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A AVALIAÇÃO DE ASSIMILAÇÃO DE CONTEÚDOS

Por:   •  23/12/2018  •  1.517 Palavras (7 Páginas)  •  413 Visualizações

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Questão 03

O Ecletismo chegou ao Brasil no final do século XIX, e veio carregado de ideias modernizadoras – essas em dois sentidos principalmente: no sentido de se fazer esquecer-se do passado colonial e imperial brasileiro (o Brasil havia recém se tornado independente), e no sentido sanitarista/higienista, dada as novas descobertas da ciência que vinham ocorrendo sobre salubridade na época. Desta forma, vê-se isso refletido na arquitetura em diversos aspectos: a água das casas. No período colonial o caimento da água das casas era no sentido da rua (pois era onde o esgoto corria a céu aberto), já nas casas construídas no ecletismo, os sentidos dos caimentos das águas passaram a ser para as laterais da casa, permitindo assim liberar a fachada frontal da vista do telhado (o que se acreditava que daria um caráter mais moderno a residência), aproveitando melhor os maiores lotes advindos da época (se comparados em relação de tamanho com os lotes antigos), criando varadas e jardins laterais (aqui, apesar de certo “conservadorismo” que se vê no ecletismo, já se vê um inicio de intenção de mistura interior x exterior, quando se trazem jardins para dentro do lote, com beirais que se prolongam sobre os mesmos, através de varandas que circundam boa parte da casa), impedindo que o vizinho faça uma casa geminada com a sua (pois casas geminadas tinham pouca ventilação, e, portanto eram mais insalubres) e, por fim, transferindo o acesso da casa para lateral, não sendo mais direto e abrupto para a rua. Mas isso apenas quando era possível demolir as casas coloniais: há de se ter em mente de que não se podia demolir todas as construções que remetessem a um período “não modernizado”, desta forma escondiam os telhados das casas com água no sentido para rua com platibandas (platibandas essas sempre muito decorosas e com adornos, assim como toda decoração da época: imbuída de um fetiche pela decoração industrial). Isso tudo, além das mudanças de salubridade por insolação e ventilação, visava produzir, ou tendeu a produzir, uma alteração na imagem geral da cidade de acordo com a cultura e urbanismo que se desejava importar na época: o urbanismo e paisagismo francês. E assim se fizeram diversas praças de traçado parisiense em pleno Rio de Janeiro. E as mudanças do ecletismo no urbanismo da época não paravam por ai; continuando exemplificando na cidade do Rio de Janeiro: o então prefeito da cidade do Rio, Pereira Passos, determinou várias reformas de cunho sanitárias (abertura de grandes vias, de sistema de escoamento de águas, calçamento de ruas, etc.) na área central da cidade, o que acabou, com a demolição de várias residências em detrimento dessas reformas, afastando para a periferia (morros próximos do centro) quem não tinha condição de reconstituir uma vida no Centro, criando as primeiras favelas da cidade.

Questão 04

É recorrente na história das estéticas ver-se retomadas e releituras de estilos anteriores, talvez isso ocorra pelo fato de a história fluir em evoluções gradativas, em que o que vem a frente sempre tem alguma relação com o que estava atrás – mesmo que essa relação seja de negação, talvez seja pela dificuldade e medo dos artistas da vanguarda em desistirem de um estilo já consolidado e assimilado pela população. Fato é: hoje sofremos uma retomada/releitura de questões conceituais da escola paulista, popularmente conhecida como “brutalista”. Vemos essa retomada na popularização do “estilo industrial”, ou da “pobreza” que se passa por “ambiente despojado”: tubulações e fiações a mostra, “materiais crus” de forma expressiva na arquitetura, “rusticidade”, etc. Em contrapartida a essa “estética da pobreza”, vê que ao transformar tal estética em estilo, fere a si mesma, pois gourmetiza-se e deixa de ser “da pobreza” (não que em algum momento tenha sido verdadeiramente “da pobreza”) e passa a ser, exponencialmente, “da falsa pobreza”. Além disso, por questões praticas, comete-se a absurda contradição do emprego de pisos e azulejos que imitem materiais crus.

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