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A Sinestesia e Gradação

Por:   •  19/6/2018  •  1.509 Palavras (7 Páginas)  •  414 Visualizações

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É usada para aumentar a expressividade da mensagem tanto na linguagem oral ou na escrita. Com o recurso da sinestesia ampliamos, enfatizamos o sentido de cada termo através de adjetivos e diferentes termos.

É a transferência de percepções da esfera de um sentido para a de outro, do que resulta uma fusão de impressões sensoriais de grande poder sugestivo, em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Podemos encontrar vários exemplos no que tange sinestesia em nosso dia-a-dia.

Exemplos: - Sua voz doce e aveludada era uma caricia para os meus ouvidos. (Voz: sensação auditiva; doce: sensação gustativa; aveludada: sensação tátil)

- O grito friorento das marrecas povoava de terror o ronco medonho da cheia. (Grito: sensação auditiva; Friorento: sensação tátil) -Bernardo Élis.

- Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (Grito: sensação auditiva; áspero: sensação tátil)

- No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (Silêncio: sensação auditivo; negro: sensação visual)

- A luz crua da madrugada invadia meu quarto. (Luz: sensação visual; crua: sensação gustativa)

- Raquel tem um olhar frio e desesperador. (Olhar: sensação visual: frio: sensação tátil)

- Um áspero sabor de indiferença a atormentava. (Áspero: sensação tátil: sabor: sensação gustativa)

- A sua voz áspera intimidava a plateia. (Voz: sensação auditiva; áspero: sensação tátil)

- Um grito áspero revelava todo o seu medo. (Grito: sensação auditiva; áspero: sensação tátil)

- Uma melodia azul tomou conta dá sala.

- Fere-me a vista essa brancura quente.

Encontramos na Bíblia Sagrada inúmeras figuras de linguagem, sendo utilizado para acrescentar cor e vida, “O Senhor é a minha rocha” (Sl. 18:2), para chamar a atenção do leitor o qual fica claro na advertência de Paulo em Fp. 3:2, cuidado com os cães. Inclusive encontramos exemplos de sinestesia que tem sido objeto de nosso estudo, podemos verificar quando sábio Salomão diz: [...] porque a tua voz é doce [...] (Ct. 2:14).

GRADAÇÂO

Diferente do que podemos observar em sinestesia que faz a mistura de expressões gramaticais com os nossos sentidos, a gradação consiste em enumerar uma sequência de palavras sinônimas ou não, que intensificam uma mesma ideia, quando a progressão for ascendente temos o clímax e quando é descendente temos o anticlímax, e que se encaixa em figuras de pensamento

Leia este trecho da obra de Machado de Assis:

“Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados (...)”.

Observe que as ideias dispostas nesse texto estão organizadas seguindo uma ordem progressiva, ou seja, de uma menor proporção para uma maior.

Agora veja esse outro exemplo, retirado da obra de Monteiro Lobato:

“Eu era pobre. Era subalterno. Era nada. ”

Observe que as ideias continuam dispostas numa mesma ordem progressiva, só que agora segue uma proporção decrescente. Em ambos os casos ocorre a gradação, figura de linguagem que consiste em organizar uma sequência de palavras ou frases no sentido de intensificar progressivamente uma determinada ideia.

O nome clímax é também dado a essa figura de linguagem em virtude de ela se dispor da mesma maneira do “clímax” enquanto característica do romance, momento de maior tensão da narrativa, que antecede o desfecho. Alguns gramáticos consideram que, quando a gradação ocorre de maneira decrescente, configura-se o “anticlímax”.

Outros casos de onde ocorre a gradação:

“Ninguém deve aproximar-se da jaula, o felino poderá enfurecer-se, quebrar as grades, despedaçar meio mundo”. (Murilo Mendes)

Segundo o site: http://www.vestibular.uol.com.br figuras de pensamento são recursos estilísticos para tornar nossa expressão mais contundente e provocar impacto no ouvinte ou leitor. Entretanto, o efeito que provocam origina-se mais das ideias que estão por trás das palavras do que por elas mesmas ou pela construção das frases. São também chamadas de figuras de imagística, pois tem o objetivo de apelar à imaginação do leitor.

Podemos encontrar exemplos de gradação com mais facilidades na construção de uma narrativa: [...]. Cotejava o passado com o presente. Quem era há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Tunis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, [...]. Neste primeiro exemplo vemos uma progressão ascendente (clímax), outro exemplo mais comum é na construção de um poema: "Ó não guardes, que a madura idade te converta essa flor, essa beleza, em terra, em cinzas, em pó, em sombra, em nada." (G. de Matos), observamos que neste segundo exemplo vemos uma progressão descendente, ou seja, um anticlímax.

Os exemplos de gradação não se limitam somente a uma música ou a uma narrativa, ela está presente no livro mais vendido em todo mundo, a Bíblia Sagrada, o qual pode citar o Livro de Salmos 91:7 “Mil poderão cair ao teu lado e dez mil a tua direita, mas tu não serás atingindo. ”, observa-se um clímax com progressão ascendente. Encontramos outro exemplo na primeira carta de Paulo aos Coríntios no cap. 13:7 “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. ”

3 CONCLUSÂO

Pela observação dos aspectos analisados é necessário que o estudo das figuras linguagem e suas ramificações, tais como sinestesia e gradação, venha se torna ainda mais profundo, visto que para o entendimento de poemas e/ou narrativas tanto

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