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MANCHA AUREOLADA DO CAFÉ

Por:   •  16/4/2018  •  2.280 Palavras (10 Páginas)  •  298 Visualizações

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Uma planta atacada por P. syringae pv garcae pode sofrer danos nas folhas, flores, frutos novos e ramo (YAMADA, 2014). Nas folhas, a bactéria provoca lesões necróticas com aspecto encharcado que com o passar do tempo ganham aspecto amarelo escuro em torno da necrose (BELAN, 2014). O local em torno das lesões apresenta clorose que é característico da doença. Esta clorose é atribuída à síntese e libertação pela bactéria de um dipeptídio contendo tabtoxinine-β-lactama, que inibe de forma irreversível a ação glutamina sintetase, sem a qual a defesa da planta torna-se ineficiente (MATEUS et al., 2015).

Estudos objetivando observar as mudanças que Pseudomonas syringae pv. garcae causa em folhas de café infectadas concluíram que em um intervalo entre 10 e 20 dias após a inoculação artificial da bactéria é possível observar a colonização dos espaços intercelulares pelo patógeno, assim como também as células do mesofilo, parênquima e células do feixe vascular, interrompendo o fluxo de seiva, assim como a total degradação dos tilacóides e membranas dos cloroplastos da área afetada. Neste mesmo estudo os autores afirmam que o tamanho dos danos internos causados pela bactéria pode ser até o dobro do observado externamente (MATEUS et al., 2015).

Controle:

Segundo (RUDOLPH et al., 1997) uma das estratégias mais comuns para controle de doenças causadas por Pseudomonas syringae tem sido o uso indiscriminado de sprays bactericidas. Estes são compostos cúpricos ou outros metais pesados, que podem conter ou não combinações de fungicidas com outros pesticidas. Entretanto (MARTINS; RESENDE; JÚNIOR, 2013) afirma que o uso desses produtos não apresenta eficácia no controle da doença. Também têm sido feito uso de bactericidas à base de produtos orgânicos e/ou antibióticos, mas com resultados insuficientes para o controle, resultando em perdas nas culturas e epidemias cada vez mais severas (RUDOLPH et al., 1997). Entretanto (MARTINS; RESENDE; JÚNIOR, 2013) ressalta que a melhor maneira de fazer o manejo da doença deve ser com base em medidas que visem a prevenção e evitar a entrada da doença nas lavouras ou dificultar o avanço da bacteriose.

Outras medidas de proteção, como evitar áreas onde já houveram registros da doença; a formação de quebra ventos; uso de mudas advindas de viveiro livres da doença; monitoramento constante do sistema de irrigação; adubação equilibrada e a utilização de cultivares resistentes, o que segundo (MARIA; ALMEIDA, 2013) é a medida que oferece o melhor custo benefício para o produtor.

Produtos alternativos também podem ser usados no controle da doença como foi observado por (MARTINS; RESENDE; JÚNIOR, 2013) quando avaliou o efeito de produtos que proporcionassem maior redução na severidade da doença. Concluiu que produtos como indutores de resistência; produtos à base de extrato vegetal; produtos à base de fosfitos e produtos à base de Óxido Cuproso podem ter resultados que proporcionem um nível de severidade na área abaixo da curva de progresso da doença.

Antibióticos

Até o agora poucos são os produtos químicos registrados no Ministério da Agricultura para controle da Mancha Aureolada, até o momento somente o Hidróxido de cobre (inorgânico) Cu(OH)2 com formulação em Pó molhável e Casugamicina (kasugamycin) (C14H25N3O9) um antibiótico concentrado solúvel têm registro para controle da doença. Ambos pertencem à classe III, classificados como produtos perigosos ao meio ambiente (MAPA, 2016). Isso torna o manejo da doença mais difícil para o produtor, uma vez que a gama de produtos disponível para controle da doença é muito pequena, força-o a fazer uso constante desses produtos e com doses cada vez maiores (YAMADA, 2014).

Esse uso de doses constantes pode indicar que devido a essas aplicações de forma irrestrita de tais produtos esses fitopatógenos podem desenvolver algum tipo de resistência tanto a antibióticos como também a outros produtos usados no manejo da doença (MARQUES, 2007), usados de forma separada ou misturados. Isso porque dentro do gênero Pseudomonas existem relatos de isolados que desenvolveram resistência, tendo como consequência o aumento da severidade da doença que mesmo com o aumento nas doses aplicadas não se obteve sucesso no controle da doença (COOKSEY, 1990). Em estudos desenvolvidos por (YAMADA, 2014) foi possível observar uma taxa de resistência em isolados de Pseudomonas syringae pv. garcae de até 16% quando estes foram tratados com sulfato de cobre CuSO4 .

A resistência induzida pelo uso não apenas de antibióticos, mas também de outros produtos pode alterar não somente o ritmo em que essas resistências são adquiridas, como também a ecologia das bactérias alvo desses produtos. Uma vez que com as constantes aplicações cria-se um ambiente com maior probabilidade para o surgimento de novas cepas resistentes à esses produtos. E essa resistência pode ser, não necessariamente para antibióticos especificamente, mas também à produtos que tenha como alvo tanto as bactérias como outros fitopatógenos, uma vez que mais de um tipo de gene de resistência pode ser encontrado em uma única célula (SALYERS, 2002).

De acordo com (MAPA, 2016) o controle de bactérias em café pode ser feito com aplicações de fungicidas cúpricos (0,3%) associados ou não a antibióticos como listado na tabela 1 na concentração de 0,2%. Já de acordo com (MARTIELLO; ALMEIDA, 2016) o controle da doença pode ser feita com pulverizações de cúpricos, associados ou não a antibióticos com as seguintes associações: Oxitetraciclina + estreptomicina (Agrimicina 100) a 0,2%; Casugamicina (Kasumin). Assim como a adição de superfosfato simples na calda que ajuda no controle, devido a presença de flúor na composição produto, já em outros trabalhos citados por (MARIA; ALMEIDA, 2013) o controle da doença foi atribuído ao uso de Cloridrato de Casugamicida e Oxicloreto de cobre. Já (PATRÍCIO et al., 2008) avaliando o potencial de acibenzolar-s-methyl combinado ou não com outros produtos e/ou antibióticos para o controle de doenças do cafeeiro obteve reduções de incidência variaram de 42% a 68%.

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Objetivo

O objetivo deste trabalho será verificar (in vitro) o desenvolvimento de resistência de isolados de Pseudomonas syringae pv. garcae aos principais produtos comerciais usados no controle da Mancha Aureolada do café, como fungicidas e antibióticos. Verificar de que formar o uso de produtos isolados ou misturados podem afetar o manejo da doença; testar a resistência

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