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Considerações Clínicas sobre as Características do Palato

Por:   •  4/10/2018  •  2.034 Palavras (9 Páginas)  •  271 Visualizações

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Complementação Da Formação Do Palato

Para que se complete a formação do palato, a parte posterior do palato primário se encontra com o palato secundário, e essas estruturas gradualmente se fundem em sentido anteroposterior (Figs. 5-4 e 5-5). Durante a 12ª semana do desenvolvimento pré-natal, esses três processos se fundem completamente, formando o palato, constituído por palato duro e palato mole. Agora, a cavidade oral madura torna-se completamente separada da cavidade nasal, na qual o septo nasal começou a se desenvolver (discutido a seguir).

Distúrbios do Desenvolvimento do Palato e de Tecidos Associados

A falha na fusão das prateleiras palatinas com o palato primário e/ou de uma com a outra resulta em fissura palatina, com graus variados de comprometimento (Fig. 5-7). Esse distúrbio pode ser hereditário ou associado a fatores ambientais. Fissura palatina, com ou sem fissura labial (Fig. 4-8), ocorre em 1 em cada 2.500 casos. Além disso, pode se apresentar de forma isolada ou associada a outras anomalias, como a fissura labial (Fig. 5-8); pode também comprometer somente o palato mole ou estender-se para o palato duro. As formas isoladas de fissura palatina são menos comuns que a fissura labial e são mais comuns em mulheres, ao contrário da fissura labial, que é mais comum em homens. A úvula bífida representa o tipo mais brando de fissura palatina. As complicações podem incluir dificuldade de amamentar ou alimentar a criança, aumento de infecções oronasais e problemas relacionados à fala e à aparência. Os tratamentos incluem cirurgias oral e plástica, com interven- ções odontológicas; entretanto, intervenções fonoaudiológicas e otorrinolaringológicas também podem ser necessárias.

Considerações Clínicas sobre as Alterações da Túnica Mucosa da Boca

Ao contrário do epitélio queratinizado, o epitélio não queratinizado normalmente não possui queratinização nas camadas superficiais, porém pode se transformar prontamente no tipo queratinizado em resposta a um traumatismo por atrito ou químico, tornando-se hiperqueratinizado. Essa transformação para a forma hiperqueratinizada ocorre comumente na mucosa da bochecha, em geral não queratinizada, formando-se a linha alba, uma crista hiperqueratinizada esbranquiçada que se estende horizontalmente no nível de oclusão dos dentes superiores com os inferiores (Fig. 2-3, B). Observa-se ao microscópio uma quantidade excessiva de queratina na superfície do tecido, o qual passa a apresentar todas as camadas de um tecido ortoqueratinizado, com as camadas granulosa e córnea. Em pacientes que apresentam o hábito de apertamento dental ou de ranger os dentes (bruxismo), uma grande área na mucosa da bochecha, maior que a linha alba, torna-se hiperqueratinizada (Fig. 9-6). Essa lesão esbranquiçada, rugosa e elevada deve ser detectada para que possam ser feitas modificações no plano de tratamento do paciente levando-se em conta seus hábitos parafuncionais (Cap. 20). Mesmo o tecido queratinizado pode sofrer hiperqueratinização; o aumento na quantidade de queratina pode ocorrer em decorrência de traumatismo físico crônico na região. Alterações como a hiperqueratinização são reversíveis se o agente causal da lesão for removido, mas leva algum tempo para a camada córnea descamar-se ou se desprender do tecido. Assim, para checar a presença de alterações malignas, são indicados a biópsia e o estudo microscópico de qualquer tecido esbranquiçado, especialmente se o paciente fizer parte de grupos de alto risco de câncer, como pacientes com histórico de uso de tabaco ou álcool ou pacientes HPV-positivos. O tecido hiperqueratinizado também pode estar relacionado ao calor provocado pelo hábito de fumar e por líquidos quentes em contato com a mucosa do palato duro, apresentando-se sob a forma de estomatite nicotí- nica (Fig. 11-11). A queratinização deve ser levada em consideração quando um procedimento de enxerto é realizado para reduzir o grau de recessão gengival que expõe as raízes dos dentes, já que seu objetivo é aumentar a quantidade de tecido queratinizado inserido. O enxerto gengival livre utiliza tecido, com lâmina própria e epitélio queratinizado, removido do palato duro e enxertado sobre a raiz para formar uma nova faixa de gengiva inserida queratinizada. Em geral, esse procedimento é de certa forma bem-sucedido, mas o enxerto tende a ter uma colora- ção mais clara, tendo já sido demonstrado por estudos que o epitélio não sobrevive ao procedimento, o que significa que o sítio doador requer mais tempo para cicatrizar e permitir a migração do epitélio circunjacente para recobrir o local. Por outro lado, o enxerto de tecido conjuntivo subepitelial consiste somente na retirada da lâmina própria da gengiva inserida queratinizada, enxertada diretamente sobre a raiz. As células epiteliais do tecido circunjacente migram para recobrir o enxerto e cicatrizar a área. Esse procedimento é consistentemente bem-sucedido: a nova gengiva inserida queratinizada mistura-se ao tecido circunjacente, e a cicatrização do sítio doador é rápida. Desse modo, a indução para formar queratina pode vir da lâmina própria subjacente e não envolve somente o epitélio.

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Palato Duro Aspectos Clínicos

A região anterior do palato, o palato duro, apresenta-se róseo, imóvel e firme (Figs. 2-11 e 2-12). À palpação, notam-se uma resiliência nas áreas laterais mais posteriores e uma consistência firme na área medial adjacente. As pregas palatinas transversas e a rafe do palato são também firmes à palpação. Essas pregas são permanentes e únicas para cada pessoa, e podem ser utilizadas como meio de identificação de indivíduos, da mesma forma que as impressões digitais. A mucosa do palato duro é classificada como uma mucosa mastigatória.

Características Histológicas

O palato duro possui uma espessa camada de epitélio estratificado pavimentoso ortoqueratinizado revestindo uma espessa lâmina própria (Fig. 9-10). Somente as áreas laterais do palato duro possuem submucosa, conferindo ao tecido consistência almofadada à palpação. A submucosa na porção anterior da área lateral (dos caninos aos pré-molares) contém tecido conjuntivo adiposo e na porção posterior (adjacente aos molares) contém glândulas salivares menores. Entretanto, a quantidade de submucosa nessas áreas do palato duro é menor que aquela associada à mucosa de revestimento, o que se torna aparente quando são aplicadas injeções de

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