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A Masculinidade Hegmônica

Por:   •  26/6/2018  •  2.486 Palavras (10 Páginas)  •  284 Visualizações

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II) Ambigüidade e Sobreposição

As primeiras críticas de masculinidade hegemônica surgiram a partir da questão: quem representa a masculinidade hegemônica? Geralmente é familiar, devido a representatividade do homem em prover o lar. Existe a dúvida de onde especificamente a masculinidade se objetiva na prática,no entanto. De forma corriqueira ela é demonstrada na forma de se embriagar, entrar numa briga para defender o ego, colocar a vida em risco,e diversas outras formas. Estudiosos debatem a que o conceito falha na especificação de como a conformidade à masculinidade hegemônica realmente se objetiva na prática, sugere-se que há uma confusão sobre quem é realmente um homem hegemonicamente masculino será John Wayne ou Leonardo DiCaprio; Mike Tyson ou Pelé? ? Ou talvez, em diferentes momentos, todos eles? . É desejável eliminar qualquer uso da masculinidade hegemônica como fixa, como um modelo trans-histórico. Esse uso viola a historicidade do gênero e ignora a evidência massiva das transformações nas definições sociais da masculinidade

III) O Sujeito Masculino

Autores da área argumentam que a ideia de masculinidade hegemônica, se conceitua em uma teoria não satisfatória do sujeito. Desenvolveram essa crítica a partir do ponto de vista da psicologia discursiva, argumentando que a masculinidade hegemônica não pode ser entendida como uma estrutura estabelecida de caráter de qualquer grupo de homens. É sugerido que se devem compreender as regras hegemônicas, a partir das posições de sujeito e das situações propostas. Os homens podem se esquivar dentre múltiplos significados de acordo com suas necessidades situacionais. Os homens podem adotar a masculinidade hegemônica quando é desejável, mas os mesmos homens podem se distanciar estrategicamente da masculinidade hegemônica em outros momentos. Consequentemente, a “masculinidade” representa não um tipo determinado de homem, mas, em vez disso, uma forma como os homens se posicionam através de práticas discursivas. O conceito de masculinidade hegemônica foi originalmente formulado com uma forte consciência de argumentos psicanalíticos acerca do caráter multifacetado e contraditório da personalidade, da contestação cotidiana como parte da vida social e da mescla de estratégias necessárias a qualquer tentativa de sustentar a hegemonia. É um tanto quanto irônico que o conceito seja criticado por simplificar por demais o sujeito, mas com certeza é verdadeiro o fato de que muitas vezes foi empregado de formas simplificadas. O conceito padroniza o sujeito apenas se ele é reduzido a uma dimensão única das relações de gênero (usualmente o simbólico) e se ele é tratado como uma especificação da norma. A linguagem conceitual do pós-estruturalismo é apenas uma forma de fazê-lo; a psicanálise e o modelo da agência no seio de estruturas sociais contraditórias são outras.

IV) O Padrão das Relações de Gênero

Nas teorias sociais do gênero, há frequentemente uma tendência em direção ao funcionalismo – que significa entender as relações de gênero como autônomas, um sistema autorreprodutor e explanatório de todos os elementos em termos de suas funções na reprodução do todo, para explicar que a dominação masculina deu novo lugar à vida do funcionalismo na análise de gênero. A dominação masculina e a subordinação feminina não é um sistema autônomo e sim algo que foi constituído historicamente. Há evidências consideráveis de que a masculinidade hegemônica não é uma forma auto-sustentável, seja através de hábitos ou outros mecanismos. Para se sustentar um dado padrão de hegemonia é necessário o policiamento de todos os homens, assim como a exclusão ou o descrédito das mulheres. Em cuidadosa crítica d sobre o conceito de masculinidade hegemônica, a historicidade do gênero é reconhecida. Ele, entretanto, sugere que outra forma de simplificação tenha ocorrido. Identifica duas formas de hegemonia, interna e externa. A “hegemonia externa” se refere à institucionalização da dominação dos homens sobre as mulheres; e a “hegemonia interna” se refere à ascendência social de um grupo de homens sobre todos os outros homens. Essa conceitualização leva a uma visão diferente da transformação histórica nas masculinidades. A masculinidade hegemônica não se adapta simplesmente às condições de transformação histórica. Em vez disso, o bloco masculino hegemônico é uma hibridização cuja apropriação de elementos diversos o faz “capaz de se reconfigurar e adaptar às especificidades de novas conjecturas históricas.

V) Revisão e Reformulação do Conceito

A característica fundamental do conceito continua a ser a combinação da pluralidade das masculinidades e a hierarquia entre masculinidades. Essa ideia básica se manteve firme nos últimos 20 anos de experiência investigativa. Padrões múltiplos de masculinidade têm sido identificados em muitos estudos, em uma variedade de países e em diferentes contextos institucionais e culturais. Também é resultado de pesquisa bastante difundido o fato de que certas masculinidades são socialmente mais centrais ou mais associadas com autoridade e poder social do que outras. O conceito de masculinidade hegemônica presume a subordinação de masculinidades não hegemônicas, e esse é um processo que agora tem sido documentado em muitos contextos, em nível internacional. Também muito apoiada é a ideia de que a hierarquia das masculinidades é um padrão de hegemonia, não um padrão de uma hegemonia simples baseada na força. O consenso cultural, a centralidade discursiva, a institucionalização e a marginalização de alternativas são características amplamente documentadas de masculinidades socialmente dominantes. Também muito apoiada é a ideia original de que a masculinidade hegemônica não necessita ser o padrão comum na vida diária de meninos e homens. Em vez disso, a hegemonia trabalha em parte através da produção de exemplos de masculinidade (como as estrelas dos esportes profissionais), símbolos que têm autoridade, apesar do fato de a maioria dos homens e meninos não viver de acordo com eles. Duas características das formulações iniciais sobre a masculinidade hegemônica não se sustentaram perante as críticas e devem ser descartadas. A primeira é um modelo muito simples das relações sociais em torno das masculinidades hegemônicas. A formulação em Gender and Power se esforçou em localizar todas as masculinidades (e todas as feminilidades) em termos de um padrão único de poder, a “dominação global” dos homens sobre as mulheres. Apesar da crítica do traço

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