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O Método Dialético

Por:   •  23/12/2018  •  2.035 Palavras (9 Páginas)  •  401 Visualizações

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Marx concebe essa ideia do movimento comunista e a ditadura do proletariado na sua obra O Manifesto Comunista, porém, não há um guia, ou uma receita para isso. Até os dias atuais não houve indícios de sistemas governamentais que seguissem a ideia de Marx em sua totalidade com sucesso, pelo contrário, ao invés de sínteses que seriam o resultado dessas revoluções, houve mais conflitos e menos aceitação por parte da sociedade como um todo – em todos os casos, a ditadura fora instituída como forma de governo. (FRANCISCO ANTONIO DE VASCONCELOS) (LIVRE PENSAMENTO) (SALATIEL, 2008)

Ao lado de Marx, Engels foi outro grande expoente da dialética materialista. Juntos elaboraram um conjunto de leis expostas em sua obra Dialética da Natureza. São essas leis fundamentais:

- Ação recíproca, unidade polar ou “tudo se relaciona”;

- Mudança dialética, negação da negação ou “tudo se transforma”;

- Passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa;

- Interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários.

A ação recíproca diz respeito à relação de todas as coisas, onde tudo, ou toda a realidade, sendo a natureza ou a sociedade, está relacionada por laços necessários e recíprocos. Nada existe isolado, único, destacado do demais, mas sim como um todo único e coerente. Tanto a natureza quanto a sociedade, onde tudo que há nelas se relaciona necessariamente. Ou seja, a base ideal do coletivismo. Para Engels, o mundo e a dialética se relacionam por não serem estáveis, estão sempre em movimento. Na dialética, “o fim de um processo é sempre o início de outro”. (LIVRE PENSAMENTO)

Engels diz que:

a dialética é a grande ideia fundamental segundo a qual o mundo não deve ser considerado como um complexo de coisas acabadas, mas como um complexo de processos em que as coisas, na aparência estável, do mesmo modo que os seus reflexos intelectuais no nosso cérebro, as ideias, passam por uma mudança ininterrupta de devir e decadência, em que, finalmente, apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos momentâneos, um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje. (POLITZER, 1979:214)

Um exemplo de Engels sobre a reciprocidade das coisas é onde ele enfoca a planta, que age na natureza respirando o oxigênio do ar e devolve para a natureza o gás carbônico e vapor d’água, interação que interfere tanto na planta como no ar. Também, realiza a fotossíntese, onde através da luz solar opera uma reação orgânica interna e coletiva, o que afeta o solo e seu desenvolvimento. (LIVRE PENSAMENTO)

Na mudança dialética temos a negação da negação, ou a transformação das coisas. Isto é, na dialética, a negação implica na transformação, no surgimento de uma nova tese, ou de uma nova ideia através da exposição de uma contradição a uma primeira tese (a antítese), nesse caso, a negação da negação é o que surge ao se opor a essa primeira negação, ou a antítese. Em suma, como elaborou Hegel, a síntese. Como na matemática, positivo (afirmação) e negativo (negação) são duas polaridades distintas, logo, quando se há o confronto de negações temos como resultado uma afirmação, o positivo. Essa é a característica central do movimento dialético, a sucessão de negações. (LIVRE PENSAMENTO)

Por exemplo, a relação do trigo com a terra:

- O grão de trigo é plantado e na terra ele desaparece voltando dias depois em forma de espiga; primeira negação – o grão desaparece e volta como planta:

- A planta cresce, reproduz e morre deixando mais sementes no chão; segunda negação – a planta produz novos grãos através da fotossíntese, mas também deixa resquícios (grãos remanescentes) quando morre – grãos que podem inclusive gerar novas espécies.

As fases se sucedem sob forças internas, as quais se denominam por “autodinamismo”. (LIVRE PENSAMENTO)

A passagem da quantidade para a qualidade é tão simples quanto o próprio nome. Trata-se da análise contínua de mudanças que em certo grau, passam a não alterar apenas a quantidade, mas sim a qualidade. Como a água, por exemplo, que ao atingir 100ºC passa do estado líquido para o gasoso; todavia, se atingir 0ºC passa do estado líquido para o sólido. Como exemplo na sociedade, um aluno que necessita de uma média de 60% para concluir seu semestre, caso termine com 59% estará reprovado, porém se atingisse 1% a mais estaria aprovado. (LIVRE PENSAMENTO)

Segundo as palavras de Stalin:

Em oposição à metafísica, a dialética considera o processo de desenvolvimento, não como um simples processo de crescimento, em que as mudanças quantitativas não chegam a se tomar mudanças qualitativas, mas como um desenvolvimento que passa, das mudanças quantitativas insignificantes e latentes, para as mudanças aparentes e radicais, as mudanças qualitativas. Por vezes, as mudanças qualitativas não são graduais, mas rápidas, súbitas, e se operam por saltos de um estado a outro; essas mudanças não são contingentes, mas necessárias; são o resultado da acumulação de mudanças quantitativas insensíveis e graduais. (POLITZER et al.,s.d.:58)

Já na interpenetração dos contrários temos que essa negação, o motor da dialética pode ser também interna, o que seria uma luta dos contrários, que geraria essas interdependências, mudanças, transformações quantitativas ou qualitativas na sociedade e na natureza. Podemos dizer que essa mudança interna é necessária, involuntária e natural, também é inovadora, pois vem de uma luta entre o novo e o velho, onde tudo se renova nessas mudanças. Portanto, o resultado torna-se uma unidade – o conflito do novo e do velho, resulta em um só absoluto, como por exemplo a noite e o dia, em um, a luz, noutro, a escuridão, juntos dividem a mesma parcela unitária de tempo, o dia. Tudo é um, tudo está em movimento, tudo se renova, é absoluto. (LIVRE PENSAMENTO)

2.5.1 – Platão

Platão, ou Aristócles (como acredita ser seu verdadeiro nome), nascido em Atenas, foi um grande filosofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga e fundador da Academia de Atenas, primeira instituição de educação superior ocidental. Discípulo de Sócrates e mentor de Aristóteles, ajudou a construir os pilares da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Era racionalista, realista, idealista e

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