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A Invenção do Nordeste

Por:   •  24/3/2018  •  1.121 Palavras (5 Páginas)  •  350 Visualizações

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Na produção literária brasileira, o regionalismo já se manifestava desde a década de cinqüenta e sessenta do século XIX, sendo que a vinculação dos intelectuais brasileiros a interesses locais é que, em grande medida, torna a segmentação regionalista um dos aspectos determinantes da produção artístico-cultural do país. Muitos consideram o regionalismo como uma das primeiras vias de auto definição da consciência local, sendo o regional para o intelectual regionalista um desfilar de elementos culturais raros.

Uma das primeiras obras a contestar o regionalismo literário falso e exótico foi Lobato, sem sua obra Urupês, onde procura focalizar momentos da vida social do interior, com ironia, sarcasmo, criticando a falta de políticas de modernização do interior do país,mesmo ele afirmando que desacredita na capacidade desse homens que habitam a região norte, sendo visto como, por natureza, preguiçosos e sem iniciativa. Para Lobato, o verdadeiro Brasil, o que queria mostrar, era o Brasil do interior, não era o Brasil artificial, macaqueado do estrangeiro.

O cacto, por exemplo, passa a ser um signo de brasilidade, do primitivismo,ou seja, da nossa realidade, nos quadros de Tarsila do Amaral, surgir em paisagens que nada tem a ver com o natural da caatinga nordestina onde é predominante. O Regionalismo literário naturalista que aguçava tanto no norte como no sul do país contribuem para a emergência do recorte regional Nordeste.

Os conflitos entre norte e sul, são analisados no ultimo tópico do capitulo, onde Durval faz referência a alguns autores que questionavam sobre o dilaceramento da nacionalidade entre uma civilização de brancos no sul e a predominância mestiça e negra no norte, onde se considerava no sul e especificamente em São Paulo o centro de elementos arianos, um local de superioridade em todos os aspectos. Essa divisão entre norte e sul preocupava na organização política do país, tornando-a caótica, regionalista, oligárquica, o que somada com as pressões vindas do exterior, inibiria a formação de um espírito nacional e de um estado verdadeiramente nacional.

Durval menciona um absurdo, em relação a ideologia dos naturalista. Ao dizer que o norte estava inferior ao sul, pelo seu clima quente e úmido, que gerava o abatimento físico e intelectual, levando a superficialidade e ao nervosismo, ou seja, o norte estaria condenado pelo clima.

O discurso, em relação a influência do meio era a grande arma política regionalista nortista, desde que a seca foi descoberta em 1877, como um tema que mobilizava para exigir recursos financeiros em obras do Estado, todos os problemas no norte são atribuída a seca. Sendo que o ano de 1877 foi o marco para a decadência do norte, pois foi nesse momento que obrigou a transferência de uma grande quantidade de escravos para o sul, regionalizando o mercado de trabalho, destruindo solidariedades escravistas ao Norte.

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