Chula: História e a Dança
Por: Hugo.bassi • 5/3/2018 • 3.938 Palavras (16 Páginas) • 287 Visualizações
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Perda da individualidade cultural, crise no Império ultramarino, perseguição espanhola ao crescimento português e altos impostos são alguns dos problemas pelos quais os lusos culpavam a Espanha. Esse pensamento foi evidenciado na revolta de 1637, na qual o povo entrou em conflito com parte da nobreza, exigindo ações e medidas para a separação Ibérica. A revolta popular foi reprimida, mas deixou a sociedade em alerta e a nobreza preocupada em realizar a independência antes que o próprio povo a realizasse.
A revolta da Catalunha[2], em 1640, enfraqueceu militarmente os espanhóis em Portugal, sendo o momento propício para os lusos, liderados por parte da nobreza, investirem na Restauração. Em 1º de dezembro de 1640, Portugal proclamou sua independência e aclamou seu novo Rei, entrando num conflito com a Espanha que duraria até 1668. Nesse período de 28 anos, Portugal teve vários desafios, como consolidar sua independência perante a Espanha e recuperar suas colônias ultramarinas.
A França apoiou Portugal nos primeiros anos da Restauração, mas com o fim da Guerra dos Trinta Anos houve um abandono político francês, o que fez Portugal procurar outras alianças, sobretudo com a Inglaterra, em 1661. Por representarem uma potência militar, os britânicos foram fundamentais nos tratados de paz com a Holanda, em 1663, e com a Espanha, em 1668, ajudando Portugal a restabelecer parte do seu império ultramarino. Em troca, houve uma aliança matrimonial entre o Rei inglês, Carlos II, e a filha de D. João IV, Dª. Catarina , com o reino luso pagando um dote de 2 milhões de cruzados , além de transferir para a Inglaterra a posse de Tânger, no atual Marrocos, e Bombaim, na Índia, e conceder privilégios aos mercadores ingleses nas possessões ultramarinas portuguesas.
Restaurar e consolidar o Ultramar estiveram sempre nas intenções da nova dinastia lusa. Soldados, nas guerras, e embaixadores, nas negociações diplomáticas, usaram de vários meios para assegurar os territórios portugueses na África, Ásia e América. A luta se desenvolveu de formas diferentes nas várias regiões globais, mas um dos grandes méritos que se pode dar nas vitórias foi a participação dos colonos, que, com a ajuda de comerciantes, missionários e nativos, foram os grandes responsáveis pela Restauração no Ultramar.
Aspecto social
Durante Antigo Regime, a sociedade estava organizada em ordens, diferenciadas segundo o nascimento ou o prestígio da função que desempenhavam.Os grupos sociais formados designam-se estados ou ordens, e eram 3: Nobreza, Clero e Terceiro Estado (Povo).
Esta sociedade caracterizava-se por uma estratificação de tipo legal ou jurídico, que impôs aos indivíduos um conjunto de valores e comportamentos geralmente definidos para toda a vida. Assim:
>A posição social de cada indivíduo dependia do seu nascimento ou do prestígio da função que desempenha;
>Estabelecia privilégios e deveres a cada ordem, atribuindo leis e penas próprias;
>Determinava códigos de atuação pública de cada ordem;
>Definia formas de tratamento, as honras, as dignidades, as condecorações e as pensões a que cada uma tinha direito.
>A mobilidade social é muito rara. Apenas mais tarde e em virtude das transformações econômicas e culturais verificadas, os regimes europeus passaram a permitir a ascensão do nível social de cada indivíduo – compra de títulos nobres. Esta situação tornou as ordens cada vez mais heterogêneas.
Aspecto Cultural
Durante o século XVII manifestava-se na Europa o movimento barroco, resposta da igreja à reforma protestante e à racionalidade do renascimento. Por meio da arte barroca, a nobreza e a igreja procuravam mostrar seu poder, portanto a arte e a arquitetura eram bem opulentas e faziam muito o uso do ouro.Algumas características da arte barroca eram a teatralidade e espiralização do movimento (tanto nas pinturas como nas esculturas), jogo de claro e escuro, feições menos serenas, formas mais circulares, excesso de dourado, entre outras. Os principais artistas do barroco eram Michelangelo de Caravaggio (italiano) e Rembrandt (holandês). Do barroco ibérico temos Diego Velasquéz (espanhol), André Reinoso e Baltazar Gomes Figueira (portugueses). Na música barroca, tem-se o destaque para o surgimento da ópera e seu desenvolvimento, cujos principais responsáveis foram Claudio Monteverdi, Antonio Vivaldi, Jean-Baptiste Lully, e em Portugal, Antônio José da Silva (o Judeu, que compôs também no Brasil) e João Rodrigues Esteves.
Introdução ao Brasil
O Brasil, recém-libertado de Portugal, apresenta um cenário opressor para a maior parte da sua população, ainda mantida sob o jugo da escravidão. As pressões econômicas e políticas inglesas levaram à criação de leis que amenizaram a situação, como a do Ventre Livre e a dos Sexagenários, o que fortaleceu, entre outros fatores, a organização do movimento abolicionista e republicano, responsável pelo fim da servidão e pela Proclamação da República.
Aspectos econômicos
Na virada do século, o polo econômico baseado no ouro das Minas Gerais entraria em inexorável decadência, deixando a América Portuguesa dependente de uma prosperidade precária, baseada nas condições de anormalidade do mercado mundial de produtos tropicais (extrativismo no Pará, algodão e arroz no Maranhão e cana-de-açúcar no restante do nordeste).
Quando o Brasil se tornou independente de Portugal, não tinha condições de ser um país industrializado, dependia apenas das exportações, e do setor agrícola.O país começou a enfrentar uma grave crise econômica, os produtos agrícolas tiveram seus preços reduzidos, e consequentemente foram reduzidas as exportações.
O açúcar estava sofrendo algumas limitações, até mesmo o algodão estava tendo suas exportações reduzidas para a Inglaterra. A crise do setor agrícola foi a principal causa da situação econômico-financeira do Brasil. Durante muito tempo a crise financeira permaneceu no Brasil, até praticamente 1850. Foram dois fatores que resultaram esta crise: o impedimento das exportações agrícolas e o fortalecimento da dependência financeira relacionada à Inglaterra.
A situação começaria a mudar gradualmente na metade do século, quando o sistema de tratados desiguais assinados por D. João VI e D. Pedro I, onde as potências
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