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Tambor de Crioula: Alguns Elementos

Por:   •  16/12/2017  •  2.236 Palavras (9 Páginas)  •  457 Visualizações

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Assim como no bumba Boi, no Tambor de Crioula é possível estabelecer sotaques/ritmos diferenciados, algumas com “alvoroçadas”, “corridas”, e lentas”, “cadenciadas”, e, a “paixão na toada”, marcam algumas diferenças de ritmos no Tambor de Crioula.

Vestimenta

Para as mulheres, saia de chitão florido, bem rodada, para acentuar o movimento, anágua por baixo das saias, blusa branca de renda, com babado na gola, torso na cabeça, colares, geralmente descalças. Para homens, calça, camisa de botão e chapéu de couro ou de palha. Comida - A comida na festa de São Benedito adquire uma importância significativa. Distribuí-la não representa apenas alimentar os convidados, mas seguir o exemplo de caridade do santo, demonstrar abundância, superação das dificuldades. E o seu preparo além de unir brincantes e comunidade, revela aspectos fundamentais para a continuidade dessas práticas. O cardápio é popular: galinha, carne de gado e porco, torta de camarão, maçarão, tapioca, farofa, bolos.

Dança

O Tambor de crioulas está entre as danças chamadas de umbigada, que existe em vários lugares do mundo, que são essas danças circulares, onde, se forma uma roda, uma ou duas vão ao centro, quando essas mulheres convidam as que estão ao redor para adentrar ao centro encosta umbigo com umbigo, daí o nome. Uma dançante de cada vez faz evoluções diante dos tambozeiros, enquanto as demais, completando a roda entre tocadores e cantadores, fazem pequenos movimentos para a esquerda e a direita; esperando a vez de receber a punga e ir substituir a que está no meio. A punga é dada geralmente no abdômen, no tórax, ou passada com as mãos, numa espécie de cumprimento. Quando a coreira que está dançando quer ser substituída, vai em direção a uma companheira e aplica-lhe a punga. A que recebe, vai ao centro e dança para cada um dos tocadores, requebrando-se em frente do tambor grande, do meião e o pequeno, e repete tudo de novo até procurar uma substituta.

Os Lugares

As chamadas sedes, em sua maioria localiza-se na casa ou em espaço anexo dos “donos” ou “donas” do tambor. O termo sede provavelmente tornou-se corriqueiro por conta de uma certa obrigatoriedade de registro de pessoa jurídica e estatuto próprio.

O lugar do santo fica por conta de São Benedito, no qual a grande maioria dos tambores de crioulas é feito como pagamento de promessa ao santo católico, que na religião afro-brasileira Tambor de Mina é sincretizado com Vereketi. Para alguns o tambor do tambor só se justifica se em louvor a São Benedito, ou outro santo festejado. Outros o tambor seria uma diversão, sendo a presença do santo só se justificaria quando está se pagando promessa.

Em seu lugar de espetáculo o tambor de Crioula teria, segundo alguns participantes, saído das “casas” para a apresentação de espetáculo por volta da década de setenta. E teria duas datas no qual é utilizado pelo Estado para mostrar as “raízes culturais” do Maranhão, como brincadeira típica, Carnaval e São João. Foram elencados aspectos positivos dessa espetacularização, como a divulgação, a quebra do preconceito, a renda gerada; e aspectos negativos como, a perda da originalidade, o oportunismo na criação de grupos, a burocratização na relação com o Estado.

Comidas e Bebidas

A comida é considera de extrema importância no Tambor de Crioula, pois para os devotos, a mesa deve ser farta porque está relacionada às histórias sobre São Benedito, que teria sido cozinheiro, escravo, que distribuía alimentos aos pobres.

Há preparação para a festa requer muitos recursos financeiros e ajuda de pessoas, por isso parentes, amigos e participantes de outros tambores são recrutados para ajudar nas tarefas. Por isso as atividades são dividas, há o grupo encarregado de matar os animais; aqueles que vão prepará-los; os amigos que cuidam das bebidas; quem prepara os bolos; os responsáveis pela festa dançante, pela checagem dos instrumentos do tambor, pela ornamentação do altar do santo e da casa.

A comida da festa geralmente são: galinha, carne de gado e porco, torta de camarão, macarrão, farofa e bolos. Tendo com destaque também o bolo de tapioca e a carne de porco, como elementos da manutenção da tradição da festa de Tambor Crioula.

É importante destacar que fora da festa para São Benedito, nas apresentações feita no Carnaval e São João no qual os horários são definidos pelos órgãos da cultura, a comida tem sua função restrita de fortalecer os brincantes para extensas apresentações durante os circuitos. Nessas ocasiões a alimentação fica com os chamados lanches, pela sua facilidade no preparo e por serem rápidos para serem consumidos.

Outro elemento bastante importante nas apresentações de Tambor de Crioula, é a bebida, sua relevância para animar os brincantes, ajudar na batida do tambor, aquecer a voz, matar a sede, da resistência para os brincantes dançarem a noite toda. Dentre tantas bebidas da festa, como o conhaque, o vinho, cervejas, a preferida é sem dúvida é a cachaça, vários grupos já fizeram toadas para lembrar a importância da bebida para o tambor.

O Tambor de Tabocas

Ainda pouco conhecido na ilha de São Luís, o Tambor de Taboca é feito por quatro ou cinco pequenos tambores feito de taboca e bambu. O tocador socar com as mãos e bate no chão se transformando em mais um instrumento musical. Apesar de vários elementos do Tambor de Crioula, não se pode dizer que o Tambor de Taboca seria uma espécie de variação desse último, tendo vários elementos próprios em sua manifestação.

Seu surgimento ainda é bastante indefinido por possuir bastante versões, uma delas revela ter surgido com os povos indígenas, Estes, vendo os negros divertirem-se com os tambores de madeira, “e tendo mania de imitar tudo”, inventaram instrumentos semelhantes para os “cabocos” dançarem. No lugar de madeira e couro, coletaram bambus, ocaram e bateram em cima de pedaços de madeira com o objetivo de “tirar o som”.

Batismo

O batismo acontece todos os anos, é feito comumente, antes da primeira apresentação com novas indumentárias, instrumentos, e/ou no festejo principal, como São João. Há um consenso entre os donos dos Tambores que o batismo serve para reafirmar o elo entre o santo e a festa, entre os brincantes e grupo. A pessoa escolha para comandar o batismo geralmente um rezador ou rezadeira, por ter mais legitimação

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