Concreto Autoadensavel com Altos Teores de Cinza Volante
Por: eduardamaia17 • 23/4/2018 • 2.074 Palavras (9 Páginas) • 434 Visualizações
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2.1.2.2. Agregados
Apesar de ocuparem entre 60 a 80% do volume do concreto, os agregados são materiais considerados inertes, assim não se dando tanta importância aos seus efeitos sobre a propriedade do concreto. São muito empregados na produção de concreto por terem um papel importante nos custos e trabalhabilidade das misturas de concreto (MEHTA E MONTEIRO, 2014).
Os agregados são considerados materiais granulares, sem forma ou volume definidos de dimensões e propriedades adequadas ao fabrico de concretos e argamassas de cimento Portland. Podem ser classificados quanto à sua origem em:
- Naturais: são encontrados na natureza e não é necessário nenhum beneficiamento para seu emprego na construção civil. Exemplos: areia de rio, pedregulho, areia de cava, etc.
- Britados: é necessário passar pelo processo de britagem para que possam ser empregados para produção do concreto. Exemplos: pedrisco, pedregulho britado, etc.
- Artificiais: são derivados de processos artificiais. Exemplos: argila expandida e peletizada, folhelo expandido por tratamento térmico, vermiculita expandida, etc.
- Reciclados: podem ser resíduos industriais granulares e tenham boas propriedades para o uso como agregado ou provenientes do beneficiamento de entulho de construção. Exemplo: escória de alto-forno, entulho de construção, etc (NETO, 2011).
Os agregados também podem ser classificados quanto ao seu tamanho segundo a norma ABNT NBR 7211:2004:
- Graúdo: são os agregados que passam pela peneira com abertura de malha 152mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha 4,75mm.
- Miúdo: são agregados que passam pela peneira com abertura de malha 4,75mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha 0,075mm (NETO, 2011).
Todos tipos de agregado miúdo podem ser utilizados para a confecção de CAA, sendo preferíveis areias naturais por apresentarem graus mais uniformes e mais arredondados. O emprego de areias de britagem é menos recomendado por conta de as mesmas obterem grãos com grande angulosidade e maior aspereza superficial, causando maior intertravamento dos grãos e maior adsorção de água. Sendo sempre preferível o uso de areias com uma distribuição granulométrica contínua, a fim de aumentar a resistência à segregação (REPETTE, 2011).
Quanto aos agregados graúdos para a produção de CAA é preferível o uso de agregados de forma regular utilizados no concreto convencional. Em geral o agregado graúdo deve ter uma dimensão máxima de 19mm de diâmetro. Sabendo-se que quanto maior for o tamanho do agregado maior deve ser a viscosidade da pasta, a fim de impedir a segregação. Portanto o agregado graúdo deve ter dimensões máximas de 9,5mm (REPETTE, 2011).
2.1.2.3. Adições Minerais
As adições minerais são utilizadas na produção de CAA com o intuito de aumentar a quantidade de finos ao mesmo tempo que se diminui o teor de cimento empregado no concreto (REPETTE, 2011). Em geral as adições minerais são materiais que seriam descartados por outas industrias. Assim o seu uso na indústria de concreto faz com que tais materiais descartados não sejam despejados em locais impróprios, assim como diminui a quantidade de extração de matérias primas por parte da indústria da construção civil. O uso de adições minerais também resulta na produção de concretos com melhores características por conta de sua ação na pasta de cimento (DAL MOLIN, 2011).
As adições minerais são classificadas segundo sua ação físico-quimica em três grupos:
- Material Pozolânico: materiais silicosos ou sílico-aluminosos que finamente divididos e em contato com agua reagem quimicamente com hidróxido de cálcio, formando compostos com propriedades cimentantes.
- Material Cimentante: materiais os quais não é necessária a presença do hidróxido de cálcio do cimento Portland para a formação de produtos cimentantes. Mas apresenta hidratação lenta e formação de poucos compostos cimentantes, insuficientes para aplicação do material para fins estruturais. No entanto, se usado como adição ou substituição em cimento Portland, sua hidratação pode ser acelerada na presença de hidróxido de cálcio e gipsita.
- Fíler: uma adição sem atividade química, sendo assim agindo fisicamente no empacotamento granulométrico e formação de pontos de nucleação para hidratação do cimento (DAL MOLIN, 2011).
2.1.2.4. Aditivos
Aditivos são produtos químicos que modificam propriedades de misturas cimentícias, no estado fresco e endurecido. Os aditivos são empregados em quantidades que variam entre 0,05% e 5% da massa de materiais cimentícios (HARTMANN et al., 2011).
Para a produção de CAA, os aditivos superplastificantes são os mais empregados, sendo estes podendo ser a base de policarboxilato ou de ácidos sulfônicos de naftaleno formaldeído e melanina formaldeído. Os superplastificantes à base de policarboxilato são mais comuns, promovem dispersão de partículas por meio do efeito esférico, assim não causando diminuição expressiva da viscosidade da pasta, logo aumentado a resistência à segregação da mistura. Diferentemente, os superplastificantes à base de ácidos sulfônicos de naftaleno formaldeído e melanina formaldeído promovem a dispersão das partículas pela repulsão eletrostática, mas também causam a diminuição da tensão superficial do meio aquoso do concreto, assim aumentando a chance de segregação da mistura (REPETTE, 2011).
Com o passar do tempo os aditivos podem perder seus efeitos, geralmente nos primeiros 30 minutos, ocorrendo perda de fluidez, assim comprometendo seu uso no CAA. Por isso deve-se utilizar um aditivo compatível com os finos e avaliar os efeitos da forma de mistura na manutenção da fluidez (REPETTE, 2011).
2.2 MÉTODOS DE ENSAIO
Os ensaios de concretos convencionais e de concretos autoadensáveis são basicamente os mesmos, diferindo apenas no estado fresco, quando são necessários alguns testes específicos para o CAA (REPETTE, 2011).
Os ensaios mais difundidos para o CAA são o ensaio de espalhamento para avaliar a habilidade de preenchimento, os ensaios de escoamento no funil V, anel-J e caixa L para verificar a capacidade de preencher e passar por restrições. E para a avaliar a segregação estática do CAA é usado o método da coluna de segregação. Na
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