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A Alegoria do Patrimônio - Choay

Por:   •  5/5/2018  •  1.129 Palavras (5 Páginas)  •  601 Visualizações

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do que ainda resta das cidades antigas e as toma como aprendizado e inspiração para o novo, sempre o adequando com a realidade do seu tempo.

Já no papel museal a figura da cidade é dada como objeto de raridade que deve ser conservado, investigado e contemplado como um museu ao ar livre, longe da vida cotidiana e do desenvolvimento que está acontecendo ao seu redor. É como isolar a cidade que está em ameaça de desaparecimento para servir de estudo histórico sem que existam transformações e evolução. Choay ressalta que a palavra museal não deve ser confundida com uma cidade que abriga obras de arte e sim a própria cidade como obra de arte. Para Sitte, as cidades museais tornam-se unidades com características singulares que independem de seus componentes e monumentos históricos. Elas se mantêm congeladas na sua própria história, tornando-se históricas e perdendo sua historicidade. “A cidade antiga, como figura museal, ameaçada de desaparecimento, é concebida como um objeto raro, frágil, precioso para a arte e para a história e que, como as obras conservadas nos museus, deve ser colocada fora do circuito da vida. Tornando-se histórica, ela perde sua historicidade. ” (CHOAY, pág. 191)

A figura historial, segundo Choay, trata-se das duas concepções anteriores resumidas e superadas. Essa figura é representada no início do século XX, na obra de Gustavo Giovannonni, discípulo de Camillo Boito. Com uma visão mais profunda do urbanismo e do planejamento urbano, busca conciliar o valor de uso e museal dos antigos conjuntos urbanos, integrando-os a uma concepção geral da organização do território. É o primeiro a usar o termo “patrimônio urbano”, adquirindo mais do que um sentido de um objeto autônomo de uma disciplina, mas sim um elemento integrante dos princípios da urbanização. Acredita na conciliação entre historicidade e a malha histórica da cidade, permitindo que esta se desenvolva e se transforme, mas não perca seu valor histórico, considerando seu tecido existente.

Choay compara estes princípios com os de Le Corbusier que pregava uma visão mais esquemática, adotando um modelo de cidade que ignora o traçado existente, partindo da tábula rasa. Já a posição de Giovannonni não se opõe à intervenção, desde que se mantenha o espírito do lugar, sua escala e sua morfologia. A cidade permanece em sua constante transformação, mas não exclui sua história e mantém a identidade de sua população.

“A teoria de Giovannonni antecipa, de forma simultaneamente mais simples e mais complexa, as diversas políticas das “áreas protegidas” que foram desenvolvidas e aplicadas na Europa a partir de 1960. Contém, igualmente, em germe, seus paradoxos e dificuldades. ” (CHOAY, pág. 203)

Fonte: CHOAY, Françoise. A Alegoria do Patrimônio. Estação Liberdade - Editora Unesp, 3ª Edição. Cap. V- A Invenção do Pat

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