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A grande Transformação

Por:   •  9/8/2017  •  2.941 Palavras (12 Páginas)  •  415 Visualizações

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Na verdade, sob o sistema mercantil, eles se tornara a preocupação principal dos governos. Entretanto, não havia (ainda sinal de que os mercados passariam a controlar a sociedade humana. Pelo contrário. Os regulamentos e os regimentos eram mais severos do que nunca; estava ausente a própria idéia de um mercado autoregulável.” (p.75). No Capítulo 5 “Evolução e Padrão de mercado” o autor começa por definir alguns conceitos elementares para o estudo do mercado: “A permuta, a barganha e a troca constituem um princípio de comportamento econômico que depende do padrão de mercado para sua efetivação. Um mercado é um local de encontro para a finalidade da permuta ou da compra e venda.” (p.76). O padrão de mercado associado ao motivo de barganha ou troca é capaz de produzir uma instituição própria, uma disciplina ou, de fato, um mercado. Por sua vez, o mercado é a ferramenta crucial de organização para qualquer meio social, trabalha, em seu sentido mais profundo, como um regente nas relações sociais. Os mercados são instituições tão amplas que perpassam as fronteiras e ditam as regras dentro e fora de um determinado contexto regional, sendo o comercio local, uma representação econômica de baixo impacto. Por outro lado, o autor conclui que embora as comunidades humanas nunca tenham deixado de lado, inteiramente, o comércio exterior, esse comércio nem sempre envolvia mercados, necessariamente.” (p.80). O autor ainda define que o mercado externo é algo totalmente diferente, funcionalmente, dos mercados locais e internos, trata-se de transações comerciais, o que vai muito além da reposição de mercadorias em uma região. Segundo Polanyi a existência de relações locais de permuta não necessariamente evoluem na formação de mercados internos ou internacionais, pelo contrario, o estabelecimento de mercadoexige outros princípios de comportamento econômico, negando assim, um aspecto evolucionista do mercado e da economia. No caso da revolução industrial, os burgueses não tiveram a preocupação de levar o com´rcio ao campo gerando uma nacionalização do mercado. Assim, o texto nos indica que o sistema econômico era controlado e regulado por autoridades sociais. “Um economia de mercado é um sistema econômico controlado, regulado e dirigido apenas por mercados” (p. 89). Segundo o texto, em uma economia deste tipo, os indivíduos atual, sempre, com o intuito de maximizar seus lucros da mesma forma que a presença do dinheiro fornece aos seus possuidores a capacidade de compra, neste sentido, os lucros dos que dirigem a produção depende dos preços dos produtos, assim, a organização da produção e distribuição de bens é assegurada pelos preços, todos os rendimentos (lucro) depende, exclusivamente, da venda dos produtos. Um ponto crucial para a compreensão deste ponto é observar que há mercados, não apenas para produtos, mas tambem, para trabalho, terra dinheiro e serviços, o que vai ditar os preços das moradias, dos salários, dos alugueis e dos juros. Neste sentido, a transição de um mercado controlado (sociedade feudal) para um mercado auto-regulável representou um transformação completa na estrutura social. Onde a organização mercantil do trabalho da terra e do dinheiro fundaram as bases do sistema econômico. Nos trmos do autor: “Trabalho é uma atividade humana que acompanha a própria vida que, por sua vez, não é produzida para venda (...) e essa atividade não pode ser destacada do resto da vida, não pode ser armazenada ou mobilizada. Terra se refere à natureza, que não é produzida pelo homem. E o dinheiro é apenas um símbolo do poder de compra e, como regra, ele não é produzido mas adquire vida através do mecanismo dos bancos e das finanças estatais. Nenhum deles é produzido para a venda. A descrição do trabalho, da terra e do dinheiro como mercadorias é inteiramente fictícia.” (p. 94). Segundo a visão do autor, a impossibilidade de se criar um mercado de trabalho na Inglaterra, imposta pela Lei Speenhamland (tendo sido o mercado de trabalho inglês o último mercado a ser criado nesta nova ordem social) resultou em beneficio econômicos para todas as partes envolvidas. As vantagens promovidas pelo mercado livre não eram fortes o bastante para contrabalancear com a precariedade social que este causava, por isso foram introduzindo regulamentações estratégicas com o intuito de proteger o trabalho. O sistema de abonos assegurava ao pobre uma renda mínima independente dos seus ganhos. Esta lei atrapalhava a formação de um mercado competitivo e foi abolida em 1834. Além disso, atrapalhava o sistema de salários, pois questionava-se que ninguém iria trabalhar por um salário se pudesse subsistir sem o trabalho. O autor é irônico ao afirmar que alegavam que este abono era prejudicial até mesmo para os que o recebiam e em seguida que: “Se durante a vigência da Speenharnland (sistema de abonos) cuidava-se do povo como de animais não muito preciosos, agora esperava-se que ele se cuidasse sozinho, com todas as desvantagens contra ele.” (p.105). A partir da extinção de tal lei, pode –se considerar, segundo o texto, que eclodiu na Inglaterra um capitalismo industrial. Foi também a partir deste ponto, entre contradições eambiguidades (entre controle e auto-regulação) que os conceitos de liberalismo econômicos e classes começaram a ganhar forma. O sistema de abonos, ao mesmo tempo em que foi encarado como uma gambiarra foi de suma importância para aquele momento transitório. Já, em meio à revolução industrial mais severa, quando o conjunto do comercio aumentava as vagas para empregos a divisão terriotorial do trabalho desarticulava as ocupações tanto nas aldeias quanto nos centros urbanos, segundo o texto, tanto os cercamentos quanto os arrendamentos de terras acentuavam uma condição perturbadora. Por exemplo, os salários do campo eram mais elevados do que os fazendeiros podiam pagar, ou seja, a agricultura não podia competir com os salários das cidades. Segundo o texto, a lei dos abonos era de um humanitarismo ambíguo, isto por que ao mesmo tempo em que os pobres recebiam o dinheiro, os burgueses eram recompensados com recursos dos impostos, assim, os salários permaneciam baixos e os pobres não conseguiam ingressar no moinho econômico. O autor inicia o nono capítulo “Pauperismo e utopia”, enfatizando a pobreza como

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