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INFECÇÕES CUTÂNEAS PARASITÁRIAS - PEDICULOSE

Por:   •  21/3/2018  •  2.092 Palavras (9 Páginas)  •  241 Visualizações

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De acordo com o biólogo Júlio Vianna Barbosa (2013), os casos de pediculose são mais comuns entre crianças na faixa etária escolar, que compartilham objetos de uso pessoal. Não existe uma escola no Brasil em que não tenham casos de pediculose; o que há é a ocultação dos casos e, consequentemente, a proliferação. O piolho é uma praga milenar, se multiplica rapidamente, e é difícil controla-lo pela falta de orientação e pela falta de informações dos casos por conta da vergonha e da timidez. Além disso, as pessoas não sabem utilizar os medicamentos de forma correta e, principalmente, porque nenhum medicamento no mercado nacional ou internacional tem o efeito sobre a lêndea.

O controle da pediculose compreende uma proposta de abordagem interdisciplinar, e políticas de promoção à saúde. Para os estudiosos, a pediculose não deve ser tratada por uma área médica específica, mas tem de ser interdisciplinar e transdisciplinar, e deve ser trabalhada principalmente nas escolas.

No Brasil ocorre a ocultação dos dados porque ainda hoje, por incrível que pareça, a pediculose está de uma forma extremamente equivocada associada à pobreza, à baixa renda, e à falta de higiene. É comum ouvir que as pessoas que têm piolho não tomam banho, são pobres, uma vez que estudos indicam que o piolho gosta de áreas do corpo limpas.

Hoje se tem uma incidência de pediculose no Brasil, segundo alguns estudos, aponta até 40% de infestação. Esse valor não é muito diferente do de outros países, independente de serem desenvolvidos ou não. Nos EUA há cerca de 40 a 50% de pediculose, na Argentina o índice chega a 70%.

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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Os piolhos da cabeça são encontrados mais comumente ao longo da região posterior da cabeça e atrás das orelhas. A olho nu, os ovos assemelham-se a corpos ovais prateados e brilhantes. A picada do inseto provoca intenso prurido, e, com frequência, a arranhadura resultante leva à infecção bacteriana secundária, como impetigo ou furunculose. A infestação é mais comum em crianças e pessoas com cabelos compridos.

No caso do piolho do corpo, as áreas da pele que entram em contato mais próximo com as roupas íntimas (pescoço, tronco e coxas) são principalmente acometidas. O piolho do corpo vive principalmente nas costuras das roupas íntimas e roupas comuns, às quais ele se prende quando perfura a pele com sua probósida. Sua picada provoca pontos hemorrágicos diminutos e característicos. Pode ocorrem escoriação disseminada em consequência do prurido intenso e da arranhadura, particularmente no tronco e no pescoço. Entre as lesões secundárias produzidas, destacam-se as arranhaduras lineares, paralelas e um ligeiro grau eczema. Nos casos de longa duração, a pele pode tornar-se espessa, seca e descamativa, com áreas de pigmentação escura.

O prurido, particularmente à noite, constitui o sintoma mais comum da pediculose pubiana. Uma poeira castanho-avermelhada (excreções dos insetos) pode ser encontrada nas roupas íntimas dos pacientes. A área pubiana deve ser examinada com lente de aumento para visualizar os piolhos que se movem pela haste do pelo ou as lêndeas cimentadas ao pelo ou na junção com a pele. Pode haver infestação dos pelos do tórax, axilas, barba e cílios. Algumas vezes, podem ser observadas máculas azul-acinzentadas no tronco, nas coxas e nas axilas, em consequência da reação da saliva do inseto com a bilirrubina (convertendo em biliverdina) ou pela excreção produzida pelas glândulas salivares do piolho.

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FATORES DE RISCO

Os piolhos do corpo podem transmitir uma riquetsiose epidêmica (p. ex., tifo epidêmico, febre recorrente e febre das trincheiras) para os seres humanos. O agente etiológico pode estar localizado no trato gastrintestinal do inseto e pode ser excretado na superfície da pele da pessoa infestada.

A infestação pelos piolhos pubianos pode coexistir com doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia, herpes ou sífilis.

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DIAGNÓSTICO

Pode ser clínico e epidemiológico. Pode ser uma dermatite seborréica na região ciliar ou blefarite. (BRASIL, 2002)

O diagnóstico é feito baseado na localização das lêndeas (ovos) aderidas ao pêlo, localização do parasita em movimento e prurido no couro cabeludo. A pediculose pubiana é diagnosticada através de prurido na região pubiana, localização das lêndeas aderidas ao pêlo e de crosticulas sangüíneas na pele e roupas. O diagnóstico da pediculose do corpo se evidencia por prurido corporal intenso, pápulas urticadas de centros purpúricos, que são mais comuns no dorso, ombros e nádegas; e localização do parasito e das lêndeas nas dobras das roupas.

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TRATAMENTO

O tratamento da pediculose da cabeça envolve a lavagem dos cabelos com shampoo contendo lindano (kwell) ou compostos de piretrina com butóxido de piperonila (RIDE ou R&C Shampoo). O paciente é instruído a passar xampu no couro cabeludo e nos cabelos, de acordo com as orientações do fabricante do produto. Após enxaguar os cabelos por completo, são penteados com um pente fino mergulhado em vinagre para remover quaisquer lêndeas remanescentes ou carapaças de lêndeas que se desprenderam da haste do cabelo. São extremamente difíceis de remover, e pode ser necessário retira-las uma por uma.

Todos os artigos, roupas, toalhas e roupas de cama que possam conter piolhos ou lêndeas devem ser lavadas em água quente ou – pelo menos a 54° C – ou lavados a seco para evitar uma reinfestação. Os móveis e os estofados, os tapetes e os assoalhos devem ser aspirados com frequência. Os pentes e as escovas também são desinfetados com o xampu. Todos os familiares e contatos íntimos são tratados. As complicações como prurido intenso, piodermite e dermatite, são tratados com agentes antipruriginosos, antibióticos sistêmicos e corticosteroides tópicos.

O paciente com pediculose do corpo é instruído a banhar-se com água e sabão e, em seguida, a aplicar um escabicida prescrito (lindano ou permetrina a 5% [Elimete]) nas áreas afetadas

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