A Motivação em uma agência bancária

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Segundo Robert Vecchio (2008, p.95), diversos atributos das metas são especialmente importantes para melhorar o desempenho de uma organização, como a especificidade da meta, a dificuldade dela e sua aceitação. Mas, como os bancos estão trabalhando na definição de suas metas? Com uma compreensão clara das metas, os bancos e os funcionários poderão trabalhar juntos para obter os objetivos desejados.

Além do estabelecimento de metas, a motivação dos funcionários no âmbito do trabalho é também relevante às empresas bancárias tendo em vista ser um elemento que pode auxiliar no aumento da produtividade e, consequentemente, dos resultados. Os fatores que interferem na motivação são diversos e a natureza das metas estipuladas no setor bancário nem sempre influencia positivamente no incentivo à maior produção. Segundo Stephen Robbins (2010, p.206), pessoas também são motivadas por metas difíceis, desde que sejam respeitados alguns fatores, como o feedback, o comprometimento com o objetivo, as características da tarefa e a cultura nacional.

Por conseguinte, entende-se que lutar por um objetivo tem sido considerado um importante elemento motivacional, no entanto nem toda forma de pressão é saudável para o funcionário. Para Frischtak (1992), muitas empresas exageram na busca pela eficiência gerando estresse, problema de saúde que mais afeta a produtividade. Segundo o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, nos últimos anos vem aumentando significativamente o registro de psicopatologias entre os trabalhadores das mais diversas atividades econômicas. De acordo com o sindicato, essa situação se dá em razão da exigência cada vez maior por ganhos de produtividade.

Para Figueiredo (2006), este tema torna-se relevante, uma vez que, por um lado os bancos buscam o aumento da lucratividade, por outro, a reclamação por parte dos funcionários quanto à desmotivação, originária pelas metas impostas, tem sido muito grande. Segundo a Contraf, Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a pressão por metas abusivas é vista por dois em cada três bancários brasileiros como o principal problema enfrentado pela categoria em 2013. Estudo divulgado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP), aponta o estresse e a pressão para cumprir metas de produtividade exigidas pelas empresas como os principais fatores de adoecimento da categoria.

O consequente declínio da produtividade em decorrência de uma atividade laboral estressante reflete-se nos números de demissões registrados pelos principais órgãos representantes da categoria. Pesquisas do DIEESE apontam que a rotatividade no setor bancário é alta. Em 2011, ocorreram 30537 novas admissões, enquanto 27280 pessoas foram desligadas. Segundo a FENAE, em 2013, diferentemente de outros setores da economia brasileira, os bancos terminaram demitindo mais do que contratando, apesar dos altos lucros apresentados em seus balanços.

De acordo com Teixeira (2005), é um sistema onde é muito fácil demitir, já que para instituição o custo da dispensa de um funcionário é menor do que mantê-lo produzindo abaixo das expectativas. Os números de desligamentos/admissões corroboram esta afirmativa. Segundo o Caged, o sistema financeiro nacional desligou 42.892 trabalhadores e contratou 38.563, apresentando saldo negativo de 4.329 vagas.

Os dados numéricos apresentados demonstram o reflexo da cultura organizacional que prioriza a manutenção da lucratividade em detrimento da valorização do funcionário. O incentivo à produtividade mostra-se padronizado e com alto nível de exigência, muitas vezes desconsiderando os aspectos motivacionais que estão diretamente relacionados com o engajamento do funcionário nas atividades.

Este trabalho visa, portanto, uma análise crítica dos aspectos relevantes à compreensão da motivação no setor bancário através da análise de referenciais teóricos da área e da relação destes com a percepção de funcionários do referido setor. Objetiva, ainda, discutir sobre os desdobramentos negativos à saúde física e psíquica do trabalhador e à produtividade, advindos da necessidade do cumprimento de metas abusivas.

As referidas questões mostram-se relevantes tendo em vista o presente estudo fundamentar-se na compreensão de que o cuidado à saúde do empregado traz um comprometimento e este comprometimento é devolvido para a empresa em forma de produtividade, em consonância com o artigo da CATHO. Segundo o artigo, instruir os funcionários sobre como alcançar melhor qualidade de vida agrega muitos benefícios às empresas. Os colaboradores se sentem mais motivados, e reconhecem que a empresa está preocupada com seu bem-estar, o que aumenta sua produtividade.

³ (Em: http://www.catho.com.br/carreira-sucesso/gestao-rh/investir-na-qualidade-de-vida-do-funcionario-aumenta-a-produtividade-da-empresa >. Acesso em: 17 junho 2014.)

3. JUSTIFICATIVA

O setor bancário exerce um papel fundamental para o desenvolvimento econômico de qualquer país e não é diferente no Brasil, isso porque os bancos são o principal componente do sistema de pagamentos, além disso, exercem papel central na captação, preservação e remuneração das poupanças de dezenas de milhões de cidadãos. Disponibilizam seus próprios recursos e os recursos mobilizados de seus depositantes e emprestadores para financiar a produção, o investimento e o consumo. Empregam diversas pessoas e são elas que fazem estas organizações se desenvolverem e atingirem seus objetivos. Entretanto, para que este trabalho seja bem feito, deve existir um sistema de motivação em prol do alcance de resultados específicos – as metas.

A partir do exposto, foi realizada uma pesquisa junto a um banco, cujo objetivo principal foi analisar o impacto das metas na motivação dos funcionários e descobrir os principais fatores que influenciam na sua motivação. A relevância desse trabalho para a área administrativa está em analisar a motivação no Setor Bancário e detectar possíveis problemas, estabelecendo um paralelo com pesquisas bibliográficas do assunto. Para o setor, a pesquisa torna-se importante pelo fato de analisarmos os fatores que motivam ou desmotivam os colaboradores da área e os prejuízos causados pela necessidade do alto grau de desempenho.

- EMPRESA EM ESTUDO

A história do banco começou em 1943, quando Alfredo Egydio de Sousa Aranha fundou, na cidade de São Paulo, o Banco Central de Crédito, que foi autorizado a operar no ano seguinte. Já a outra parte da história, a primeira agência do Banco Itaú América, foi aberta no mesmo