Avaliação do Desempenho do Concreto com Adição de Vidro

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O ideal seria não gerar resíduos, porém tal ideal se encontra a quem da realidade da sociedade e dos empreendimentos, com isso, cabe-se a conscientização visando uma redução e gerenciamento dos resíduos.

O CONOMA pela Resolução nº 307/02, em seu Art 3º classifica os resíduos da construção civil da seguinte forma:

I – Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

- de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

- de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, etc.), argamassa e concreto;

- de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio fios, etc.), produzidos nos canteiros de obras.

II – Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso, (redação dada pela Resolução nº 431/11).

III – Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; (redação dada pela Resolução nº 431/11).

IV – Classe D – são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolição de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos a saúde; (redação dada pela Resolução nº 431/11).

Diante da grande quantidade de entulhos gerados nas construções, a reciclagem e reutilização destes resíduos vêm sendo uma boa alternativa para minimizar os impactos ambientais, além de ser uma prática economicamente viável.

Em entrevista concedida à Revista Vértice (2012, p.21), o engenheiro civil José Carlos de Oliveira Zenha afirma que reciclar gera redução de custos tanto para as empresas quanto para os compradores, pois separando os resíduos por classes, há uma economia na coleta, transporte e descarga. Já Daniel Ohnuma em entrevista para a Revista Téchne (2012, p.28) acredita que a reciclagem de tais resíduos tem ocorrido principalmente devido ao apelo ecológico e não tanto econômico, pois com tal prática o empreendimento pode receber certificações como Aqua e Leed.

A utilização dos resíduos reciclados vem sendo abordada por muitos autores e ensaios tecnológicos já realizados demonstram resultados positivos para a utilização de tais materiais. Leonardo Miranda, professor doutor e especialista em reciclagem de resíduos de construção, afirma para a Revista Téchne (2012, p.30) “controlando, dosando e definindo as aplicações a vida útil do material é mantida. O que não é interessante é usá-los em aplicações que exigem mais dele, como a estrutural e a de fachadas”.

Com a incidência de reciclagem no canteiro de obras, foram criadas associações e conselhos como a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção civil e Demolição (Abrecon), além de legislações como ABNT NBR 15116:2004 na qual estabelece requisitos para o emprego de agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil.

Havendo o descarte e gerenciamento correto dos resíduos sólidos, os mesmos depois de submetidos a processos de reciclagem, britagem podem ser reutilizados nas obras, substituindo à areia na qual futuramente pode se encontrar escassa. Tais práticas vêm sendo estudadas e aplicadas há muitos anos.

2.2 Mineração da Areia

A mineração da areia é um processo básico da economia e está diretamente ligada a qualidade de vida da população. A areia é um mineral que como todos os outros, o seu processo de extração causa impactos sócio-econômico-ambientais.

O aproveitamento econômico de recursos naturais e minerais está inserido nas práticas de estratégia para o desenvolvimento territorial. Os processos de crescimento populacional, de modernização e de urbanização aumentam a demanda por recursos do setor de extração mineral voltado para a construção civil. Esta exploração indica o aumento do número de obras e caracteriza-se como atividade que proporciona o desenvolvimento sócio-econômico para os agentes afetados direta ou indiretamente pelo empreendimento. Juntamente com todo o processo de utilização do recurso, desencadeiam questões de ordem social, ambiental e, também, econômica. (ANNIBELLI e SOUZA, 2010).

A extração da areia ocorre onde há deposição do material sedimentar erodido ao longo de muitos anos. SegundoAnnibellie Souza (2010) “normalmente esses locais estão próximos a fundo de vales e aos rios, coincidindo muitas vezes com as matas ciliares, consideradas áreas de preservação permanente (APP)”. Tal situação implica em maior degradação ambiental.

O meio ambiente está amparado por leis que visam disciplinar as atividades mineradoras e que também obrigam o explorador a recuperar o meio degradado sendo isso imprescindível para restabelecimento do equilíbrio ecológico.

A atividade de mineração se torna mais viável quando realizada próximas aos centros de consumo, contudo na maioria das vezes por motivos geológicos, isto não é possível. Valverde e Sintoni (1994, apud LELLES et. al., 2005, p. 440) afirmam que “a mineração de areia torna-se problemática, pois se constitui na busca de matéria prima de baixa relação preço/volume, sendo seu principal fator limitante a distância do mercado consumidor”.

A areia é utilizada na construção civil com agregado miúdo, por se tratar de um bem natural não renovável, deve ter seu uso restringido, sendo de suma importância a busca de tecnologias para reciclagem ou até mesmo substituição.

3. O VIDRO

3.1 Caracterização e utilização do vidro

O resíduo de vidro é um material de fácil aquisição, visto que, ainda em perfeito estado de utilização pode ser encontrado corriqueiramente nos ambientes em que transitamos. A maior quantidade é obtida pelo descarte de embalagens, copos, lâmpadas, garrafas e outros objetos. Nas edificações pode ser encontrado em janelas, fachadas, box, isolamento acústico, entre outros.

Segundo