PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUE NAS ORGANIZAÇÕES À LUZ DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Por: Sara • 5/2/2018 • 6.912 Palavras (28 Páginas) • 622 Visualizações
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A divisão entre planejamento e controle nem sempre é clara, no entanto, existem algumas características gerais que ajudam a distinguir os dois.
Segundo Laufer (1990) ‘’o planejamento é uma formalização do que se pretende que aconteça em algum momento no futuro’’. Entretanto, planejar não significa apostar realmente que um evento irá acontecer. Os clientes mudam suas mentes sobre o que querem e quando querem, os fornecedores podem nem sempre cumprir com suas obrigações a tempo, as máquinas podem falhar, ou o pessoal pode estar ausente por motivo de doença.
Para Silva (2003, p. 33-34), ‘’controle é o processo de lidar com mudanças. Isso pode significar que os planos podem ser redesenhados. Ou que uma ‘’intervenção’’ pode ser feita a qualquer momento na operação para que os planos possam girar e voltar aos trilhos’’. Por exemplo, encontrar um novo fornecedor que possa oferecer produtos/serviços rapidamente, fazer reparos em uma máquina que falhou, ou mover a equipe de outra parte da operação para cobrir os ausentes. A parte de controle faz os ajustes que permitem que a operação não sofra tantas interrupções, seu objetivo é alcançar o plano pré-definido. Isso deve ser perseguido com diligência pelo alto escalão administrativo da empresa, bem como pelos responsáveis da gestão do estoque.
“O estoque é definido como a acumulação de recursos materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes estoque também e usado para descrever qualquer recurso armazenado. Não importa o que esta sendo armazenado como estoque, ou onde ele esta posicionado na operação, ele existira porque existe uma diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento e demanda.” (Slack e et al ,1997)
O Controle de estoque representa a maior parte dos custos de uma empresa, ele é necessário para garantir que a empresa tenha os produtos certos na mão, para evitar rupturas na cadeia de produtos, o encolhimento (deterioração/roubo), e para fornecer informações adequadas à contabilidade. Lucena & Filho (2002) enfatizam que “existe um custo dos estoques que aumenta os custos operacionais e diminui os lucros, razão por que a boa administração dos mesmos é essencial”.
A natureza das atividades de planejamento e controle tem a tendência de evoluir ao longo do tempo, mudar, assim como os prazos e as operações. A gerência deve planejar o que eles pretendem fazer, quais recursos são necessários para a organização, e que objetivos elas esperam alcançar, além de estarem aptos para prováveis mudanças ao longo do percurso operacional. A ênfase está em planejamento em vez de controle, porque daí haverá pouco para controlar como tal.
Atualmente os gestores de empresas de manufatura, bem como todas as outras organizações que trabalham com inventários, têm como pontos vitais para garantia do lucro o fluxo de caixa e a gestão de seu estoque. Hoje dentro de uma indústria existem dois estoques divididos: O primeiro, destacado como estoque de matéria prima (insumos), é o maior em volume e em valor dentro das organizações. Geralmente possui um gestor exclusivo para fazer o acompanhamento dos processos logísticos, internos e externos. Acompanhar o planejamento de produção diário, semanal, mensal e anual; acompanhar os inventários, os riscos e os planos de melhorias contínuas. Geralmente os departamentos responsáveis são: o de Planejamento e Controle de Material – PCM e o de Planejamento e Controle de Produção – PCP.
O segundo chama-se estoque geral, onde estão os materiais de limpeza, materiais de manutenção e materiais de escritório. Nesse almoxarifado o valor agregado é menor e o volume também. Podemos dizer que, a razão entre os dois estoques, é de 1/10.
Focar-se-á este estudo, em um planejamento estratégico onde se tem o maior volume de material e maior valor agregado, pois fatalmente, é aí que poderemos aumentar o resultado mensal da organização. Enfatizando a importância do controle de estoque, que envolve desde a aquisição, o cuidado e disposição dos materiais. Pois isso normalmente representa a grande maioria de todas as despesas para o negócio.
Existem três tipos de inventário que são motivo de preocupação para os gestores: Matérias primas; produtos em processo ou semiacabados, e; produtos acabados. Sabe-se que grandes volumes de estoque, significam dinheiro parado na organização não convertido em lucro. Lucro é produto acabado, faturado e expedido, por conta dessa premissa, o Planejamento e Controle da Produção e de Materiais, devem trabalhar muito forte, elencando o seguinte questionamento: Se uma gestão controlar efetivamente esses três tipos de inventário (identificando e eliminando os gargalos), o planejamento e controle de estoque podem gerar proteção contra a obsolescência, deterioração e/ou roubo, maximizando os objetivos das operações e as vantagens do inventário como ferramenta de redução dos custos?
Sabe-se que com o Planejamento e Controle de Estoques a gestão de inventário de um modo geral possui vantagens e desvantagens. As vantagens incluem a possibilidade de que os clientes podem ser servidos rapidamente e convenientemente; permitem operações para atender aumentos inesperados da demanda; é um seguro se houver uma interrupção no fornecimento inesperado fora da operação ou na operação. Já as desvantagens do inventário incluem: manter o estoque em armazéns ou recipientes; a possibilidade dos materiais deteriorarem-se no processo, (evidente que isto é significativo para a indústria de alimentos, cujos produtos têm uma vida limitada); os produtos podem tornar-se obsoletos; moda pode mudar ou rivais comerciais podem apresentar melhores produtos.
Observando-se essas assertivas, e relacionando a este estudo, definiram-se, duas hipóteses para atestar até que ponto a gestão de inventário se correlaciona com a lucratividade organizacional, são elas:
Hipótese 1: (H1: Equilíbrio) Há relações entre a gestão de estoques e a eficácia organizacional.
Hipótese 2: (H2: Relevância) A falta de sistemas de gestão de inventário possuem efeito negativo significativo na organização.
Partido dessas hipóteses surge a questão de pesquisa: De que forma o planejamento estratégico e o controle de estoques nas organizações pode contribuir para um efetivo gerenciamento à luz da Contabilidade Gerencial?
O objetivo geral desta pesquisa é analisar dentre as soluções práticas, em meio às técnicas já existentes de Planejamento e Controle de Estoques, o quanto sistemas integrados
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