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A Década Perdida

Por:   •  29/7/2018  •  2.354 Palavras (10 Páginas)  •  328 Visualizações

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O comportamento do PIB: em 1989 foi apenas 22% superior ao de 1980, crescendo a uma taxa média de 1,7% ao ano, estagnado em termos per capita, muito longe do histórico de 7%”. No âmbito econômico, os 80 marcou o fim do longo ciclo nacional-desenvolvimentista, de 1930, onde no espaço de cinco décadas, o Brasil deixou de ser uma economia agroexportadora e importadora de manufaturados para se tornar uma sociedade industrial moderna, para começar a desacelerar nos anos 1980 que marcou o fim de um tempo para o capitalismo mundial e a inviabilização do projeto desenvolvimentista nos países da periferia. As economias avançadas, entraram em declínio. Houve uma desaceleração mundial

Um dos motivos foi porque a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) aumentou preços do petróleo a nível internacional durante 6 anos consecutivos, prejudicando o Brasil que dependia da importação do produto.

2.1. INFLAÇÃO E DESCONTROLE

Aqui entram em xeque os modelos de desenvolvimento apoiados em altas doses de endividamento externo. Os créditos fartos a juros baratos no mercado internacional terminaram.

João Figueiredo (1979-85), tomou medidas drásticas com o fim de deter a apreciação da moeda nacional, incentivar as exportações e fazer frente ao aumento do déficit em conta corrente, o que levou o cruzeiro a uma desvalorização de 30% em 1979 e à acentuação da desaceleração econômica, do descontrole inflacionário e do desconserto nas contas públicas é marcante. Em 1980, a inflação marca 100% ao ano. Apesar do aumento dos preços dos importados, o balanço de pagamentos registrou enormes déficits. Em 1981, o país entrava em uma recessão que perduraria até o segundo semestre de 1982.

O financiamento dos passivos externos brasileiros passou a exigir cada vez mais a contração do orçamento e dos investimentos internos. O FMI impôs duros ajustes na economia, para possibilitar a rolagem da dívida externa e financiar os seguidos desequilíbrios no balanço de pagamentos.

O Brasil viveu anos de instabilidade monetária e cambial e estancamento dos fluxos internacionais de crédito o que impedia o país de rolar sua dívida externa. Em 1983, houve mais 30% de desvalorização no câmbio.

No plano social, a renda diminuía junto ao desemprego por causa do baixo crescimento. Aumentava a concentração de renda e riqueza e acentuavam-se as desigualdades sociais. Com a retração fiscal, o Estado foi incapaz de fazer uma boa gestão de suas políticas.

Essa política de falência marcou o fim da ditadura e uma inédita disputa de projetos econômicos ao longo dos anos 1980, tendo como foco a redefinição das atribuições do Estado.

2.2. MOBILIZACOES SOCIAIS

Semanas antes da votação da emenda do Deputado Dante de Oliveira, que estabelecia a realização de eleições para presidente da república, no final de abril de 1984, as mobilizações populares aumentaram. Mesmo sem a aprovação da emenda, greves e paralizações continuaram a acontecer, a fim de que fossem aprovadas emendas populares na Constituição, instalada em 1987.

De forma indireta, a oposição elege Tancredo Neves, que falece antes da posse, seu vice José Sarney assume o governo no início de 1985.

Em fevereiro de 1986, devido a situação econômica, cria-se o primeiro plano de combate à inflação, o Cruzado, que congelaria preços e salários.

3. OS PLANOS ECONÔMICOS DA NOVA REPÚBLICA

Desde 1986 até 1989, o Brasil passou por 4 planos econômicos falidos, os quais se relatam a seguir:

3.1. PLANO CRUZADO

Foi um plano econômico criado em 28 de fevereiro de 1986, durante o governo de José Sarney, com o objetivo de reduzir e controlar a inflação, que na época era muito elevada.

3.1.1. MEDIDAS TOMADAS

- Congelamento de preços de bens e serviços;

- Congelamento da Taxa de Câmbio por um ano em 13,84 Cruzados

- Alteração da unidade do sistema monetário, que passou a se chamar cruzado, com seu valor correspondente a mil unidades de cruzeiro;

- Congelamento dos salários em Cz$ 804,00;

- Foi estabelecido um reajuste automático dos salários sempre que a inflação alcançasse 20%, chamado “gatilho salarial”.

3.1.2. CONSEQUÊNCIAS PARA A ECONOMÍA

Nos primeiros meses houve o controle da inflação com o congelamento dos preços, porém, passados alguns meses, começaram a faltar mercadorias nos supermercados, resultando em um desabastecimento no país. Muitos empresários e fazendeiros como não podiam reajustar seus preços, resolveram não colocar seus produtos a venda.

Com a consequente queda nas reservas internacionais houve uma deterioração na balança de pagamentos do país, fazendo com que o Brasil não tivesse condições de honrar seus compromissos externos, vindo a decretar a moratória da dívida externa em 1987.

3.1.3. MOTIVO DO GRACASSO

O plano começou a fracassar devido ao desequilíbrio dos preços relativos a economia. Algumas empresas corrigiram seus preços antes do congelamento isso fez com que se beneficiassem, outras ficaram com seus preços tabelados abaixo do custo de produção.

Como o congelamento não permitiu nenhum reajuste nos preços, houve um desequilíbrio de preços, resultando no desabastecimento de bens, surgindo o ágio de compra dos produtos escassos.

3.2. PLANO CRUZADO NOVO

Foi criado no dia 21 de novembro de 1986 pelo PMDB, o plano pretendia controlar o déficit fiscal aumentando a receita tributária.

3.2.1. MEDIDAS TOMADAS

- Liberação parcial dos preços dos produtos e serviços;

- Alterou o cálculo da inflação;

- Aumento de impostos sobre bebidas e cigarros;

- Aumento das tarifas de serviços públicos;

- Reindexação da economia.

3.2.2. CONSEQUÊNCIAS PARA A ECONOMÍA

A população teve que enfrentar vários aumentos de

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