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A Arquitetura Moderna

Por:   •  15/2/2018  •  3.342 Palavras (14 Páginas)  •  407 Visualizações

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A começar pela Bauhaus, que foi de grande importância para este período – século XX – se não a de maior importância, e que influenciou e continua influenciando a arte e arquitetura até os dias de hoje. Em 1915, o arquiteto-designer Belga Henry van de Velde procurou o arquiteto alemão Walter Gropius para que o mesmo o sucedesse, sem imaginar as consequências extraordinárias que este evento e a nova escola que Gropius fundaria teria. Assim nasce a Bauhaus, nomeada através da junção das palavras bauen (construir) e Haus (casa) e expressando o idealismo da visão de seu criador. Este termo era basicamente uma metáfora para a teoria do GESAMTKUNSTWER – “ a obra total “ –, em que Gropius acreditava.

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Fundada em 1919 na cidade de Weimar na Alemanha, integrando a Academia de Belas Artes de Weimar e a Escola de Artes Aplicadas de Weimar e que apesar de ter possuído uma breve história com relação ao seu funcionamento – 14 anos – e de ter possuído aproximadamente apenas 1.250 alunos e de sua pequena – porém significante – contribuição para o repertório de artefatos materiais do século, sua fama e sua repercussão ainda é de grande fascínio para as gerações que a sucedem. Foi uma utopia que combinava a arquitetura, escultura e pintura em uma única expressão criativa e tinha um conceito radical de reimaginar o mundo material para refletir a unidade de todas as artes, Gropius desenvolveu um currículo baseado em ofícios que tornariam os artistas e designers capazes de criar objetos belos, funcionais e úteis, apropriados para esse novo sistema de vida, dentro do conceito da Bauhaus o artista não era diferente do bom artesão e é a partir desse pensamento que surge um artista até antes desconhecido, o desenhista industrial.

Suas realizações com base na prática e não apenas teoria da educação foram extraordinárias, estabelecendo novos padrões da moderna pedagogia do design. Podemos dizer em suma que, a história da Bauhaus é a história do surgimento do design moderno e das relações – não muito afetivas – entre a arte e a tecnologia das máquinas, assim fazendo parte e influenciando em grande escala a arquitetura moderna.

A Bauhaus tinha o design como um elemento de estímulo radical no contexto de uma nação moral e economicamente derrotada pela primeira guerra mundial. O design, afirmava Gropius, poderia estruturar uma nova sociedade alemã, melhor que a anterior, mais coesa e democrática.

A principal preocupação de Gropius era colocar a arquitetura como o centro dos debates sobre design, depois mudar o status das hierarquias tradicionais, elevando as artes e ofícios ao nível das belas-artes, enquanto sua outra preocupação e o último objetivo, retomava as doutrinas alemãs, uma organização fundada em Munique, em 1907, Gropius escreveu que, “ O objetivo último de toda atividade criativa é a construção”.

Embora, de início a arquitetura não tenha sido ensinada na Bauhaus, caracterizou o currículo da escola, que procurava na prática, essa reintegração de artes e ofícios dentro de uma perspectiva medieval única, educando designers, artistas e artesãos, que vinham de uma social e educacional bastante diversa, numa variedade de técnicas convergentes, estudando materiais, cores, teoria, etc.

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"A Bauhaus deseja servir a atual necessidade de construção habitacional, desde o projeto aos utensílios decorativos. Convencida do fato de que uma casa e os seus utensílios devem estar numa correlação sensível entre si, a Bauhaus tenta encontrar a forma mais indicada para cada objeto de acordo com as suas funções e com experiências contínuas na teoria e na prática, de modo a que cada prato, cadeira ou casa pudessem ser produzidos de modo a funcionarem bem”. (Walter Gropius).

Durante o período de turbulência Segunda Guerra Mundial, várias das figuras chaves que compunham a Bauhaus, foram obrigadas a emigrar para os Estados Unidos, devido a ordem de fechamento da escola a mando de Hitler, onde seus trabalhos e filosofias de ensino influenciaram gerações de jovens arquitetos e designers.

Gropius e Meyer – colaborou com Gropius em alguns projetos – acabaram por criar o paradigma inicial da arquitetura moderna funcionalista no pré-guerra (1910-1911), com o projeto da fábrica Fagus, de vidro e aço, em Alfeld-na-der-Leine, lá muitas características do international style – também componente da arquitetura modernista – haviam sido desenvolvidas.

A Fábrica está localizada em um lugar isolado, cercado por colinas e bosques e o que contribui para seu diferencial é que, ao contrário da monumentalidade de Behrens e Poelzing, com exceção da chaminé todos os elementos construtivos, as partes que desempenham funções diferentes estão colocadas num mesmo plano, isto é, nenhuma parte sobressai sobre as outra, também nota-se algumas inovações trazidas por Gropius e Meyer, como o telhado plano, as esquinas sem suporte, a forma com que o vidro integra-se com o interior e o exterior e a tubulação aparente que organiza o espaço de maneira vertical e horizontal.

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Fachada Principal da Fábrica de Vidros e Aço, Fagus.

A fábrica já prenuncia parte dos elementos que vão caracterizar sua futura obra: estrutura independente, fechamentos em vidro e volumetria pura. A disposição dos elementos externos articula-se entre o pátio e as duas garagens que se ligam à sala das máquinas.

“Na fachada envidraçada, os pilares pouco espaçados da parte inferior escondem uma estreita alternância entre cheio e vazio: um cheio e um vazio que pertencem comprimidos, extraídos ou escavados à força de entalhe no cerne da compacta alvenaria. No alto, as massas quadradas dos corpos sobrelevados, aliviadas pelos tetos suspensos e salientes, expandem-se livres no espaço aberto.” (ARGAN, Giulio Carlo, 1909-1992. Walter Gropius e a Bauhaus/ Giulio Carlo Argan; tradução de Joana Angélica d’Avila Melo; profácio de Bruno Contardi.- Rio de Janeiro: José Olympico, 2005 .97)

Pode-se perceber que para os escritórios, apresenta-se uma fachada que remete à arquitetura de Frank Loyd Wright, arquiteto organicista e também de suma importância para o contexto no qual estamos trabalhando, e que usava o vidro para “se tornar água, luz, ar, elementos primitivos”. Já para Gropius, o vidro usado na fachada lateral era como um plano translúcido, do qual observa-se do exterior elementos internos, trazendo leveza, luz e homogeneidade ao edifício.

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