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CONECTIVIDADES MÚLTIPLAS E NOVAS TEMPORALIDADES

Por:   •  25/9/2017  •  2.752 Palavras (12 Páginas)  •  446 Visualizações

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“Longe de uma metodologia de escuta sem crítica (e demagógica), trata-se de compreender os fenômenos de maneira complexa, atentando para juventudes que tanto reproduzem práticas sociais quanto criam possibilidades de agenciamento.” Pag. 399

C – “Fala-se, cada vez mais, em protagonismo jovem. Confere-se, nos últimos anos, acentuado destaque à participação efetiva dos jovens nas instituições e nos movimentos sociais, na escola, na família, nas próprias mídias, no trabalho.”

Se faz necessário como sujeitos ativos e não como simples sorvedouros ideológicos. Destacando ainda o uso do termo “protagonismo juvenil” em diversos campos de pesquisa, em especial a partir da década de 1990, seja a nível governamental ou não.

“com diferentes interpretações, mas com uma ênfase: protagonismo passa a ser, para muitos, sinônimo de participação, autonomia, cidadania e responsabilidade social”

“Uma das inúmeras problematizações desse tema diz respeito a um olhar voltado exclusivamente para o entendimento do jovem como um “pré-projeto” de futuro, como alguém que seria levado em consideração somente a partir de um “vir a ser”;” Pag 399

Quando a ideia deveria ser potencializar o que já é produzido em diversas áreas, dando a devida importância ao simbolismo , de características que demonstram e afirmam o que é ser jovem na sociedade atual.

O texto chama a atenção para o uso da ideia de “protagonismo jovem” por diverso tipos de instituições e com interpretações diferentes.

“Assim, “protagonismo jovem” pode estar se tornando quase uma expressão mágica, de salvação, muitas vezes associada a populações mais pobres, foco de atenção de políticas públicas ou ONGs, por exemplo; ou, por outro lado, pode ficar liga- da a certo tipo de ativismo ou de empreendedorismo jovem, sem levar em conta facetas importantes da vida desses grupos, como as referidas à arte, a ações comunitárias importantes, a diferentes formas de sociabilidade; ainda, o termo também vem associado a uma ideia de vanguarda e de liderança, esquecendo-se com isso uma proposta maior, de alguém que efetivamente pode vir a tornar-se sujeito principal de suas ações, como o próprio termo protagonismo o designa.” Pag 399 - 400

Jovem como ator que é colocado diante do publico como um vencedor de adversidades, sendo colocado distante do que seria a autonomia ideal deste grupo.

D -

“Passa-se a pensar os jovens numa época muito específica, do mundo interconectado: fala-se em jovens no front da globalização. Assim, inúmeros estudos apontam para diferenciadas relações e envolvimentos dos jovens com as mudanças econômicas, sociais e tecnológicas próprias desta era.” Pag. 400

Neste trecho chama – se a atenção para como ao mesmo tempo que os problemas da globalização, tais como individualismo, consumismo, praticas de segregação e pressão dos tempos e dos espaços se mostram como nocivas, também a acabam por proporcionar formas de enfrentamento e novas maneiras de se relacionar. Ainda apontando para os jovens do sec. XXI como sendo mais educados e sofisticados do que as gerações anteriores.

Temporalidades juvenis

Alguns autores tem se preocupado com estudos dos jovens para além de comparações e com foco na realidade em que vivem.

“A pesquisadora Carmen Leccardi (2005; 2006), o sociólogo Carles Feixa (2003; 2006b), o pesquisador Néstor García Canclini (1995, 2004) e o psicanalista Joel Birman (2005) são alguns dos autores, entre tantos, preocupados em investigar as relações entre mudanças sociais e temporalidade para jovens do século XXI. Para eles, os jovens precisam ser estudados e entendidos a partir do mundo em que vivem, e não apenas comparados a grupos que viveram em outras décadas ou a certos modelos ou padrões de comportamento tornados hegemônicos.” Pag. 401

O texto ainda destaca que para o autor Joel Birman devido a alterações nas transformações da infância e da vida adulta, o jovem do sec. XXI teria uma temporalidade especifica. “Tal temporalidade leva em conta não apenas os registros biológicos e psíquicos, mas igualmente os registros históricos, sociológicos e institucionais.”

O jovem agora deixado “de lado” não teria mais tempo para os costumes infantis, como jogar e brincar, arcando com reponsabilidades particulares.

“Se quisermos entender a juventude contemporânea, conforme nos diz Carmen Leccardi, torna-se imprescindível, em primeiro lugar, reformular o conceito de “tempo presente”. Regidos cotidianamente por incertezas e mudanças constantes, os jovens são submetidos a uma exigência de alta performance, de um amplo dinamismo; defrontam-se eles com uma ordem de imediatismo, diante de um futuro indeterminado e indeterminável. Para tanto, seria necessário, segundo a autora, possibilitar a inclusão de futuro e passado em um “presente estendido”, um novo espaço:” pag. 402

Ainda segundo este autor as incertezas seriam fruto desta relação com a juventude, sendo ela o alvo tanto das crianças, que querem atingir a adolescência quanto dos adultos, a idade adulta não seria mais tão sedutora, colocando assim a juventude com algo a se almejar.

P.s Busca incessante pela juventude perdida.

Ao apresentar a metáfora dos 3 relógios elaborada por Carles Feixa, busca –se ampliar a discussão e fazer –s e compreender a relações intergeracionais.

“Inicialmente, o autor propõe pensarmos sobre o relógio de areia, da era Pré-Industrial, usado por sociedades que se costuma classificar como primitivas e tribais. Por apresentar uma concepção “natural” ou cíclica do tempo, serve como metáfora da demarcação dos ritos de passagem (da juventude para a vida adulta) como “naturais”, ou seja, como regidos pelos ciclos da natureza. A pouca precisão na marcação do tempo contrasta com a delimitada marcação das fases: somos adultos ou não, a partir da passagem pelo funil estreito que separa a areia acima do relógio para aquela parte que se encontra abaixo.” Pag. 403

Ou seja, tempos atrás, a demarcação do tempo de juventude e da vida adulta, eram bem claros na medida em que rituais e princípios culturas demonstravam até que ponto o individuo deveria agir de acordo com sua colocação geracional.

“Já o relógio mecânico ou analógico, típico da era Industrial, elaborado com intricadas engrenagens,

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