A Fundação Radier Protendido

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Para a escolha do tipo de fundação a ser utilizado na construção deve se conhecer quais serão as cargas solicitadas e as características do solo que irá suportá-las. Por isso é importante entender que não há um melhor tipo de elemento de fundação, mas sim, aquele que funcionará melhor de acordo com as condições do empreendimento.

O radier de concreto protendido, objeto de estudo deste trabalho, trata-se de uma fundação rasa, que funciona como uma laje que irá receber todos os pilares da obra, através dele as cargas serão igualmente distribuídas para o solo (PRUNDENCIO, 2011). Ele é composto por uma armadura ativa, um aço altamente resistente utilizado para protender o concreto, usualmente constituído por cordoalha engraxada e plastificada formada por sete fios (TECHNE, 2012). É um procedimento bastante prático e que requer um trabalho muito simples na obra. Segundo Joppert 2007, por ser uma fundação direta, não necessita de equipamentos e mão de obra especializada o que agrega um menor custo para a construção em comparação com fundações profundas.

Esta técnica construtiva é de grande ascensão em países como os Estados Unidos, onde vem sendo aplicada amplamente desde a década de 60 e se espalhando pelo mundo. No Brasil, Fortaleza foi a primeira cidade a receber fundações tipo radier protendido com cordoalhas engraxadas, e foi executado em edifícios residenciais de 2, 7, 12 e 15 andares, mas já se espalhou para capitais como Maceió, Natal, Recife, etc. (Dória, 2007).

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- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

- Fundação Rasa Tipo Radier Concreto Protendido

A fundação é a base da construção, ela é encarregada por transmitir as cargas da construção para o solo. Pode ser classificada como fundações rasas ou profundas, e são dimensionadas a depender do porte da edificação e do solo que está trabalhando, pois cada situação exige uma fundação que se adequa melhor. Um exemplo é a fundação rasa tipo radier, constituída por uma laje ininterrupta que abrange toda a área a ser edificada, partilhando de forma constante a carga dos pilares para o solo, que pode ser confeccionado com concreto armado, concreto reforçado com fibras ou concreto protendido (PET ENGENHARIA CIVIL UFJF, 2013).

A fundação rasa tipo radier concreto protendido (Figura 1), cujo o nome protendido tem origem da palavra protensão, que induz a aplicação preliminar de tensões nos aços de protensão a serem utilizados no concreto, ou seja, a armadura longitudinal principal deste concreto sofre um alongamento que é aplicado através de macaco hidráulico para protensão (Figura 2) desta forma parte ou quase toda a armadura é considerada ativa, devido as tensões aplicadas preliminarmente (CARVALHO, 2012; DÓRIA, 2007).

De acordo com a NORMA 6118:2003, no seu item 3.1.6 entende-se por armadura ativa (de protensão): “Constituída por barra, fios isolados ou cordoalhas, destinada à produção de forças de protensão, isto é, na qual se aplica um pré-alongamento inicial”. Esta armadura ativa, possui alta resistência, é responsável por transmitir forças de protensão para o concreto, essa transmissão é ocorrida através da adesão entre a armadura ativa e o concreto (BASTO, 2015).

Existem três tipos de aderência da armadura de protensão e o concreto, a primeira delas seria a aderência inicial ou a pré-tração quando o aço é tensionado e logo após o concreto é projetado, assim que o concreto se torna enrijecido, são eliminadas as extremidades do aço e ele se comporta como um elástico, mas o aço não volta ao seu estado inicial, pois está coberto por concreto e tende a ser comprimido. O segundo é com aderência posterior ou pós-tração o tensionamento é introduzido quando o concreto atinge sua resistência desejada, ou seja, o aço é colocado dentro do concreto já curado e depois é feito o tensionamento. A técnica de pós-tração pode ser realizada de duas formas, sendo uma delas através da bainha metálica, onde vem várias cordoalhas, e após o processo de tensionamento de pós-tração é inserido uma mistura homogênea de água com cimento, mediante uma bomba especial, no meio do tubo metálico. Essa mistura completa os espaços vazios que persistem entre a bainha e as cordoalhas. A outra situação a cordoalha é envolvida por uma capa que contém graxa para proteção permanente contra corrosão e é desenvolvido todo o procedimento de pós-tensão, mas neste caso o aço jamais entrará em contato com o concreto, sendo considerado é sem aderência (GRANDES CONSTRUÇÕES, 2012).

O aço protendido que é utilizado dentro do concreto já se encontra tracionado, devido a uma pré-tração que é aplicado preliminarmente. Com isso, a armadura não precisa esperar o concreto se locomover para o aço ser ativado e então começar a suporta os esforços. Desta forma, ela se diferencia da armadura passiva, que é a armadura utilizada no concreto armado, que ocorre o efeito contrário da armadura ativa, onde é necessário haver uma movimentação do concreto para que ela possa ser ativada. Um dos pontos que diferencia a armadura ativa da passiva seria o aço que está se trabalhando, no caso da armadura ativa esse aço sofre um pré- alongamento e outro caso a armadura não sofre esse pré-alongamento, com isso cada uma possui características específicas para sua utilização, sendo a armadura ativa aplicada, habitualmente, em grandes vãos livres e a armadura passiva utilizada em vãos menores (CARVALHO, 2012).

Os elementos de concreto protendido possui características específicas como o alongamento do aço por meio de equipamentos especiais destinado a protensão. Dessa forma, o aço torna o concreto mais resistente, disposto a receber uma maior carga, inibindo ou restringindo o aparecimento de fissuras e a movimentação dos elementos estruturais da edificação, como também proporciona a melhor utilização do aço de alta resistência no estado limite último (ELU) ( CARVALHO, 2012).

Aliando o concreto protendido a fundação é possível superar limitações que o concreto armado se restringia. Usualmente, utilizada quando se exige um grande vão na estrutura, porém, também pode ser utilizada em obras de pequeno porte. No entanto, esse tipo de fundação exige um maior cuidado em sua execução, como também trabalhadores qualificados para desenvolverem o serviço (PORDEUS, 2009).

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Figura 1 – Fundação de radier com concreto protendido. Fonte: Equipe