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Resenha do filme "A garota dinamarquesa"

Por:   •  21/3/2018  •  1.093 Palavras (5 Páginas)  •  309 Visualizações

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Nota-se que a demanda em relação à cirurgia se constitui basicamente pelo desejo de readequação do corpo sexuado ao gênero. Porém, se inicialmente esta demanda se insere num desejo de adaptação à norma heterossexual (fortemente influenciada pelos profissionais médicos), o acompanhamento cotidiano da diversidade das trajetórias sexuais e subjetivas nos permitiram perceber que não necessariamente “todas” as transexuais desejam a extirpação do pênis e a construção do canal vaginal para a realização do sexo genital “convencional”, isto é, entre pênis e vagina. Várias já estabelecem uma relação sexual e afetiva satisfatória, sendo a cirurgia apenas um entre outros atributos para a busca da sintonia com a identidade de gênero. Neste sentido, para algumas pessoas “a cirurgia é imprescindível”, outras “podem esperar” e ainda outras “podem desistir” da cirurgia sem “deixarem de ser transexuais”. Assim, é importante estabelecermos um tempo para o esclarecimento sobre esta demanda de realização da cirurgia e as suas consequências. (ARAN. M.; ZAIDHAFT, S.; MURTA, D, 2008)

Todos os pacientes relatam uma condição de intenso sofrimento psíquico, que aparece sob a forma de tentativas de suicídio, depressão, transtornos alimentares e angústia das mais diversas formas o que é provocado não apenas pelo conflito de não pertencimento ao sexo biológico como também pelas inúmeras consequências sociais intrínsecas a esta condição. (ARAN. M.; ZAIDHAFT, S.; MURTA, D, 2008)

Conclui-se que na época da história do filme, a sociedade era mais rígida e pragmática que atualmente. Não existiam discussões abertas sobre o tema, apenas pesquisas de cunho biológico, não havendo espaço para falar sobre identidade de gênero.

Com o advento dos estudos e debates, a cultura social que se tem atualmente sobre sexualidade mudou parcialmente sobre o modo como se lida com o assunto. Porém, apesar da mudança, ainda há muito preconceito, inclusive camuflado, falta de orientação, muita resistência, transfobia e muitas dúvidas da sociedade em relação a temática. Cabe, portanto, às gerações futuras acabar com estes preconceitos e instituir uma nova mentalidade, mais aberta e compreensiva, através de reflexões sobre a população LGBT que não ofereça uma opressão psicológica a essas pessoas que se pretendem afirmar perante uma sociedade que se quer mais justa e acolhedora.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAN. M.; ZAIDHAFT, S.; MURTA, D. Transexualidade: corpo, subjetividade e saúde coletiva. Psicologia & Sociedade. vol. 20. n.1. Porto Alegre, 2008. Disponível em:. Acesso em: 20 de março de 2016.

Bento, B. A reinvenção do corpo. Sexualidade e gênero na experiência transexual. Rio de Janeiro: Garamond, 2006.

Foucault, M. . História da sexualidade I. A vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1993.

LOYOLA, M. A. Sexualidade e medicina: a revolução do século XX. Cadernos de Saúde Pública. vol. 2. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000400002>. Acesso em: 20 de março 2016.

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