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Histórico da Avaliação

Por:   •  20/11/2018  •  3.746 Palavras (15 Páginas)  •  266 Visualizações

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Preocupado com o quanto a escola cumpria seu papel, Tyler[4] idealizou o propósito de serem levantadas informações detalhadas dessa instituição que dessem aos formuladores de política e seus gestores as mesma, condições de “aprimorar o programa instrucional, reformulando-o naquilo em que fosse deficiente ou inoperante” (VIANNA, 1989,). Com Tyler, nasceu a concepção de avaliação por objetivo, que deveria ser vista como um processo de verificação de quanto os objetivos educacionais estavam sendo alcançados pelo programa de ensino, seu alvo básico de investigação. Esses objetivos educacionais se referiam ao que se podia observar segundo uma linha positivista de pesquisa, ou seja, os comportamentos se traduziriam em objetivos educacionais.

Desse modo, a quantificação foi muito relevante no modelo de Tyler com ênfase nos objetivos a serem atingidos, e tinha como finalidade conhecer o quanto o currículo da escola se aproximava da realidade em que estava inserida, informar os atores do sistema educativo se os objetivos educacionais estavam sendo atingidos, sendo que para isso deveriam ser levantados diversos tipos de instrumentos para coletar as informações precisas, diferenciando do modelo simplificado em testes padronizados, conforme os psicometristas. Além disso, Tyler previa mais de um julgamento para registrar a ocorrência de mudanças (DEPRESBITERIS, 1989), ou seja, “uma avaliação educacional envolve pelo menos duas apreciações [...] para que a mudança seja medida” (TYLER, 1969 apud SOUSA, 1997,32) como também envolve a participação de todos envolvidos no processo educacional (VIANNA, 1989).

A avaliação por objetivos influenciou sobremaneira a prática escolar, que passou a definir como competente aquele professor que sabia delimitar bem os objetivos instrucionais que deveriam ser alcançados. Ou seja, a partir de uma ótica positivista, “o critério de competência do professor deslocou-se do ‘saber fazer’ no concreto para o ‘saber planejar o que fazer no papel’” (Franco 1997). Quanto à diversidade de instrumentos avaliativos, isto ficou em suspenso, pois a prova sempre se caracterizou como instrumento único, sendo que só recentemente tem se observado uma pequena mudança, e de forma isolada, mais com intuito de ajudar na nota do que colher informações para apreciar mudanças na qualidade do aprendizado. O trabalho é proposto ao aluno, depois das provas realizadas, quando ele não apresenta nota suficiente para ser promovido para a série seguinte, ou para evitar uma recuperação. Esta prática é muito comum nas escolas e na universidade, situação em que o próprio aluno, quando não tem sucesso numa prova, pede que o professor passe um trabalho. Às vezes é proposto pelo professor, já pensando que só pela prova tem-se certeza que os alunos não vão conseguir a aprovação direta.

A constituição do campo científico da avaliação teve a significativa Lee J. Cronbach que, segundo Vianna (1989), discutiu em seu artigo “Evaluation for course improvement” (1963), considerando quatro aspectos de extrema importância para avaliação:

a) a avaliação associada ao processo de tomada de decisão;

b) os papéis da avaliação no processo educacional educacional;

c) o desempenho do estudante como critério de avaliação de cursos;

d) as técnicas de medida à disposição do avaliador educacional.

Segundo Vianna (1989), Cronbach (1963), através de suas idéias, influenciou outros dois estudiosos, Stake (1977) e Scriven (1978), que se apresentaram como fundamentais para o aprofundamento sobre o estudo da avaliação.

Para Vianna (1989), Stake (1977) é considerado como um dos principais colaboradores nos estudos sobre avaliação, procurou responder problemas específicos colocados pelas instituições (direção, equipe técnica, corpo docente) e o avaliador. Ampliou as discussões sobre as diferenças epistemológicas entre pesquisa e avaliação quantitativa e qualitativa e definiu as características do estudo de caso como forma de pesquisa, dando uma grande contribuição à

avaliação educacional.

Michel Scriven revolucionou a teoria da avaliação, em 1967, com a publicação de The Methodology of Evaluation, em criando os conceitos da avaliação formativa e avaliação somativa. O caráter revolucionário que lhe atribuímos se refere à possibilidade que ele ensejou de por a avaliação a serviço da aprendizagem do aluno e desvinculada do processo seletivo da sociedade como diversos autores teorizaram, duas décadas depois. Antes de Scriven (1967), após um ciclo de intervenções pedagógicas, fazia-se um teste (avaliação somativa) para detectar quais os objetivos alcançados num programa de ensino. Com ele, a forma como se dava o processo (avaliação formativa) passou a ser considerada para possibilitar intervenções no processo enquanto ele ainda estava em curso. Este autor, não se contentava nas suas análises apenas com os objetivos predeterminados no programa, pois considerava que há objetivos que surgem no desenvolver de um curso, chegando inclusive a propor que os objetivos para um programa de ensino deveriam ser descobertos na observação da produção dos alunos (SOUSA, 1998). Entretanto, as suas idéias se restringiram à avaliação de currículo, sendo mais uma vez Cronbach o primeiro a utilizar a avaliação formativa no processo ensino-aprendizagem (CARDINET, 1986).

O trabalho de Scriven foi também tomado como referência por Benjamim S. Bloom, que, com os seus colaboradores, publicou, em 1971 - Handbook on Formative and Summative Evaluation of Student Learning - dando sua contribuição no sentido de construir “uma taxonomia que permitisse um sistema coerente de ensino e avaliação” (DEPRESBITERIS, 1989,). Ele criticou a distribuição de resultados em uma curva normal, pois, segundo ele, “se o professor é eficaz em sua instrução, a distribuição dos rendimentos dos alunos deve ser muito diferente daquela apresentada por uma curva” (DEPRESBITERIS, 1989, p. 10). Idealizou então a pedagogia para o domínio, cujo pressuposto é que todos os alunos têm competência para aprender, bastando que os meios para ajudá-los de forma diferenciada sejam encontrados. A sua crítica à norma se resume ao fato de que “as aplicações sucessivas demonstravam que critérios selecionados, atingidos pelos melhores estudantes em um ano, eram atingidos pela maioria dos estudantes em período posterior” (DEPRESBITERIS, 1989,). Ele deu os primeiros passos para o ensino individualizado, utilizando para isso a avaliação

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