Vantagens Absolutas x Vantagens Comparativas

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Atualmente, a teoria das vantagens comparativas constitui-se no ponto de partida de modelos de comércio internacional e possibilita uma abertura comercial dos países. Sendo assim, com base nas diferenças tecnológicas relativas entre os países, o modelo fornece uma explicação para o padrão de comércio internacional, em especial para o caso analisado de vantagem comparativa no agronegócio brasileiro.

Para comprovar a constatação dos dados de que o Brasil possui vantagens comparativas na produção de papel e celulose, o que lhe proporciona maior competitividade no mercado internacional, será utilizada a metodologia de Bela Balassa (1965) da Vantagem Comparativa Revelada (VCR). Essa teoria utiliza dados de preços pós-comércio e, é um dos métodos mais utilizados para determinar a competitividade de um país.

A equação utilizada por essa teoria é a seguinte:

VCR = (Xij/Xi )/(Xwj/Xw

Onde:

Xij = valor das exportações do produto j pelo país i;

Xi = valor das exportações totais pelo país i;

Xwj = valor das exportações mundiais do produto j;

Xw = valor das exportações mundiais totais.

Aplicando os dados de papel e celulose na equação, em relação a exportação de papel e celulose para a Europa, principal destino de exportação de ambos os produtos em 2014, o resultado obtido é o seguinte:

VCR CELULOSE = (1.765/ 2.596.840)/(162.5/18.750.000) = 0,078

VCR PAPEL = (1.12/2.596.840))/(75.4/18.750.000) = 0,107[1]

- Conclusão

O indicador mostra que quanto mais distante de zero, mais o país possui vantagem comparativa na produção dos produtos. Analisando os resultados dos índices, verifica-se que o Brasil possui grande peso nas exportações de papel e celulose para a Europa, mostrando que o país possui vantagens comparativas na produção de papel e celulose, com uma tendência natural de produzir e exportar para um dos maiores mercados consumidores mundiais.

Com isso, conclui-se que o Brasil é um país com grande vantagem comparativa na produção de papel e celulose no mercado mundial, representando um fornecedor estratégico para o mercado europeu, sendo responsável pela maior parte da exportação de papel e celulose. As condições climáticas do Brasil e as mudanças estruturais que o setor passou a partir da década de 80 foram fundamentais para a consolidação da produção de papel e celulose do Brasil, “moldando” essa vantagem comparativa em um produto de grande importância na pauta exportadora brasileira.

Entretanto, o Brasil ainda não aproveita todo o potencial de produção de papel e celulose. Ainda é necessário maior volume de investimentos no setor e melhoria na regulamentação.

- Fontes:

http://bracelpa.org.br/bra2/sites/default/files/estatisticas/booklet.pdf

http://www.fep.up.pt/disciplinas/lec207/Apoio/EI_Classicos.pdf

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