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As Anormalidades Dentárias Podem ser Divididas

Por:   •  15/3/2018  •  1.540 Palavras (7 Páginas)  •  304 Visualizações

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Radiograficamente havia rarefação óssea apical associada à raiz do elemento 12, compatível com periodontite apical crônica. Também foi evidenciado uma invaginação de tecido dental mineralizado no interior da raiz até o terço apical deste elemento, caracterizando a patologia dens in dente tipo III (FIGURA 1).

[pic 1] [pic 2] [pic 3]

FIGURA 01: radiografia inicial FIGURA 02: radiografia final FIGURA 03: Proservação 4 anos

Antes do início do tratamento endodôntico, foi solicitado ao ortodontista que interrompesse o tratamento ortodôntico.

No primeiro atendimento foram realizados os seguintes procedimentos: isolamento absoluto, remoção do curativo já existente, neutralização do canal principal com NaOCl 2,5%, abertura e acesso ao canal da invaginação, CTEx=CAD-3mm, odontometria radiográfica, determinação do comprimento de trabalho (CT): 22 mm (canal principal) e 19 mm (canal da invaginação), instrumentação manual até uma lima K #70 e até uma lima K #35 respectivamente (coroa-ápice). Irrigação final com 3ml de EDTA 17% por 3min e 5ml de NaOCl 2,5%. Os canais foram secos com cones de papel absorvente estéreis. O curativo de demora foi com pasta de hidróxido de cálcio (HC) (Calen, SSWhite) e a cavidade foi selada com cimento ionômero de vidro. Após 48 dias, a permanência de exsudação inviabilizou a obturação dos canais. Um novo curativo com HC permaneceu por mais 43 dias. Transcorrido esse período, os canais foram novamente acessados e, com a presença de exsudação foi estabelecido um plano de tratamento cirúrgico. Cirurgia paraendodôntica com obturação simultânea dos canais radiculares foi realizada 22 dias após a última sessão de atendimento e a coroa foi restaurada

Radiografias controle foram realizadas nos períodos de 4 e 10 meses, e 4 anos e meio após a conclusão do caso (FIGURA 03).

Clinicamente não há alteração de cor ou volume da mucosa e o selamento coronário apresenta integridade. Radiograficamente é possível verificar ausência de

radiolucidez apical, integridade da lâmina dura e reparo dos tecidos periapicais (óteogênese na área da lesão), fatores estes que sugerem o sucesso do tratamento.

Após sete dias, o paciente retornou para remoção de sutura e realização de uma radiografia para controle. Os tecidos moles encontravam-se devidamente em posição e em avançado processo de reparo. O acesso coronário foi restaurado com resina composta. Radiografias controle foram realizadas nos períodos de 4 e 10 meses, e 4 anos e meio após conclusão do caso.

DISCUSSÃO

O Dente invaginado, observado pela primeira vez em 1856, é uma invaginação da superfície da coroa ou da raiz que é limitada pelo esmalte, sendo reconhecidas duas formas de dente invaginado: a coronária e a radicular, que pode apresentar-se bastante extensa e assemelhar-se radiograficamente a um dente dentro do outro, (Neville et al., 2009) , daí o termo dens in dente proposto por Luberti, em 1987.[d]

Durante o tratamento endodôntico convencional, bactérias podem permanecer em áreas inatingíveis pelo processo de instrumentação biomecânica. Diante de tal situação, torna-se fundamental o emprego de um tratamento cirúrgico.

No caso clínico descrito, é possível observar através das radiografias de proservação, o início do processo de reparo após a realização da cirurgia paraendodôntica.

CONCLUSÃO

Dens in Dente é um defeito de formação que pode ocorrer mais frequentemente nos incisivos laterais superiores como variação da normalidade. Muitas vezes não são diagnosticados clínica e radiograficamente, levando ao insucesso do tratamento. Sendo assim, essa patologia constitui um desafio para o tratamento endodôntico, uma vez que envolve um complexo sistema de canais radiculares.

Neste caso descrito, a cirurgia paraendodôntica foi a melhor opção de tratamento, quando não se consegue eliminar o agente etiológico do processo inflamatório periapical de maneira conservadora, ou seja, pelo tratamento endodôntico.

REFERÊNCIAS

GARIB, DANIELA GAMBA et al. Anomalias dentárias associadas: o ortodontista decodificando a genética que rege os distúrbios de desenvolvimento dentário. Dental Press J. Orthod. Bauru, p. 138-157. mar. 2010. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2015.

GESTEIRA, Maria de Fátima Malvar, et al. Terapia endodôntica em dens invaginatus: relato de um caso. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, 2007, 6.3.

LUBERTI, Ricardo. Diente invaginado coronario: su relación con caries y patología periapical;(estudio roentgenográfico de 100 casos). Rev. Asoc. Odontol. Argent, 1987, 75.2: 52-8.

MACHADO, Denise Alexandra Tavares. Anomalias Dentárias e a Sua Importância no Processo de Identificação Humana. Porto. Dissertação [ Mestrado em Medicina Dentária] - Universidade Fernando Pessoa; 2014.

MAMEDE NETO, IUSSIF et al. Tratamento Endodôntico Convencional de Dente Invaginado com Periodontite Apical. Rev Odontol Bras Central, Goias, v. 56, n. 21, p.489-491, jun. 2011. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2015.

MORFIS, A. S.; LENTZARI, A. Dens invaginatus with an open apex: a case report. International endodontic journal, 1989, 22.4: 190-192.

MUNIR, BADER et al. DENS INVAGINATUS: AETIOLOGY, CLASSIFICATION, PREVALENCE, DIAGNOSIS AND TREATMENT CONSIDERATIONS. International Endodontic Journal. Sao Paulo, p. 79-90. jun. 2011. Disponível em: Acesso em: 30 set. 2015.

NEVILLE,

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