Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Ocupação Econômica: A cana-de-açúcar

Por:   •  23/10/2017  •  1.756 Palavras (8 Páginas)  •  536 Visualizações

Página 1 de 8

...

- A mão-de-obra:

No início da colonização, um problema evidente no povoamento da colônia seria o fato de Portugal possuir uma população muito pequena. Uma das estratégias adotadas por Portugal foi a miscigenação, ou seja, Portugal enviava somente homens em suas expedições de povoamento para ocorrer uma mistura de povos entre os europeus e indígenas. Além desse fator populacional, outro fato que atrapalhou o povoamento da colônia foi que, os libertos da servidão medieval não desejavam imigrar para a América e ter de ir para um local desconhecido, enfrentar os indígenas e ter que trabalhar no campo incessantemente.

Um dos “ensinamentos” do mercantilismo é que o país utiliza mão-de-obra de valor baixo. A solução encontrada por Portugal, foi a implementação da escravidão, que já era adotada em outras colônias portuguesas. No início Portugal tentou utilizar a mão-de-obra indígena, porém por vários fatores, Portugal teve de substituir essa mão-de-obra indígena, pela mão-de-obra escrava. Contudo, na dura realidade colonial, as dificuldades encontradas pelos senhores de engenho com a mão-de-obra escassa e pouco produtiva foram evidentes no começo da produção açucareira.

- Os “negros da terra”:

Nos primeiros anos da colonização, quando a única atividade econômica desenvolvida era a exploração do pau-brasil, negociava-se o trabalho do nativo por meio do escambo, ou seja, a troca de mercadorias, que no caso dos indígenas era o trabalho, por mercadorias desconhecidas pelos índios, que em alguns casos não tinham grande valor comercial. Com a efetivação da colonização e o estabelecimento das plantations de cana-de-açúcar, o indígena passou a ser amplamente utilizado como escravo. Embora os jesuítas lutassem contra isso e o Estado português decretasse leis proibindo a escravidão indígena, o índio foi escravizado nos engenhos de açúcar até pelo menos a década de 1570.

Porém, o período de escravidão em que se utilizou a mão-de-obra indígena foi marcado por muitas lutas e fugas dos nativos, não porque eles eram preguiçosos e sim pelo fato de que os índios, não estavam acostumados com o trabalho sistematizado em sua sociedade e cultura, pois o trabalho feito em sua sociedade era feito para o sustento de sua tribo.

No final do século XVI, essa mão-de-obra progressivamente começou a ser substituída nas áreas açucareiras pela dos escravos africanos. Porém,, nas regiões relativamente isoladas do restante da colônia, sobretudo em São Vicente e no Norte, a escravidão indígena permaneceu presente por mais tempo, até meados do século XVIII, quando, em 1755, foi finalmente reconhecida em lei a liberdade do índio.

- A substituição da mão-de-obra:

A mão-de-obra indígena foi substituída por vários fatores, porém, muito se falava que ela ocorreu devido ao fato do índio ser preguiçoso e não estar acostumado ao trabalho, enquanto o negro estava acostumado com o trabalho pesado e era apto para ele. Com o tempo, essa explicação foi desfeita.

De fato, os indígenas não tinham, em sua estrutura social, algo semelhante ao trabalho sistemático e ordenado que era exigido pelos senhores de engenho. Nas sociedades indígenas, o trabalho voltava-se exclusivamente para o sustento da família e da tribo, obtido nas matas e rios, quase sempre abundantes em alimentos. A vida baseada no trabalho disciplinado e compulsório dos engenhos era incompatível com o modo de vida deles. Por isso, episódios de resistência, fuga e luta foram frequentes na colônia, no transcorrer do século XVI, sobretudo no Nordeste. Diante da desagregação e do extermínio de suas sociedades, vários povos penetraram cada vez mais pelo interior, o que dificultava seu apresamento.

Ainda em meados desse século, milhares de mortes ocasionadas por epidemias e doenças transmitidas pelos brancos, como varíola e gripe, tornaram a escravização do índio muito difícil, pois os índios que não fugiam morriam nas plantações.

Outra teoria, fundada em conceitos econômicos, relacionava a substituição da mão-de-obra escrava indígena pela dos negros aos interesses do tráfico negreiro, que constituía uma atividade econômica altamente rentável, em um comércio semelhante ao

Na década de 1550, chegaram ao Brasil oficialmente os primeiros escravos negros trazidos pelo estado. Entre 1560 e 1570, o tráfico e a entrada de africanos escravizados cresceram de forma incessante, a maioria deles destinada às principais capitanias hereditárias, Nordeste, sobretudo onde ficam atualmente Bahia e Pernambuco. Os escravos realizavam todas as atividades vinculadas ao açúcar, desde o cultivo da cana-de-açúcar até a manufatura do produto, sofrendo vários tipos de opressão e acidentes no campo e nas fornalhas.

Dessa maneira encaminhou-se o problema da mão-de-obra na economia açucareira. Entretanto, a presença dos escravos negros no Brasil não se restringiu ao universo econômico, na realidade, o ingresso incessante de africanos escravizados até o século XIX marcou o cotidiano e o modo de vida do Brasil Colônia, assim como a história do país como um todo.

- A dinâmica da economia açucareira:

Iniciada na década de 1530, a produção açucareira manteve uma dinâmica muito desigual no tempo e no espaço. Alternando conjunturas de crescimento e decadência, nunca cessou ou desapareceu completamente, permanecendo com relativa importância econômica durante toso o período colonial.

De sua implantação na colônia até o começo do século XVII, a produção canavieira foi vigorosa, desenvolveu-se muito, sobre tudo pelo crescimento da demanda europeia e pela pequena concorrência no mercado internacional. Por volta de 1580, o Brasil já era o maior produtor de açúcar do mundo. Porém, já em 1620 a produção açucareira começou a sofrer suas primeiras complicações: os problemas políticos e econômicos na Europa determinaram uma queda na demanda, e as invasões holandesas, iniciadas em 1624 no Nordeste, desorganizaram a produção. Os trinta e poucos anos de conflitos e guerras pelo açúcar, protagonizados por portugueses, brasileiros e holandeses, atrapalharam de maneira geral a produção na colônia. Entretanto, em Pernambuco, a presença dos holandeses nos anos 1630 e 1640, principalmente durante o governo de Maurício de Nassau, colaborara para desenvolver a produção açucareira, além

...

Baixar como  txt (12.1 Kb)   pdf (92.2 Kb)   docx (14.3 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no Essays.club