O Empreendedorismo
Por: eduardamaia17 • 16/2/2018 • 1.514 Palavras (7 Páginas) • 271 Visualizações
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Referente a distribuição audiovisual linear, a empresa em questão, tem implantado em seus usuários o sentimento de interação, entusiasmo e acessibilidade quanto o que assistir. Conforme relato, observou-se tal afirmativa:
Você tem que esperar pela sua série que é exibida as quartas-feiras às 20h, esperar pela nova temporada, ver todos os anúncios espalhados em todo lugar sobre a nova temporada, falar com seus amigos no trabalho sobre o quão empolgado você está” (GQ, 2013).
A partir de 2007, a empresa passou a disponibilizar seu conteúdo em formato streaming, apresentando algumas vantagens diante de seus concorrente não-lineares, dentre elas destaca-se a utilização de mensalidade fixa. O usuário terá a comodidade de escolher, dentro do grande acervo, o que quer assistir, em qualquer localidade do mundo, com um valor de aproximadamente R$ 20,00. Tal estratégia, coloca em questão a durabilidade e a prosprecção de filmes on-demand (filmes em demanda) adotados por empresas via cabo. Em entrevista o CEO, da empresa previu que “a partir da próxima década todos viverão em um mundo multiplataforma sob demanda, no qual serviços como o dele terão tamanha oferta de conteúdo que a ideia de pagar por televisão a cabo será inimaginável” (GQ, 2013). Kulesza e Bibbo (2013) reiteram a afirmação do executivo, alegando que a televisão a cabo(distribuição não-linear) disponibiliza uma seleção restrita de filmes e não mais do que cinco episodios de séries, posteriormente excluidos ao final de seu prazo de exibição. Por sua vez, a Netflix, oferece uma infinidade de filmes e temporadas completas de seriados.
Outro ponto de destaque, é a produção de séries, como: House of Cards e Orange is the New Black. Kulesza e Bibbo (2013), acreditam se tratar de uma tática de disponibilização do produto denominada binge watching, e que em tradução significa “assistir até se entupir”. Em estudo, The Wall Street Journal observou um aumento de 38% na quantidade de série assistidas por semana pelos seus assinantes desde 2009 (THE HARVARD CRIMSON, 2013).
Devido sua abrangência ao redor do globo, a Netflix tem de superar barreiras legais para se adaptar as legislações de cada país em que fornece o serviço, que estabelecem diretrizes para funcionamento de empresas de serviços de serviços na internet e, mais especificamente, streaming de dados. Atrelado a isso, estão os problemas de direitos autorais, de forma que nem todo conteúdo fornecido a uma região pode ser disponibilizado a outra região, variando também a quantidade de idiomas ofertados.
Problemas relacionados a internet também trazem grande impacto à empresa. Em regiões em que o custo da internet é muito alto e/ou a qualidade da internet fornecida é baixa, a Netflix não consegue prover para seus consumidores o melhor serviço possível, uma vez que os próprios não possuem disponibilidade para receber quantias elevadas de dados.
Também é importante frisar a relevância de questões de cunho político e econômico na atuação da empresa. Decisões como a de limitação de consumo de dados, que está em discussão entre a agência brasileira que regula telecomunicações (Anatel), podem alterar bruscamente o interesse do consumidor em adquirir serviços de streaming no Brasil, uma vez que serviços de streaming, como provido pela Netflix, consumiriam boa parte da capacidade máxima e ocasionariam na necessidade do usuário pagar taxas extras às operadoras de telecomunicação. Em entrevista ao NexoJornal, Rafael Zanatta, pesquisador em telecomunicações no Idec, afirma que "As pessoas já não usam a internet mais em horário comercial. À noite, chegam em casa e assistem ao Netflix. Em um contexto em que há uma disputa entre as empresas que fornecem serviços de conexão e as que oferecem conteúdo, parece ser uma estratégia de minar o adversário".
Uma vez que grandes partes dos desvios encontrados que impactam no melhor produto são de ordem política e econômica, uma das formas viáveis de se alcançar este mercado é conseguindo gerar debates socioeconômicos em meio à população e assim conscientiza-la de que seus direitos individuais devem ser garantidos. Outra possibilidade é estabelecer parcerias com os provedores de internet para a limitação dos dados não chegar ao seu produto e garantir seu uso sem restrições.
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Referências
KULESZA, J. , Bibbo, U de S.; 2013. A televisão a seu tempo: Netflix inova com produção de conteúdo para o público assistir como e quando achar melhor, mesmo que seja tudo de uma vez. Revista de Radiodifusão. ISSN Print: 1981-4984. ISSN Online: 2236-9619. v.7. doi: 10.18580/radiodifusao.2013.7.112. Web Link: http:// dx.doi.org/10.18580/radiodifusao.2013.7.112
THE HARVARD CRIMSON, 2013. The new binge. Disponível em.Acesso em 20/06/2013.
VARIETY, 2013. Netflix surpasses HBO in U.S. subscribers. Disponível em Acesso em 12/04/2016.
WU, T. Impérios da Comunicação. Do telefone à Internet, da AT&T ao Google. Editora Zahar, 2010
GQ, 2013. And the Award for the Next HBO Goes to... Disponível em . Acesso em 12/04/2016.
ZANATA, 2016. As operadoras querem limitar o quanto você usa a internet. E ONGs veem problema nisso. Disponível emhttps://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/03/15/As-operadoras-querem-limitar-o-quanto-voc%C3%AA-usa-a-internet.-E-ONGs-veem-problema-nisso/>
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