Praça dos Cristais

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No entanto as obras de reforma reverteram esta situação e devolveram vida e beleza ao lugar. Todavia é preciso mostrar as modificações que o projeto sofreu durante o processo de implantação e após as obras de reforma. Mesmo sendo poucas, algumas mudanças interferem na concepção original de Burle Marx.

As principais alterações durante a execução se deram no arredondamento dos dois vértices do triângulo localizados na Avenida do Exército e no estacionamento inserido na entrada da praça, cortando a unicidade da forma fechada que é o triangulo e comprometendo a visual da entrada e interferindo nos mosaicos do piso.

Já após as obras, a alteração mais marcante foi no lago central. Propunha-se uma grande variedade de plantas aquáticas, formando massas vegetais e variações cromáticas. Mas o que se vê hoje é apenas água com alguns tímidos canteiros, que não foram propostos, perdidos no meio aquático. Essa situação contraria até mesmo o projeto de reforma, que manteve todas as composições volumétricas propostas por Burle Marx, apenas trocou algumas espécies que não se adaptavam ao clima local. Também foram inseridos, talvez para manutenção, alguns caminhos ligando os grandes canteiros no meio do lago, em formato de peças quadradas alternadas por água, poluindo visualmente a composição.

A análise comparativa do projeto proposto e do implantado hoje nota-se que a alteração mais grave é a falta de vegetação aquática, que compromete muito a intenção do paisagista e deixa o espaço vazio e sem cor, tornando-se necessário replantar a vegetação que um dia deu vida àquelas águas tranquilas.

No entanto, apesar das falhas no projeto atual, o que mais preocupa é a preservação da praça hoje, feita de modo insustentável, centrado apenas na manutenção dos jardins. Os altos gastos com a manutenção e a falta de apropriação por parte da população aliada a pouca divulgação deste espaço compromete sua integridade futura e uma vez que os cidadãos deixam de freqüentar a praça, o valor memorial perde o sentido.