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Biografia Amélia Rezende

Por:   •  18/4/2018  •  1.284 Palavras (6 Páginas)  •  242 Visualizações

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De acordo com Gonçalves (2016), numa das edições da revista portuguesa, do ano de 1926, três livros de autores brasileiros receberam em resenha, avaliações positivas: Perilo Gomes, Jackson de Figueiredo e Vicente Licínio Cardoso. A estratégia dos editores era divulgar, para os portugueses, que havia no Brasil parceiros na luta pelo mesmo ideal nacionalista. Cabe ressaltar que o Integralismo Lusitano, em suas diferentes expressões, caracterizou-se, conforme Gonçalves (2016), em

um movimento de combate, a partir do campo doutrinário e ideológico. Apesar das diferenças e cisões internas que marcaram a história desta mobilização, alguns princípios, em síntese, podem ser destacados como nodais para os integralistas: a defesa de uma monarquia orgânica, de uma sociedade sistêmica, pautada na verticalidade das ações, a recuperação da Idade Média e de seus valores, o nacionalismo de base católica, a Pátria, a família e, fundamentalmente, a ação efetiva cravada no município, na paróquia, nas comunidades. Compreende-se, portanto, a insistência de seus líderes em mobilizar a militância intelectual por meio de ‘juntas locais’. Para eles, a ação local era a base fundante da ‘revolução’ que pregavam. No passado, residia o progresso, a evolução inexorável da humanidade. A ação integralista deu-se em condições materiais adversas. Tratava-se de combater um inimigo visível: a república, causadora, para eles, de todos os males que assolavam Portugal, desde o analfabetismo à ignorância cultural e artística da sociedade. O laicismo liberal de base francesa, que fundamentou o republicanismo, deveria de ser aniquilado. Este era o propósito espiritual das juntas locais, que deveriam obedecer organicamente uma orientação estatutária, cuja expressão material eram as cartilhas, os periódicos, o impresso(...). Em síntese, esta era a epistéme e o ethos integralista: a reforma da razão e da moral (GONÇALVES, 2016, p.112).

Propugnavam, portanto, “a defesa da tradição, da família, da retomada dos mitos e heróis portugueses, localizados na longínqua Idade Média e o arsenal ideológico e moral do catolicismo” (GONÇALVES, 2016, p.103).

Ante o exposto, é válido imiscuir no pensamento análogo desse grupo expresso por Martins, que um dos objetivos da quinzena de 1934, também passava por uma construção de um símbolo, de um “herói” nacional de referência católica. Uma tentativa de somar um ícone ao panteão monarquista. Assim imputava Wanderley Pinho em “Algumas palavras em torno de Anchieta”:

Mestre, poeta, músico, apostolo, abnegado, casto, humilde (...) “Héroe”- do mais heroico dos heroísmos, o que se compõe de coragem paciente, tenaz e fria, e não de audácias exaltadas, entrega-se á discrição, em refem à fereza dos bárbaros e com Manoel da Nobrega espera o martyrio final que os vigia dia e noite (MARTINS, 1934, p.62).

O grupo de Amélia procurou forjar ou resgatar a antiga figura de Anchieta como “herói” que demonstrasse o passado glorioso do Brasil, decorrente da participação singular da Igreja na formação do País em oposição ao conturbado presente, regido pelo governo republicano. Como já assinalado, é, pois, indiscutível a importância que Martins atribuía à tradição, à família, ao arquétipo monarquista e à religião. Esta última fazia parte de certa concepção de catolicismo, traduzida na valorização de uma tradição na qual a própria nacionalidade se enraizava. “Não será mãe ingrata, a Patria de adopção de um dos mais heroicos fundadores da sua nacionalidade! É tempo e mais que tempo de ser saldada, para com Anchieta, uma divida de honra!” (MARTINS, 1934, p.29) afirmou Amélia de Rezende.

Tais características, certamente, foram partilhadas por outros intelectuais que faziam parte do círculo de amizade de Martins, como os “Prado” e os “Licinio Cardoso”. Nessa acepção, é bem provável que Amélia de Rezende tenha se envolvido, para utilizar a expressão de Gonçalves (2016), neste cadinho ideológico do nacionalismo lusitano.

Ficou muito bom

- A vivência religiosa num ambiente de forte pregação católica

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