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Candidiase induzida por antibioticoterapia prolongada

Por:   •  22/1/2018  •  2.849 Palavras (12 Páginas)  •  379 Visualizações

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Os fatores que mais influenciam na incidência desta infecção é a redução da atividade ou eficiência do sistema imunológico provocados por fatores como: administração de antimicrobianos intravenoso, por tempo prolongado, o qual reduz a população bacteriana estável2.

Em paciente submetidos a tratamentos radioterápicos devido às neoplasias malignas, são bem mais acometidos por infecções na cavidade bucal, pois é um ambiente bem colonizado, tanto por bactérias, quanto por fungos. O risco de aumento para a candidíase oral nestes pacientes decorre provavelmente da diminuição do trabalho das glândulas salivares, devido à exposição a altos níveis radioativos3.

Infecção secundárias por Candidas spp. vêm se tornando muito comuns em periodontites crônicas. Essas infecções, na sua maioria são provocadas por bactérias, que irão ser tratadas comumente com antimicrobianos de amplo espectro e, em um uso prolongado, esses medicamentos acabam reduzindo consideravelmente as colônias bacterianas da microbiota normal. Quando ocorre uma ruptura deste equilíbrio biológico em pessoas imunodeprimidas, geralmente resultam no aumento da multiplicação ou invasão deste agente etiológico4.

Este estudo teve por objetivo descrever o mecanismo da indução da candidíase, devido a antibioticoterapia prolongada.

Revisão da Literatura

As leveduras do gênero Cândida são consideradas microrganismos oportunistas, presente na microbiota normal do trato gastrointestinal, urogenitais, pele e cavidade oral dos seres humanos.5

Cerca de 20 a 50 % da população carreia espécies de Candida na cavidade oral, sendo que a espécie C. albicans correspondente por 60 a 90 % dos isolados. Embora C. albicans ainda seja considerada o principal agente etiológico nas infecções orais por fungos, outras espécies têm se destacado como C. glabrata, C. tropicalis, C. parapsilosis e C. krusei que estão ao passar do tempo cada vez mais frequente.5’6

A frequência de casos de epidemia por Candida em hospitais aumentou substancialmente nas últimas décadas em vários continentes, nos Estados Unidos da América em meados dos anos 80 Candida spp ocupava o sétimo lugar como o patógeno mais frequente entre infecções nosocomiais. Ainda nos Estados Unidos Edmond e Cols realizaram uma avaliação da prevalência de diferentes agentes relacionados a infecções hospitalares, no qual foi conduzido um estudo em 49 instituições por 3 anos. Neste estudo, as infecções por Candida spp tiveram a prevalência de 7,6%, sendo assim a quarta causa mais comum de infecções no ambiente hospitalar.7

No ambiente hospitalar, os antimicrobianos estão entre os fármacos mais administrados aos pacientes no período transoperatório e, principalmente com uma duração muito prolongada no pós-operatório, sua representatividade em gastos para os hospitais com medicamentos pode variar de 20 a 50%. A utilização indiscriminada desta classe terapêutica associada à grande capacidade adaptativa e oportunista dos microrganismos vem dificultando nos cuidados terapêuticos ao paciente e contribuindo para o aumento das taxas de infecções hospitalares parcialmente por resistência bacteriana e infecções fungicas. 8

Antimicrobianos constituem os recursos terapêuticos mais comumente empregados no tratamento destas infecções bucais e respiratórias. Entretanto crianças detentoras desta alteração cromossômica possuem a microbiota bucal com uma colonização fungica maior, assim predispondo uma manifestação maior de candidíase bucal.9

Em um estudo realizado por Christie e Garrod (1944) foi relatado um caso de actinomicose tratada com penicilina pelo método de gotejamento intravenoso. O paciente durante o tratamento sucumbiu a Pseudomonas aeruginosa séptica com o foco primário no local da infusão. Embora os autores não tenham relatado qualquer influência entre a terapia com penicilina e o rápido desenvolvimento da septicemia, nos relatórios posteriores, o número de infecções secundarias com organismos gram negativos após o uso prolongado da penicilina foram estarrecedores. Dos agressores mais frequentes foram relatados as bactérias gram negativas e fungos tipo leveduras como Candida albicans.10

Algumas teorias têm sido propostas para explicar o aumento da incidência de candidíase como um resultado indesejável da terapia com antimicrobianos. Uma delas e a “ supressão com substituição” Miller, (1951). Esta teoria sustenta que ao administra antimicrobianos por um período prolongado, à uma perturbação do equilíbrio no qual existe na microbiota normal, resultando na eliminação dos microrganismos mais sensíveis e, como consequência da redução dos números desta população concorrente abre se uma barreira física permitindo que espécies mais resistentes aumente sua colonização de forma desenfreadas, assim sobrecarregando a resistência do hospedeiro. Uma segunda teoria proposta por Harris, (1950) informa que a microbiota normal fornece nutrientes para a proliferação desde patógeno. Este autor postula que as perturbações na microbiota residente normal, devido a uma terapia antimicrobiana, resulta em um distúrbio nutricional que afeta a integridade física das membranas e mucosas do hospedeiro assim abrindo uma fissura para a entrada do microrganismos que normalmente são incapazes de penetrar na mesma quando intacta e saudável.10

O aumento na incidência de candidíase oral desde a criação dos antimicrobianos tem sido estudado por muitos pesquisadores, mas a sua correlação entre o crescimento fúngico e a antibioticoterapia ainda não foi esclarecida. Alguns autores sugere que os antimicrobianos podem suprimir a fagocitose e produção de anticorpos agentes que por sua vez inibem o crescimento exacerbado da Cândida ou podem estimular de forma direta o crescimento colonial deste fungo.11

O desenvolvimento e ascensão de grandes indústrias farmacêuticas, viabilizaram o uso indiscriminado de antimicrobianos de forma direta e de insumos produzido pela pecuária, assim proporcionando o aumento da incidência dos casos de candidíase. Em pacientes na qual a resistência as infecções são debilitadas, Candida albicans pode invadir a corrente sanguínea e causar doenças generalizadas. Tratamentos de logo prazo com antimicrobianos de amplo espectro, como cloranfenicol e tetraciclinas, podem tornar favorável o crescimento de suas cepas.1

O uso de antimicrobianos é crucial para a recuperação de um paciente sobre cuidados intensivos, especialmente por estarmos em uma era de crescente resistência aos antimicrobianos e falta de desenvolvimento de novos.

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