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Neurofisiologia

Por:   •  11/1/2018  •  5.223 Palavras (21 Páginas)  •  308 Visualizações

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À medida que a expectativa de vida torna-se mais elevada, especialmente em países desenvolvidos, tem-se observado um aumento da prevalência da DA. Essa afecção representa cerca de 50% dos casos de demência nos EUA e na Grã-Bretanha e se estima que corresponda à quarta causa de morte de idosos nestes países.

Do ponto de vista neuropatológico, observa-se no cérebro de indivíduos com DA atrofia cortical difusa, a presença de grande número de placas senis e novelos neurofibilares, degenerações grânulo-vacuolares e perda neuronal. Verifica-se ainda um acúmulo da proteína b-amilóide nas placas senis e da microtubulina tau nos novelos neurofibrilares. Acredita-se que a concentração das placas senis esteja correlacionada ao grau de demência nos afetados. Transtornos da transmissão da acetilcolina e acetiltransferases ocorrem freqüentemente nos indivíduos afetados.

As alterações observadas nos cérebros dos afetados podem também ser encontradas em idosos sadios, porém não conjuntamente e em tal intensidade. O curso da doença varia entre 5 e 10 anos e a redução da expectativa de vida situa-se ao redor de 50%.

1.2 Segundo Artigo – Avaliação Neuropsicológica na Doença de Alzheimer

A importância da memória em nossas vidas é reconhecida por todos. A memória é a retenção dos conhecimentos adquiridos sobre o mundo. Ela transforma o passado em presente. É conhecido o fato de que a memória declina com o envelhecimento. Pesquisadores são desafiados a explicar o que acontece com a memória no processo de envelhecimento. Algumas perguntas aguardam respostas. Quando as falhas de memória podem ser consideradas como normais do processo de envelhecer e quando podem ser consideradas indicativos de doenças degenerativas?

Estudos no exterior e no Brasil têm apontado para a “revolução silenciosa” do envelhecimento da população (Corrêa, 1994). Em 1950, havia 214 milhões de idosos com mais de 60 anos no mundo. Estima-se que esta cifra subirá para 1 bilhão de pessoas em 2025. No Brasil, a população idosa passou de 6,1% para 7,3% da população total, o que equivale a 8 milhões de pessoas. Segundo o IBGE, estimativas indicam que, em 2025, o Brasil terá cerca de 34 milhões de pessoas acima de 60 anos, sendo o país com a sexta maior população de idosos em todo o mundo (IBGE, 2002).

O envelhecimento da população ocasiona o aumento da prevalência das doenças crônicodegenerativas, entre elas as demências. A Doença de Alzheimer (DA) é a forma de demência mais frequente. Para o ano de 2000, estimou-se a existência de 150 milhões de idosos com demência em todo o mundo (Norton, Marin & Inestrosa, 1995). Com base nas estatísticas populacionais brasileiras do último censo, estima-se a prevalência da DA em 1,2 milhão de pessoas, com incidência de mil novos casos por ano.

O impacto socioeconômico da DA é alto, pois é uma doença crônica, de evolução lenta, podendo durar até 20 anos. Nas fases avançadas da doença, o paciente torna-se completamente dependente, sendo incapaz de alimentar-se sozinho, tomar banho ou vestir-se. Nos EUA são gastos, anualmente, cerca de 100 bilhões de dólares, em tratamentos, exames complementares e cuidados indiretos com pacientes. O número de portadores de DA nos EUA é de 4 milhões de americanos, com mais de 100 mil mortes por ano. É a quarta causa de morte em adultos. Estima-se que serão de 12 a 14 milhões de pessoas no ano 2040 (Norton et al., 1995). Infelizmente, não há estimativas sobre gastos, incidência e projeções oficiais da DA no Brasil. Pode-se inferir que estes números também são elevados, em função do grande número de idosos e da alta prevalência da doença nessa camada da população.

1.3 Terceiro Artigo - Doença de Alzheimer: o que muda na vida do familiar cuidador?

Este artigo teve como objetivo investigar as mudanças psicossociais que ocorreram na vida de familiares cuidadores de idosos portadores da doença de Alzheimer. Mais especificamente, buscou-se compreender de que maneira os familiares cuidadores vivenciam o cuidado e as mudanças que ocorreram em sua vida pessoal após assumirem esse papel.

A população mundial está se tornando cada vez mais velha e cabe destacar que o processo de transição demográfica mundial mostra o aumento de pessoas acima dos sessenta anos, sendo o número de pessoas idosas vivendo no mundo de, aproximadamente, seiscentos milhões. Em países pobres e em desenvolvimento, elas representam 70% da população. Além disso, as projeções estatísticas indicam que, em 2050, aumentará o número de pessoas acima dos cem anos (Bertoleti & Carreta, 2008). Neste contexto surge uma questão significativa, pois com o aumento da expectativa de vida, cresce também a possibilidade do aparecimento de doenças neurodegenerativas.

A Doença de Alzheimer (DA) é a responsável por mais da metade dos quadros de demência existentes, e provoca um declínio progressivo e global das funções cognitivas (Forlenza, 2005). Dessa forma, ela leva tanto os pacientes quanto suas famílias a se confrontarem, em seu dia-a-dia, com todas as implicações dela decorrentes, principalmente aquele que se responsabiliza pela tarefa de cuidar.

Embora existam várias definições do que seja um cuidador, optou-se pela definição de Garrido e Almeida (1999) de que ele é o principal responsável por prover ou coordenar os recursos de que o paciente necessita. Ele se envolve em todas as tarefas que permeiam a vida do paciente. Ele ou ela é escolhido (a) ou conduzido (a) a esta função dentro do núcleo familiar, de forma que em torno de 80% dos cuidados são propiciados por esta pessoa (Cruz & Hamdan, 2008).

Estudos apontam que geralmente a função de cuidador é assumida por uma única pessoa a quem cabe a tarefa de cuidar do idoso e, na maioria dos casos, esse papel cabe a uma mulher que é cônjuge ou filha (Cerveny, 1997; Helman, 2003; Caldas, 2003; Selmès & Derousené, 2008). Isto reflete o padrão cultural de que prestar cuidados é uma função feminina. Outro fator importante é que o familiar cuidador pode chegar a dispender oito vezes mais horas por mês de dedicação aos cuidados, ou o equivalente há 60 horas semanais, quando comparado a um cuidador profissional (Selmès & Derousené, 2008). Por sua vez, a sobrecarga faz com que os cuidadores desempenhem funções além de suas capacidades, resultando em uma forma de cuidado desequilibrada, sendo freqüentemente acompanhada de resultados insatisfatórios para o atendimento das necessidades do seu familiar (Fernandes & Garcia, 2009). Outro aspecto importante no processo de cuidar

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