Sobre Dworkin
Por: Kleber.Oliveira • 4/10/2018 • 1.636 Palavras (7 Páginas) • 267 Visualizações
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Uma possível crítica a este modelo habermaziano se encontraria no fato de que nem todas as pessoas são virtuosas, ou melhor, nem todas as pessoas seriam aceitas neste debates públicos. Porem Habermas percebe que a sociedade não é estática, ele muda ideologicamente com o passar do tempo, e um dos principais canais por indo se concretiza esta mudança, é nas trocas linguísticas. Quando estabelecemos contato com o outro nos abrimos, ou melhor, ampliamos nossas formas de raciocínio linguístico, pois nos abrimos ao entendimento do pensamento do outro, havendo assim mais pluralidade, no pensamento geral. Há diversos meios pelos quais se torna possível estabelecer essas trocas cognitivas, como por exemplo: movimentos sociais, orçamento participativos, audiências públicas, conselhos, etc. E mesmo entre esses instrumentos de vocalização, tomemos, por exemplo, os movimentos sociais; é de fundamental importância que exista dialogo entre eles, visto que, é muito mais vantajoso que busquem mutuamente a representação política de todos os cidadãos, do que se digladiarem entre si.
Se quisermos construir um mundo mais justo (liberalismo) que respeite aquilo que os diversos estratos da sociedade considerem como bom (republicanismo), precisamos construir espaços onde se torne possível essas trocas linguísticas (espaço público), que possibilite o contato com o outro.
(Questão 2)
“A essa altura desponta o seguinte problema: como é possível fazer conviverem na mesma pessoa a paixão ardente e o frio senso de proporção?” WEBER, Max.
Weber constrói no texto “Ciência e política como vocação” um tipo ideal de ética religiosa, ou ética do evangelho, que ele classifica como “ética absoluta”, que consiste basicamente numa lei de causa e efeito inexorável, onde as práticas do bem e do mal resultarão concatenadamente em resultados previsíveis.
Em contrapartida encontramos implícito outro tipo ideal que poderíamos classificar como “ética maquiavélica” onde encontramos o desligamento total quaisquer propósito nobre, o sujeito se vê condenado a responsabilização total pela consequência dos seus atos ligados aos efeitos encadeados por sua ação.
Quando comparados esses dois lados extremos, ou melhor, esses tipos ideais com a realidade forja-se a “ética da responsabilidade” e a “ética da convicção”. Diferente da ética do evangelho, a ética da convicção segundo Weber pressupõe certa responsabilização pelas consequências previsíveis dos atos do agente que orienta suas ações segundo essa ética. As consequências desagradáveis, ou inesperadas, serão alocadas pelo agente a terceiros, como demonstrado por Weber num exemplo onde militantes que optam pelo protesto violento acabam por engendrar mais violência contra si, além de retardar a ascensão de sua classe, e aumentar a reação da posição; a culpa será atribuída á tolice dos homens ou a vontade de Deus que os criou, pois suas ações foram racionais ligadas a valores no caso, socialistas. Segundo Weber o agente que pauta suas ações nesse tipo de ética está mais preocupado em perpetuar, ou velar pelos valores; seus atos podem parecer irracionais visto que objetivam somente estimular a chama da própria convicção.
A ética da responsabilidade por sua vez engendra certa imputabilidade as consequências de suas ações, de forma que o agente pondera os possíveis efeitos de sua ação antes de agir. Mas vale ressaltar que neste caso não se permeia unicamente os fins, como deixa claro Weber quando diz que é verdade que política se faz com o cérebro, mas não unicamente com o cérebro, em outras palavras, não podemos nos ater unicamente aos fins ignorando totalmente as considerações ético-morais vigentes.
Como já se pressupõe o bem conhecido “meio termo de ouro” de Aristóteles aqui encontra seu lugar, ressaltando somente que Weber deixa claro que ambas éticas não se contrapõem, mas completam-se, ou seja, cabe ao aspirante a vocação política o senso de proporção.
Na sua análise primeira sobre a Rússia: "A situação da democracia burguesa na Rússia”, Weber levanta um questionamento sobre a possibilidade de êxito na reforma de um regime constitucional-democrata nesse país, a partir do sufrágio universal. Observa-se que o autor pretende fazê-lo sob uma perspectiva que pensa racionalmente as consequências a partir de seu fim determinado: a consolidação da democracia liberal.(analise sob a ética da responsabilidade)
Weber enxergava na Rússia a possibilidade de transformação à ideais liberais/ humanísticos de um regime que não tivesse a forte presença da burocratização. O modelo político de maior eficácia encontrado por Weber é os zemstvos, entidade autônoma de administração das municipalidades, e de maior impacto sobre a vida das massas russas. Mas a crescente do capitalismo sobre toda a Europa sufocava esta possibilidade, e carregava em si os elementos indesejáveis burocráticos de uma classe dominante, tornando então, o poder centralizado e a função dos zemstvos se transformaria. Weber constata que na política interna russa não há uma convergência entre interesses, ou mesmo falta de apoio, dos que buscavam uma reforma política com a oposição burguesa ao regime czarista; nem com restante da imensa população russa (camponeses), devido à preservação de interesses particulares (que, como dito, são a própria ética da convicção e tendem a perpetuação); além da falta de uma cultura histórica política que
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