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Doenças Referentes a Lisossomos

Por:   •  15/3/2018  •  1.227 Palavras (5 Páginas)  •  262 Visualizações

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2.2 Doença de Gaucher

A doença de Gaucher é a mais comum dentre as doenças de armazenamento lisossômico. O gene afetado codifica a glicocerebrosidase, uma enzima que normalmente cliva o resíduo de glicose da ceramida. O resultado desse defeito enzimático é o acúmulo de glicocerebrosídeos principalmente em fagócitos, embora esse acúmulo também possa ocorrer no sistema nervoso central em alguns subtipos.

O caso clínico da doença não é só manifestado por conta do acúmulo nos lisossomos e fagócitos, mas também pela ativação de macrófagos e a conseqüente secreção de citocinas. A doença pode ser dividida em três subtipos: O mais comum é o tipo I, responsável por 99% dos casos. Os quadros clínicos mais comuns são no baço (que pode chegar a pesar 10 kg), fígado, pulmão, etc. O diagnóstico de homozigotos pode ser realizado através da medição da atividade da glicocerebrosidase em leucócitos de sangue periférico ou em extratos de fibroblastos de pele em cultura.

2.3 Doença de Niemann-Pick Tipos A e B

A esfingomielina é um componente presente em todas as membranas celulares, incluindo s de organelas. Quem apresenta a Doença de Niemann-Pick possui uma deficiência herdada na esfingomielinase que causa o acúmulo de esfingomielina nos lisossomos, particularmente dentro de células do sistema fagocítico mononuclear. Dessa forma, células afetadas aumentam de tamanho por causa da distensão dos lisossomos e do acúmulo de colesterol.

A doença pode ser dividida em três tipos, sendo que o primeiro (A) se manifesta na forma infantil, onde aparecem sintomas como falência progressiva do crescimento, vômitos, febre e linfadenopatia generalizada, assim como a deterioração progressiva da função psicomotora, o que leva a criança à morte nos primeiros três anos de vida. Já o segundo tipo (B) não possui ocorrência no sistema nervoso e por isso os pacientes sobrevivem até a fase adulta. Também pode ser encontrada em um terceiro tipo (C), menos comum e que aparece devido a um defeito primário no transporte de lipídios.

2.4 Mucopolissacaridoses

Também conhecidas como MPS, as mucopolissacaridoses são um grupo de síndromes relacionadas a deficiências de enzimas lisossômicas. Essas enzimas são responsáveis pela degradação de mucopolissacarídeos, que são carboidratos de cadeira longa ligados a proteínas e que formam os proteoglicanos e clivam os açúcares terminais das cadeias polissacarídeas dispostas ao longo do polipeptídeo ou do esqueleto protéico. Quando há deficiência na enzima, ocorre acúmulo dessas cadeias nos lisossomos de vários tecidos e órgãos do corpo.

Como a maioria das doenças relacionadas a lisossomos, as MPS possuem variantes clínicas, que podem ir do tipo I ao VII, sendo cada uma resultante da deficiência de uma enzima específica. O aspecto clínico é caracterizado por aspectos faciais grosseiros, turvação da córnea, rigidez das articulações e retardo mental. Além disso, ocorre aumento da excreção urinária dos mucopolissacarídeos acumulados.

Os locais envolvidos com maior freqüência são o baço, o fígado, a medula óssea, os linfonodos, os vasos sanguíneos e o coração. Isso se deve principalmente ao fato de os mucopolissacarídeos acumulados serem geralmente encontrados em células fagocíticas mononucleadas, células endoteliais, células musculares da íntima e fibroblastos em todo o corpo.

2.5 Doenças do Armazenamento do Glicogênio (Glicogenoses)

Essas doenças são resultantes de uma deficiência hereditária de uma das enzimas envolvidas na síntese ou degradação seqüencial do glicogênio, o qual também é degradado nos lisossomos pela maltase ácida. Se os lisossomos tiverem deficiência dessa enzima, as moléculas de glicogênio no seu interior não conseguirão ser degradadas pelas enzimas citoplasmáticas como, por exemplo, as fosforilases.

Essas doenças se apresentam de duas formas, a hepática e a miopática. Na primeira, há a deficiência de enzimas hepáticas envolvidas na degradação do glicogênio o que leva ao aumento do armazenamento de glicogênio no fígado e à diminuição da concentração de glicose sanguínea. Na segunda, a deficiência de enzimas que alimentam a via glicolítica leva ao armazenamento de glicogênio nos músculos, o que está associado à fraqueza muscular devido ao prejuízo na produção de energia. A forma clínica apresenta-se através do armazenamento de glicogênio em diversos órgãos e à morte precoce.

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3 REFERÊNCIAS

KUMAR, Vinay; PERKINS, James A. Doenças Genéticas. In: KUMAR, V.; PERKINS, J. A. Robbins e Cotran - Patologia: bases patológicas das doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

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