A Década Perdida - Anos 80
Por: Carolina234 • 14/3/2018 • 1.366 Palavras (6 Páginas) • 346 Visualizações
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Contudo, esse pacote foi insuficiente e gerou ainda mais descontentamento da população diante do desabastecimento e o aumento do índice de preços.
Mas, apesar de todos os problemas na economia, o PMDB ganha as eleições de 1986 e anunciam o Cruzado II, que era um novo pacote fiscal com o objetivo de aumentar a arrecadação e aumentar os preços.
Finalmente, em 1987, com a expressiva piora das contas externas, o que diminui ainda mais a entrada de recursos externos no país, o Plano Cruzado chega ao fim com a decretação da extinção do congelamento de preços e Funaro pede demissão.
O ministro Funaro foi substituído por Bresser Pereira, que objetivava um plano hibrido (ortodoxo e heterodoxo) e suas ações consistiam em tentativa de reaproximação com o FMI e o Clube de Paris. Um Plano macroeconômico e desvalorização do Cruzado.
As principais medidas desse plano eram: congelamento salarial e de preços por três meses, desvalorização cambial e não congelamento de câmbio, manutenção de contratos financeiros pós-fixados. Os pré-fixados corrigidos pela tablita e as políticas fiscal e monetária foram usadas contra a inflação via aumento da taxa de juros, aumento das tarifas, corte de gastos e corto de investimentos públicos.
O Plano foi bem sucedido na recuperação do balanço comercial e na queda inicial da inflação, em contrapartida houve queda na produção industrial. Os desequilíbrios nos preções relativos geraram pressões de custo e a volta da aceleração inflacionária. Com isso, em 1987, Bresser pede demissão. Maílson de Nóbrega assume o cargo e propõe uma política ortodoxa gradualista com o intuito de estabilizar a inflação e reduzir o déficit público. As propostas ganharam o nome de “política do feijão com arroz”, que se baseava no congelamento dos valores nominais dos empréstimos do setor público.
O insucesso dessa política no combate a inflação levou a uma radicalização das propostas em 1989 com o “Plano Verão”. As principais medidas desse Plano eram: aumentar juros e corte das despesas públicas, eliminação da correção salarial referente a janeiro, salários convertidos pela média dos últimos 12 meses, congelamento de preços por tempo indeterminado, cotação do dólar fixada em 1 Cruzado Novo, ajuste fiscal que consistia em reforma administrativa extinguindo ministério, demissão de funcionários públicos, início do programa de privatização, mais rígido os gastos do Tesouro Nacional e na política monetária aumenta a taxa de juros, limitou o crédito dos bancos públicos e privados e liberou as importações.
O Plano fracassou, pois estava ancorado nas politicas fiscal e monetária, sendo o ajuste fiscal não suficiente para puxar os preços para baixo. Além de mostrar que a política ortodoxa de recessão não funcionou, visto que, ao ver a diminuição da inflação de um mês para o outro, as pessoas compravam mais, fazendo com os preços aumentassem de novo.
Ao fim dos anos 80, com o fim da Guerra Fria, o Brasil ampliou o processo de abertura da economia e se alinhou ao Consenso de Washington. Entretanto, na década de 90, o presidente eleito frustrou todas as esperanças de estabilização da economia. Com medidas consideradas esdrúxulas pelos economistas, Collor conseguiu desagradar grande parte da classe média brasileira e sofreu processo de impeachment.
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
TRABALHO DE ECONOMIA MONETÁRIA
JONAS DA HORA FERNANDES
DÉCADA PERDIDA – ANOS 80
NOVA IGUAÇU
2016
Bibliografia
GIAMBIAGI, Fabio; VILLELA, André; DE CASTRO, Lavinia Barros; HERMANN, Jennifer. Economia Brasileira Contemporânea: Auge e Declínio do Modelo de crescimento com Endividamento: O II PND e a Crise da Dívida Externa: Política Econômica e Ajuste Externo no Governo Figueiredo: 1979-84; Esperança, Frustração e Aprendizado: A História da Nova República. 2ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
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