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A COMUNICAÇÃO DE ENFERMAGEM FRENTE À FAMÍLIA DO RN EM ASSISTÊNCIA NA UTIN

Por:   •  17/11/2018  •  6.107 Palavras (25 Páginas)  •  456 Visualizações

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O processo de comunicação vai além de expressões de sentimentos e experiências, ou de uma simples informação que é dada a uma pessoa. A comunicação é qualquer tentativa de fazer o outro entender. Para se comunicar é necessário o uso de quatro procedimentos básicos: escutar, entender, falar e deixar de falar. Uma das maiores dificuldades na comunicação está relacionada ao uso destes procedimentos, pois escutar requer deixar de falar, entender exige compreender os vários tipos de linguagem, falar consiste em expressar sua percepção e deixar de falar pode muitas vezes evitar conflitos (SALOMÉ, 1995).

A comunicação possui várias funções, dentre elas, a de investigação (na busca de dados sobre o paciente), de informação (troca de mensagens entre emissor e receptor), de persuasão (gera mudança de comportamento do receptor) e de entretenimento (como meio de diminuir a apreensão, favorecendo a interação entre emissor e receptor). E para que ocorra a comunicação, não basta somente ter boas intenções, pois isso não garante sua eficácia. Quando atingimos a comunicação eficaz, o outro reage da maneira como se espera, caso contrário, cabe ao emissor à responsabilidade de reajustar seu comportamento diante da mensagem emitida, proporcionando assim que ocorra de fato a comunicação (OLIVEIRA et al, 2005).

Toda comunicação possui duas partes, sendo: o conteúdo (informação ou fato) e o sentimento (o que se deseja comunicar e o que sente a respeito). Desta forma, a mensagem é interpretada não somente pelo que falamos, mas também pelo modo como nos comportamos, ou seja, pela linguagem corporal, através da proximidade, da postura e do contato visual. Tudo isso devido à existência de dois tipos de comunicação: a verbal e a não-verbal. A comunicação verbal se refere à palavra expressa por meio da escrita ou da fala, já a comunicação não-verbal se dá por meio de gestos, expressões faciais, silêncio e postura corporal. Desse modo, é impossível não se comunicar, pois até mesmo no uso do silêncio ocorre a comunicação, onde é expressa a dor, alegria e a vontade de não falar (KNOBEL, 2008).

Dentre as formas existentes de comunicação não verbal, os gestos transmitem mensagens muito mais significativas do que palavras. A maneira como a pessoa se mantém ereta, sua postura e marcha manifestam suas emoções, autoconceito e bem-estar físico, enquanto que a postura encurvada, curvada e marcha lenta podem indicar depressão ou mal estar (POTTER e PERRY, 2004).

1.1 A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

O sistema de informação possui no seu processo de comunicação um principal componente. Sem a comunicação, não há trabalho, não ocorre relacionamento humano e assim, não há um grupo, sociedade, nem organização (KURCGANT, 1991).

A Comunicação humana faz referência à interação social com o objetivo de compartilhar informações, facilitando assim nosso desejo natural e inato de nos conectarmos aos outros, de criarmos e mantermos relações interpessoais. Além disso, permite expressarmos as necessidades emocionais, físicas e psicológicas (KNOBEL, 2008).

Desta forma, a comunicação é considerada adequada e efetiva quando tentam diminuir mal-entendidos, conflitos em busca de atingir os objetivos definidos para solução de problemas identificados nas situações de interação com os pacientes (SILVA, 1993).

O uso da comunicação pode atenuar sentimentos de medo e incertezas frente à realidade de procedimentos invasivos que se façam necessário no tratamento clinico. Muitos pacientes que são submetidos a alguns tipos de cirurgias têm ciência que podem acordar com suporte ventilatório, porém outros por não ter essa informação, devido ao fato de serem internados em situações de emergência, descrevem reações como choque e medo quando acordam, tendo como primeira reação à tentativa de comunicação e a busca por informações sobre seu estado (KNOBEL, 2008).

O corpo também se comunica, e esta comunicação tende a confundir-se com a própria vida. É uma necessidade básica do ser humano, do ser social. A comunicação é tão importante quando a real necessidade de andar e respirar, o isolamento do mundo leva a marginalização. Em primeiro lugar, a comunicação serve à sobrevivência, tanto individual como coletiva; e em segundo as redes extensas de troca social, por onde se formam e se transformam a própria realidade. Por mais egoísta que seja o ser humano, a luta pela sobrevivência não é um ato individual, sendo compartilhada com nossos semelhantes, com outros. Comunicar é a busca pela mobilização de alguém, atuando sobre a sensibilidade, a fim de tentar convencer e persuadir. Nosso corpo, sempre diante de alguém, é um instrumento de causa eficiente, que tende a transmitir ordens, compartilhando emoções, idéias (RECTOR E TRINTA, 1999).

Para que uma pessoa aprenda a comunicar-se adequadamente, é necessário que ela seja capaz de perceber qual o significado da mensagem em todos os seus aspectos, devendo ser comum aos seus comunicadores, observando como e quando essas mensagens afetam as outras pessoas, e como os seus próprios sentimentos podem afetar a comunicação que ocorre entre eles (STEFANELLI, 1993).

Devemos lembrar que nossas mensagens não são interpretadas somente pelo que falamos, mas também pelo modo como nos comportamos. Desta forma, aumentamos a efetividade na comunicação quando temos consciência da importância da linguagem corporal, principalmente relacionada à postura, proximidade e contato visual (SILVA, 1993).

Nos casos de comunicação entre o profissional e a pessoa que necessita de assistência, é de responsabilidade do profissional o processo de observação e percepção da resposta, e este deve adquirir tal capacidade, tendo ciência de que também é observado. Podemos assim dizer que a resposta é positiva quando encorajamos o comportamento de quem a recebe, e negativa quando serve para causar mudanças no comportamento atual. O efeito da experiência de comunicação sobre as pessoas que interagem, pode ser físico, emocional, cognitivo, ou a interação destes três (STEFANELLI, 1993).

A comunicação em Enfermagem é uma necessidade humana básica, e é uma das competências que o Enfermeiro deve obter como instrumento básico na assistência. Ter conhecimento da comunicação como processo, melhora a qualidade dos relacionamentos a serem estabelecidos na relação do trabalho, seja junto à equipe de saúde, nos registros das atividades desenvolvidas pela Enfermagem, bem como na assistência ao paciente, familiares, evitando assim barreiras que possam comprometer a comunicação

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