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APS 9 Semestre Engenharia Civil

Por:   •  16/12/2018  •  2.526 Palavras (11 Páginas)  •  353 Visualizações

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De acordo com a Siurb, o prazo se estendeu principalmente em função de atrasos nas desapropriações, como a do terreno na cabeceira oeste do viaduto. Já para o advogado Eugênio Guadagnoli, que há alguns anos integrou um fórum de discussões sobre o complexo viário, houve falha. "Atrasar uma obra porque não se planejou logo a desapropriação indica falta de um planejamento efetivo."Outra queixa se refere ao nome escolhido para o viaduto. Segundo Guadagnoli, parte dos moradores gostaria que o viaduto fosse batizado como Braz Jaime Romano, um jornalista do bairro --a proposta chegou a virar projeto de lei na Câmara Municipal, juntamente com outros três nomes, incluindo o de Jacques De Molay, templário do século 13. No fim, optou-se pelo nome do ex-bispo auxiliar da capital, D. Luciano Mendes de Almeida, arcebispo de Mariana (1930-2006), e que também foi auxiliar de d. Paulo Evaristo Arns na zona leste de São Paulo.

Métodos de execução

Segundo Antonio Fernando C. Sampaio, engenheiro da Siurb, o método foi escolhido por interferir pouco no fluxo da Avenida Salim Farah Maluf durante a obra. "Um pilar central permite a execução das lajes sem que se faça uma intervenção muito grande no movimento da avenida", explica. A prefeitura chegou a estudar a utilização de outros três sistemas convencionais: vigas pré-moldadas, caixão cimbrado e balanço sucessivo. A primeira solução, de acordo com o engenheiro da Siurb, era a mais econômica e possibilitava um cronograma reduzido. No entanto, as vigas pré-moldadas não venciam o vão pré-definido, que era de 61 m. "Não havia condição de colocar um pilar no meio da Avenida Salim Farah Maluf para adotar as vigas pré-moldadas, porque a gente também não podia reduzir as faixas, então o sistema acabou sendo descartado", conta Sampaio. Já o segundo sistema, caixão cimbrado, vencia o vão pré-definido, mas demandava a execução do cimbramento sobre a Salim Farah Maluf, o que também não era possível, pois influenciaria na altura do gabarito (distância entre o solo e a superfície inferior da laje) e não permitiria a passagem de veículos altos, como caminhões e ônibus.[pic 7]

Corte do Viaduto Padre Adelino (fig. 1)

A terceira solução estudada pela Siurb foi o balanço sucessivo, que vencia o vão pré-definido e não necessitava de cimbramento. O problema, no entanto, é que o sistema não possibilitava a elevação do greide (altura da pista) necessária, já que a altura do caixão era de 6 m. "Assim, não poderia ter passagem de veículos durante a fase da obra ou então teríamos que fazer a ponte bem mais alta, mas todo o viário da região teria que ser elevado, o que é inviável economicamente", analisa Sampaio. Por isso, a Prefeitura de São Paulo determinou a utilização da solução estaiada no viaduto, com dois vãos de 61 m, totalizando 122 m de comprimento.

Estaiamento com selas

Para o estaiamento do viaduto, foi utilizada a tecnologia conhecida como selas passíveis de manutenção. "O principal diferencial desse viaduto estaiado é que, além de não ter travamento, o pilar é maciço, em forma de arco, e possui selas especiais que permitem a passagem dos estais", conta Marcelo Yassuo Sunemi, gerente de produção da Construbase. Com isso, em vez de os estais serem travados no mastro, os cabos vão de ponta a ponta no viaduto. Segundo o engenheiro Alfredo de Souza Queiroz, da BIT engenharia, empresa responsável pelos projetos do viaduto, o sistema de sela (ou, em inglês, saddles) se originou na Europa e é muito utilizado na França e Alemanha desde as décadas de 1960 e 1970. A execução do projeto, cálculo estrutural e a instalação do sistema seguem as recomendações do Post-tensioning Institute (Recommendations for stay cable design, testing and installation).

No caso do viaduto Padre Adelino, o sistema de selas se mostrou o mais adequado porque demandava a construção de um pilar central bem menor do que o necessário para soluções estaiadas convencionais. "No viaduto Padre Adelino não era possível construir um mastro grande como normalmente é feito porque ele teria quatro vezes a dimensão do que foi adotado, de 43 m de altura, e não caberia no meio da Avenida Salim Farah Maluf", afirma o gerente de produção da Construbase. Além disso, a tecnologia é a mais indicada para mastros maciços, que foi o escolhido para o viaduto Padre Adelino. "Por se tratar de um mastro em forma de arco, com seção transversal retangular de 1,5 m x 4,0 m2, optou-se por trabalhar com a seção maciça devido à facilidade construtiva, já que não é preciso utilizar fôrma interna, porém demanda o uso das selas", afirma Alfredo de Souza Queiroz.

O espaço limitado para a construção do viaduto não foi a única dificuldade do projeto. A geometria da estrutura teve que considerar a esconsidade de 9,64º do viaduto em relação ao pilar central. A esconsidade acontece quando o eixo longitudinal do viaduto não forma um ângulo reto com o eixo longitudinal do obstáculo transposto, no caso, o mastro de 43 m de altura. "Olhando para os estais, em qualquer ponto do viaduto, nunca um cabo fica simétrico ao outro, estão todos esconsos em cerca de 10º. Não só os estais, como todas as lajes e todos os pontos do viaduto estão esconsos em cerca de 10°, como se estivessem torcidos, exemplifica Sunemi. A distância dos estais é de cerca de 5 m. "Essa distância foi adotada para limitar o peso da aduela, em função da capacidade da treliça", disse o projetista Alfredo de Souza Queiroz.

Etapas de execução

A construtora optou por utilizar fundações em tubulões, sendo dois em cada extremo do viaduto e oito por pilar (16 no total). "A fundação teve que ser em tubulões com ar comprimido, porque o nível da água está muito próximo ao nível da pista da Avenida Salim Farah Maluf", lembra o engenheiro. Para conseguir a taxa mínima de carga necessária para o viaduto, a profundidade da fundação é de 20 m. O pouco espaço disponível na Avenida Salim Farah Maluf para a fundação - nos apoios extremos o diâmetro dos tubulões é de 140 cm e nos apoios centrais, de 160 cm - exigiu que os blocos fossem protendidos. Quanto à tensão na base, nos apoios extremos, a tensão normal básica foi calculada em 4 kgf/cm² (quilograma força por centímetro quadrado), enquanto a tensão de borda máxima em de 4,5 kgf/cm². Já nos apoios centrais, a tensão normal máxima é de 7 kgf/cm² e a tensão de borda máxima 8 kgf/cm².

[pic 8]

Para

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