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ADMINISTRAÇÃO DE DEVOLUÇÕES DE PRODUTOS PELA LOGÍSTICA REVERSA

Por:   •  20/4/2018  •  4.878 Palavras (20 Páginas)  •  300 Visualizações

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Assim, as organizações têm se voltado para uma responsabilidade social maior contemplando a preservação do meio ambiente. O fluxo logístico reverso já faz parte da prática gerencial de boa parte das empresas. Como por exemplo, fabricantes de bebidas que tem em seu processo, gerenciar todo o retorno de garrafas pets dos pontos de venda até seus centros de distribuição. As siderúrgicas utilizam a sucata gerada por seus clientes como insumos na linha de produção. A indústria de latas de alumínio aproveita sua matéria-prima através da reciclagem das latas descartadas.

Existem outros setores da indústria em que o processo gerencial da logística reversa encontra-se em fase de amadurecimento como nas indústrias de eletrônicos, varejo e automobilística, segmentos estes, que ainda não encontraram meios para lidar com o fluxo de retorno de matérias-primas advindas de devoluções de clientes ou de reaproveitamento para produção.

Vale destacar, que esta preocupação abrange também o governo visto que a questão dos impactos ambientais é um fator de extrema importância, podendo afetar também o equilíbrio econômico.

Na maioria das vezes as empresas não dão muita importância aos produtos devolvidos por não trazerem retorno financeiro, apenas custos, mas priorizam o fluxo de saída normal de seus produtos, o que com a aplicabilidade da logística reversa, a atuação modifica de forma positiva no processo, pois ela busca valorizar os produtos retornados, criando diferencial competitivo frente às demais empresas.

Os métodos da LR possibilitam a reciclagem dos materiais devolvendo-os às linhas de produção como matéria-prima. É nesse contexto que a ISO 14000 através de suas normas, tem incentivado as empresas a reciclarem seus produtos obsoletos, premiando-as com certificados que garantem sua sustentabilidade e competitividade.

Várias empresas varejistas já modificaram seu processo de gestão ambiental, e assim, já reciclam materiais e embalagens descartáveis como: latas de alumínio, garrafas pet, caixas de papelão, entre outros, descartando a visão de transformá-los em lixo.

Esta reintegração dos resíduos ou produtos recuperados na cadeia de abastecimento implica num fluxo de material que altera as atividades logísticas tradicionais como abastecimento, produção, distribuição e consumo, para atividades associadas à logística especial para recolha, inspeção, separação, reprocessamento, deposição e redistribuição de resíduos recuperados.

Portanto, diante da presença de um fluxo de resíduos a serem recuperados torna-se necessário decidir o que será feito com cada uma deles, e para isso, outro processo toma forma, como identificar, avaliar seu estado, e decidir qual o modo de recuperação mais adequado e, após a recuperação, reintroduzi-lo na cadeia de abastecimento.

- METODOLOGIA

Segundo Cervo e Bervian (1996), a metodologia utilizada nesse estudo foi revisão bibliográfica de caráter exploratório, e a produção de dados se deu através de pesquisa em Revistas e Artigos no site da Biblioteca Virtual (BV) no período de 1994 a 2010, buscando por informações sobre a logística reversa e o processo de administração de devoluções de produtos.

- REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 CONCEITUANDO LOGÍSTICA REVERSA

A logística é um processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de produção, e armazenagem de matérias-primas de forma eficiente e de baixo custo, que segundo Fonseca & Silva (2006) faz parte da prática gerencial de qualquer empresa para manter no estoque produtos acabado que atendam as necessidades do cliente.

Já a Logística Reversa é um processo que engloba todos os aspectos da Logística, porém seu diferencial está na recuperação do valor do produto devolvido, além do encaminhamento do descarte para seu destino correto. (ARNUTI & RUPPENTHAL, 2008)

Nesse contexto, inserido na LR está o gerenciamento das operações que compõem o fluxo reverso faz parte da Product Recovery Management (PRM) que no português significa Administração da Recuperação de Produtos, utilizado para gerenciar os componentes como materiais usados e descartados, em que a empresa fabricante é responsável legalmente pelo destino que terão (LACERDA, 2004).

Essas atividades são iguais às que ocorrem em caso de devoluções internas de produtos com defeito em que a produção não foi elaborada corretamente, ou até mesmo, obsoleta por falta de interesse do consumidor na aquisição. Assim, a PRM contorna esses problemas administrativos através da LR.

Muller (2005) destaca que as principais áreas de atuação do sistema PRM são: Tecnologia, Marketing, Informação, Organização, Finanças, LR e administração de operações, setores esses responsáveis pela recuperação dos produtos.

- Na Tecnologia estão incluídos desenho do produto, tecnologia de recuperação e adaptação de processos primários;

- O Marketing está associado à criação de boas condições de mercado para quem está descartando o produto e para os mercados secundários;

- Na Informação o foco é prever a oferta e demanda, assim como à adaptação dos sistemas de informação nas empresas;

- Na Organização está o processo de distribuição das tarefas operacionais aos vários membros de acordo com sua posição na cadeia de suprimentos e estratégias de negócios;

- Nas Finanças o critério é incluir o financiamento das atividades da cadeia e a avaliação dos fluxos de retorno; e,

- Na LR e administração de operações o foco é a recuperação, tanto quanto possível, de valor, econômico e ecológico, dos produtos, componentes e materiais.

O processo de PRM de acordo com Lacerda (2004) reconstrói o valor econômico e ecológico dos materiais, através de quatro níveis de operação: nível de produto, módulo, partes, e material (Quadro 1).

Opções de PRM

Nível de desmontagem

Exigências de qualidade

Produto resultante

Reparo

Produto

Restaurar o produto para pleno funcionamento

Algumas partes reparadas ou substituídas

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