crescimento populacional em dois estágios: o primeiro estágio vai até a revolução industrial, e é caracterizado por um lento e constante

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