Resenha do filme Beleza Americana

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No desfecho de toda trama, a imagem construída por cada um dos personagens minuciosamente para atender ás suas necessidades de encaixe caem por terra, pela situação insustentável em que se colocam: Carolyn é abandonada pelo seu amante super-seguro e dono de uma imagem de sucesso, cujo o lema é “o importante é parecer bem sucedido”, após serem descobertos por Lester, e perde seu controle emocional, voltando a desolação de sua vida real: um marido infeliz, uma filha rebelde e uma carreira em declínio. Jane, por sua vez, mostra sua fragilidade em uma casa metaforicamente em chamas, com seus pais agindo completamente fora do que era habitual, encontra refúgio em seu namorado Ricky, que é mandado embora de casa depois que seu pai desconfia de um envolvimento romântico com Lester, após uma discussão completamente abusiva, que inclui agressão física por parte de seu pai, Ricky assume um falso relacionamento amoroso com o pai de sua namorada, destruindo a imagem que seu pai ex militar, agressivo e intolerante projetava nele,e este, por sua vez, tem a imagem destruída por beijar Lester, momentos antes de assassiná-lo. Angela finalmente cede ao apelo físico de Lester e decide entregar-se a ele, que percebendo a gravidade do envolvimento com a garota, recua, percebendo que o que lhe faltava era na verdade apenas a sua essência e originalidade, e não um objetivo de seu desejo.

Por fim, Lester é assassinado pelo pai de Ricky dentro de sua própria casa, sendo o único personagem que tem seu desfecho sendo quem realmente gostaria de ser, passando a mensagem de que os rótulos em que nos encaixamos por carência ou necessidade de aceitação são amarras que nos prendem e nos mantém longe do que nos faz sentir completos, e que por mais que possamos sentir segurança nelas, uma vez que se rompem, podem causar danos irreparáveis a quem não tem sua originalidade estabelecida com clareza.