O Sistema Endócrino é Formado Pelo Conjunto de Glândulas
Por: Evandro.2016 • 25/4/2018 • 2.889 Palavras (12 Páginas) • 325 Visualizações
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menos; em contraste, apresentam aumento de 26% no peso e aumento de 7% na massa gordurosa subcutânea e visceral, o que leva a um aumento do índice cintura escapular em comparação a adultos normais.
Dessa maneira, não é surpresa que em muitos casos encontremos resistência à insulina, hipertensão, baixos níveis de HDL colesterol e altos níveis de triglicerídeos e do fator inibidor de plasminogênio-I. Crianças e adultos com déficit de GH apresentam diminuição da densidade mineral óssea ao nível da coluna lombar, fêmur e punho. Indivíduos adultos com DGH apresentam aumento na prevalência de arteriosclerose, comprometimento da função cardíaca e na capacidade de exercício, além de aumento na mortalidade cardiovascular. Frequentemente, encontramos queixas de fadiga, letargia e diminuição da sensação de bem-estar. A constelação de sintomas e sinais descritos anteriormente constitui o que a literatura médica já consagrou como a síndrome de deficiência de GH no adulto. No entanto, o quadro descrito em adultos com DGH pode também estar presente no grupo “normal” de faixa etária mais avançada. É fundamental diferenciar quando essas alterações são próprias do envelhecimento ou são secundárias a algum processo patológico. Pela concomitância de sintomas e sinais, tanto no grupo de adultos jovens com DGH quanto no de idosos “normais”, e pelo fato de a reposição de GH no primeiro grupo reverter total ou parcialmente os sintomas e sinais, discute-se se os idosos que apresentam quadro clínico semelhante devem ser “tratados” e/ou investigados para se comprovar a possível etiologia da deficiência de GH. É de grande importância distinguir as alterações no eixo GH-IGF-I-IGFBP, próprias do envelhecimento, das encontradas na síndrome da deficiência de GH no idoso.
Deve-se ter sempre em mente que a maior parte dos eixos de secreção hormonal sofre influência da idade, de doenças preexistentes, de medicação, de alterações antropométricas, da atividade física, da alimentação e do sono.
A secreção hipofisária de GH sofre ação estimulatória pelo hormônio liberador de hormônio de crescimento (GHRH) e inibitória pela somatostatina (SRIH). Superposta a esses peptídeos está uma série de neurotransmissores que também influenciam a secreção de GH. Os a-2 agonistas têm ação preferencial na estimulação da liberação de GHRH, enquanto os agonistas colinérgicos têm ação inibitória sobre a SRIH. Além desses, a síntese de um hexapeptídio, como membro da família dos secretagogos de GH, ocasiona a estimulação da secreção de GH por um mecanismo não GHRH dependente.
A deficiência de GH é definida quando a resposta de secreção de GH for menor ou igual a 3 ng/ml. Podem-se, também, utilizar as dosagens bioquímicas de marcadores da ação do GH para caracterizar a deficiência hormonal. Em adultos, níveis normais de IGF-I não excluem o diagnóstico de déficit de GH. Níveis abaixo da referência para a idade são sugestivos de deficiência de GH na ausência de possíveis causas secundárias (desnutrição, doença hepática, diabetes descompensado). As dosagens de IGFBP-3 e da subunidade ácido-lábil até o momento não acrescentaram vantagens sobre a dosagem de IGF-I.
Estudos demonstram que a diminuição do catabolismo da VLDL triglicerídeos e/ou aumento da síntese hepática de triglicerídeos se devem ao aumento verificado nos níveis de insulina ou de IGF-I.
Temas obscuros, como a diferenciação definitiva das alterações próprias do envelhecimento com o quadro de deficiência orgânica, a secreção de GH, a dose ideal diária de GH e o tempo de tratamento permanecem ainda sem elucidação satisfatória.
4. FUNÇÃO ADRENAL NO ENVELHECIMENTO
Várias alterações na regulação da esteroidogênese adrenal ocorrem com o envelhecimento. No eixo hipotálamohipófise adrenal, a retrorregulação da secreção de ACTH é atenuada provavelmente pela redução de receptores no
cérebro, sem que haja alteração na disposição metabólica do cortisol. O eixo hipotálamo-hipófise-adrenal promove uma defesa contra estados crônicos de estresse. Contudo, a sua estimulação crônica, levando à hipersecreção de glicocorticoides, particularmente nos idosos, está implicada na fisiopatologia de desordens sistêmicas, neurodegenerativas e afetivas. Em associação a distúrbios na produção de esteroides sexuais, a alteração mais significativa associada ao processo de envelhecimento reside na secreção dos corticosteroides.
O decaimento progressivo nas concentrações de andrógenos adrenais, sem diminuição da secreção de cortisol, também tem sido verificado no envelhecimento humano; a secreção de pregnenolona, 17-hidroxipregnenolona e DHEA em resposta à estimulação adrenal fica diminuída.
Na mulher idosa, postula-se que a diminuição de secreção adrenal decorra da deficiência estrogênica que acompanha a menopausa; estrógeno e progesterona poderiam influenciar a maquinaria enzimática adrenal, diminuindo a secreção androgênica. Estudos de material adrenal obtido de necropsia após morte súbita de adultos demonstraram a alteração no zoneamento do córtex adrenal com o envelhecimento: há redução da camada reticular, com aumento das camadas fasciculada e glomerulosa. Essas alterações poderiam ser a base anatômica da diminuição da secreção androgênica adrenal no envelhecimento. A importância de outros fatores (FGF, EGF, IGF-I, TNF-a e TGF-b), além de ACTH, na diminuição da secreção androgênica adrenal no envelhecimento, ainda deve ser elucidada, podendo contribuir para a redução seletiva da massa adrenal.
Os níveis de sulfato de DHEA correlacionam-se inversamente com a mortalidade cardiovascular nos homens, segundo dados de Hans (et al. (1998) mostraram que a suplementação dietética de DHEA a ratos, durante o envelhecimento, reduziu o peso e a massa gordurosa corpórea e aumentou a ação insulínica no consumo de glicose. Dados de correlação positiva de níveis de DHEA sulfato com massa corpórea, com níveis de HDL colesterol e, inversamente, com LDL colesterol foram relatados em homens com mais de 60 anos de idade. No entanto, mais recentemente, estudos controlados parecem ter demonstrado que a suplementação (fisiológica) de DHEA não tem ação no bem-estar psicológico ou físico de humanos. Apenas doses muito elevadas (50 a 100 mg ao dia) parecem surtir algum efeito, sem consequências dramáticas na força muscular.
5. MENOPAUSA
A menopausa é definida como falência total da função ovariana (cessação da produção de esteroides e ausência de ovulação), resultando em amenorreia permanente. A ausência de
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