Método dialético
Por: Evandro.2016 • 18/10/2018 • 4.326 Palavras (18 Páginas) • 330 Visualizações
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Marx lança as bases de uma ciência da história. De acordo com a visão de Marx, em Capital, a história avança através das contradições. A principal contradição é a que existe entre as forças produtivas e as relações sociais de produção.
Nelas está presente a sua noção de práxis, vista não apenas como a síntese do materialismo e do idealismo, mas como a superação deste. Nelas adquire a ideia do homem como conjunto de relações sociais. A práxis é um conjunto de prática e teoria, em que a teoria tem como tarefa mudar as relações sociais.
A segunda abordagem possível só é encontrada em breves momentos de O capital (p. 15): é o entender a individualidade como homem total, indivíduo em todas as suas dimensões da vida.
Para Marx, o homem é o conjunto de suas relações sociais. Essa visão é marcada pela harmonia entre forças produtivas e relações de produção; isto é, harmonia entre indivíduo enquanto pessoa e indivíduo enquanto membro de uma classe. De fato, Marx pretende unir materialismo e história. Marxismo é uma teoria científica da história da sociedade.
O ponto de partida de Marx é a ciência contemporânea. Ele defende conceitos concretos e não conceitos abstratos. Nele, o conceito não é pura reflexão do real. A atividade humana transforma o mundo e o próprio homem. Enfim, o marxismo não é um sistema dualista.
Pretende-se, ao final desta aula, que você tenha compreendido e interpretado: que o homem é um ser dialético; que o método dialético possibilita a compreensão e explicação dos problemas e das contradições que envolvem a produção de explicações sobre os fenômenos sociais; a dialética torna-se uma possibilidade à reflexão da prática educativa.
A dialética enquanto método não interessa às Ciências Exatas. No caso das Ciências Humanas que estão atentas a Como os fatos se apresentam, o Por Quê e o Para Quê tornam-se questões interessantes para compreensão e explicação de fenômenos que se relacionam com os destinos dos seres humanos na vida em coletividade.
O método dialético reconhece a dificuldade de se apreender o real, em sua determinação objetiva, por isso a realidade se constrói diante do pesquisador por meio das noções de totalidade, mudança e contradição. A noção de totalidade refere-se ao entendimento de que a realidade está totalmente interdependente, interrelacionada entre os fatos e fenômenos que a constitui. Já a noção de mudança compreende que a natureza e a sociedade estão em constante mudança e que elas tanto são quantitativas quanto qualitativas. Enquanto isso a noção de contradição torna-se o motor da mudança. As contradições são constantes e intrínsecas à realidade. As relações entre os fenômenos ocorrem num processo de conflitos que geram novas situações na sociedade.
O método dialético marxista consiste em analisar o todo feito de pedaços, cuja autonomia e individualidade condicionam uma contradição e um conflito, que, por sua vez, estão na base da dinâmica da vida material e da evolução da ciência e da História. A ciência para Karl Marx não é uma coisa feita, ela tem uma história que se perpetua, mas também é um devir. Nesse caso, para se compreender a ciência necessita-se de buscar o estudo do passado científico como suporte e base do novo, a ser descoberto.
Devir é um conceito filosófico que significa as mudanças pelas quais passam as coisas. O conceito de "se tornar". Fluxo permanente, movimento ininterrupto, atuante como uma lei geral do universo, que dissolve, cria e transforma todas as realidades existentes.
A lógica dialética permite ao cientista social uma cosmovisão de totalidade, por isso que o método tornou-se lógica, teoria da ciência.
As transformações tornam-se possíveis porque o homem é um ser dialético e pensa de forma dialógica, estabelecendo com os fenômenos que conhece um movimento de reflexão e crítica.
A dialética pode orientar a reflexão crítica do mundo quando o pesquisador começa a interrogar-se sobre o que está por trás da aparência dos fenômenos. A verdade não aparece, ela está escondida nos não ditos nos interditos das relações sociais.
Exercitar o raciocínio dialético é procurar respostas em situações que aparecem como dadas, como naturais quando de fato foram naturalizadas por uma visão de mundo que atende aos interesses de quem domina (classe social), procurando por meio dos canais (escola, meios de comunicação, família e outros) disponibilizados na vida social imprimindo sua visão como sendo a visão do coletivo, isto se chama ideologia de classe.
Desenvolver ciência usando o método dialético é assumir que o saber está contaminado por ideologias e que cabe ao cientista social desvendar o que está escondido na aparência dos fenômenos sociais, particularmente na experiência cotidiana da vida em sociedade.
A aplicação do método dialético nas pesquisas sobre educação permite a desconstrução de verdades postas, contribuindo com a quebra de explicações que tem como foco apenas as aparências dos fenômenos.
Objeto só pode ser exposto depois de ser investigado, analisado, criticamente em suas determinações essenciais.
Com base nessas considerações preliminares, pode-se dizer que o método dialético de Marx pressupõe, sim, dois momentos inseparáveis: a investigação (ou a pesquisa) e a exposição (ou a apresentação). A investigação, ou o método de investigação, é o esforço prévio de apropriação, pelo pensamento, das determinações do conteúdo do objeto no próprio objeto, quer dizer, uma apropriação analítica, reflexiva, do objeto pesquisado antes de sua exposição metódica. E a exposição, ou o método de exposição, não é simplesmente uma auto-exposição do objeto, senão ele seria acrítico, mas é uma exposição crítica do objeto com base em suas contradições, quer dizer, uma exposição crítico-objetiva da lógica interna do objeto, do movimento efetivo do próprio conteúdo do objeto.
Requer aqui, portanto, um trabalho prévio de investigação (“escavação” e “garimpo”), de maturação do objeto, de sua captação com detalhes, de suas formas de evolução, de suas conexões íntimas, para depois expor adequadamente, sistemático e criticamente, a sua lógica interna; vale dizer, é preciso um esforço intelectual de investigação, de apropriação do conteúdo, de apreensão do movimento interno, efetivo, do real, e de exposição, de expressão, ideal desse conteúdo.
O pensamento
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