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Resenha do filme Divertida Mente

Por:   •  17/11/2018  •  1.859 Palavras (8 Páginas)  •  3.125 Visualizações

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... É exatamente essa crise e, conseqüente confusão, de identidade que fará com que o adolescente parta em busca de identificações, encontrando outros “iguais” e formando seus grupos. A necessidade de dividir suas angústias e padronizar suas atitudes e idéias faz do grupo um lugar privilegiado.

Este acontecimento é um ponto crucial tanto para a trama do filme como a Riley, a partir deste ponto há o surgimento de uma nova memória base, porém agora de cor azul o que representa que aquela memória é um acontecimento triste em sua vida. Há então um conflito em Tristeza e Alegria, pois esta ultima não quer nenhuma das antigas memórias bases sejam modificadas após um pequeno ambas acabam sendo expulsas da sala de controle e vão parar no grande labirinto das memórias de longo prazo. Ficam no comando apenas três emoções: Nojinho, Raiva e Medo. Após tal acontecimento há um desligamento das emoções com as ilhas da personalidade e isso acaba deixando Riley em um estado de constante instabilidade.

Outro acontecimento muito emblemático é a cena posterior em que a garota almoça com seus pais, vemos a tentativa das três emoções restantes tentando comandar as ações da Riley, mas sem muito sucesso. Vemos também como os pais da jovem pensam, sua mãe tem em comando de seu ego a tristeza e seu pai tem no comando a raiva, porém, percebemos que em ambos as emoções se relacionam e que não apenas uma tenta tomar o controle. Percebemos aqui o grau de amadurecimento dos pais. Ao mesmo tempo percebemos certa falta de comunicação entre os pais e filha, principalmente em relação ao pai da garota que parece está alheio a alguns acontecimentos, de acordo com Jesús Palácios:

Bem pode acontecer, pois, que o adolescente que se defronta com conflitos faça-o em um contexto familiar e extrafamiliar em que são freqüentes os conflitos alheios ao adolescente- mas que nele repercutem. Pais e professores acusam, com freqüência, os adolescentes de não saberem o que querem. Certamente adolescentes estariam, muitas vezes, em seu direito, se respondessem aos pais e educadores que estes sabem o que lhes oferecer.

Com a ausência da Tristeza e Alegria, as ilhas da personalidade de Riley começam a ruir e sua identidade também. Após a primeira desabar que no caso é a ilha da amizade, percebemos o surgimento de outro personagem Bing Bong que é um amigo imaginário há muito tempo esquecido, esta figura parece apresentar um resquício da fase infantil de Riley perante toda a opressão dessa nova realidade que se apresenta como muito dura para a garota.

Há também no filme muitos outros lugares como a sala do pensamento abstrato, onde ambas, Tristeza e Alegria entram. È mostrado como nós temos a capacidade de entendermos pensamentos abstratos a partir de sua quebra. Também temos o cinema dos sonhos, que obviamente demonstra como os sonhos são criados e que nossas atitudes e vivencias fazem parte deles. O exemplo evidente é quando há um pesadelo, neste sonho Riley se apresenta despida diante da nova sala de aula, isso remonta novamente a grande preocupação que os jovens têm em se sentirem parte de um grupo por meio de uma boa aparência ou de atitudes que lhe representem como iguais. É também nesta cena que é demonstrado parte do nosso subconsciente representado como um lugar escuro e que guarda lembranças não muito agradáveis, uma delas o medo de palhaços de Riley.

Quanto à relação de Riley com o seu ambiente externo, com seus pais e os novos colegas percebemos que ela se afasta gradativamente e vai perdendo cada uma de suas ilhas da personalidade. Vemos que o sujeito agora se apresenta sem sua identidade própria, totalmente perdido e começa a procurar um isolamento. Vale enaltecer que quem fica no comando agora e ajuda na tomadas de decisões é a Raiva, que é uma emoção relacionada a acontecimentos de extremo estresse e que nem sempre nos leva a tomar as melhores decisões. Mesmo com os avisos do Medo, a Raiva tem sempre um comando maior e basicamente decide por fazer com que Riley fuja de toda aquela sensação desconfortável e busque suas antigas lembranças em Minnesota sua cidade natal e onde ela cresceu e formou sua personalidade.

A fuga em si, acarreta a quebra de sua ultima ilha da personalidade que está ligada a família e todo o seu senso de moralidade, pois na sua tentativa de volta ao seu passado ela acaba por roubar sua própria mãe para que assim possa comprar uma passagem. Há então uma crise não apenas em seus próprios sentimentos, mas de todo o seu ego. Percebemos também o desespero da Alegria em tentar consertar tudo, é neste momento que ela tenta voltar à sala de comando e acaba por abandonar a Tristeza.

Com a quebra de todas as ilhas de personalidade que acabam caindo no lixão das memórias (local onde as memórias são descartadas) a Alegria cai neste grande posso junto ao amigo imaginário Bing Bong. Na tentativa de fuga de ambos, que tentam sair deste problema, podemos perceber outro fator que delimitaria a salvação de Riley, a personagem Alegria após inúmeras tentativas falhas de saída, acaba por perceber que a Tristeza tem sua importância e que ela serve não apenas para situações tristes, mas ela auxilia nas situações de crise, desabafo e de consolação.

Na mesma cena vemos o sacrifício de Bing Bong para que a Alegria possa reencontrar a Tristeza, ele acaba por ficar para trás o que simboliza a saída da Riley da sua infância definitivamente para então entrar em sua nova fase. Quando ambas (Tristeza e Alegria) voltam à sala de comando das emoções, é a Tristeza que acaba por lidar com a liderança fazendo com que Riley finalmente expresse seus sentimentos para seus pais e assim entre em conformidade com sua nova realidade. A mensagem passada a todos é que a Tristeza e qualquer outra emoção têm seu papel fundamental em nossa vida, numa visão mais critica de nossa sociedade percebemos que não gostamos de lidar com nossos conflitos ou negamos nossas infelicidades. Há uma forte cultura que afeta também aos nossos jovens e que afeta seu desenvolvimento que é a de negar seus inúmeros

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