Goffman Ervin
Por: Kleber.Oliveira • 1/9/2017 • 2.344 Palavras (10 Páginas) • 306 Visualizações
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As transformações sofridas pelo mundo ao longo do tempo, a luta pela liberdade de expressão e o desenvolvimento da sociedade contribuíram para estas “grandes mudanças”. Quanto à teoria social, nos últimos tempos tem tido vários pontos de vista, vários pensamentos e descoberto novas perspectivas, onde a sociologia privilegia a observação e a interação do dia-a-dia.
A ciência social aparece num momento de grandes mudanças e foi “eleita”, como sendo mais uma esperança para se resolverem os problemas socioeducativos. Esta corrente foi desenvolvida com base na interação e na observação do contexto quotidiano.
Goffman fez as suas pesquisas na linha da sociologia cultural e interpretativa, pesquisa esta iniciada por Max Weber, em “La mise en scène de la vie quotidienne”. Dá a conhecer a ideia que mais influênciou a sua obra:
“ o mundo é um teatro e cada um de nós, individualmente ou em grupo, teatraliza ou é actor consoante as circunstâncias em que nos encontremos, marcados por rituais, posições distintas relativamente a outros indivíduos ou grupos”.
Após tantos anos, a obra de Goffman tem mantido uma privilegiada posição nas ciências sociais da atualidade, particularmente na área da sociologia. Passadas quatro décadas após a sua morte, o legado construído por Goffman ainda provoca intensos debates academicos, permanecendo viva a polémica gerada em torno das suas ideias, do modo como via o mundo na perspectiva da sua obra, do palco da vida, na forma de sermos meros actores e nossa representação no dia-a-dia.
“Foi sem dúvida um dos mais influentes pensadores na área da sociologia norte-americana do século passado”…
“A Apresentação do Eu na Vida de Todos os Dias”
Título original:
“The Presentation of Self in Everyday Life”
Ervin Goffman
Este estudo foi elaborado para o Department of Social Anthropology e Social Sciences Research Committee da Universidade de Edimburgo.
Estudo sobre a interação
A obra é composta por uma introdução, sete capítulos e uma conclusão.
“ As máscaras são expressões deliberadas e ecos admiráveis do sentimento, ao mesmo tempo fiéis, discretas e superlativas. As coisas vivas em contato com o ar adquirem necessariamente uma cúticula, e não podemos acusar as cúticulas pelo facto de não serem orações; contudo há certos filósofos que parecem acusar as imagens de não serem coisas, e as palavras de não serem sentimentos. As palavras e as imagens são como conchas, partes não menos integrantes da natureza do que as substâncias que protegem, mas mais dirigidas ao olhar e mais expostas à observação. Não me parece que possamos dizer que a substância existe por causa da aparência, ou os rostos por causa das máscaras, ou as paixões, por causa da poesia e da virtude. Não há nada que apareça na Natureza por causa de outra coisa qualquer; todos os aspectos e produtos pertencem em média igual ao ciclo da existência”...
Santayana, George. (1992) Soliloquies in England and Later Soliloquie ( pg.131-132) Nova Iorque: Scribner’s.
A perspectiva de Goffman era fazer com que o seu trabalho pudesse estudar a vida social, sobretudo o género organizado, através de um manual elaborado por ele com base nos seus estudos. A sua visão era sobre a Representação teatral, de ordem dramática, levando sempre em conta o dia-a-dia dos indivíduos. Dentro dos vários contextos, considerou a forma como lidava com a emoções perante si e os outros, como orientava e controlova as impressões que os outros tinham de si e deles próprios, o desempenho e o seu papel diante de si e aos olhos da sociedade.
Retrata as interações sociais como teatrais.
No modelo dramatúrgico de Goffman são fundamentais:
- Palco;
- Ator;
- Plateia.
Tem em conta duas regiões:
- Região de fachada – palco
- Região de fundo – bastidores
No palco retratam-se os momentos que evidenciam a nossa vida, sejam reais ou não, situações simuladas ou meramente ensaiadas. Podemos sempre representar, mesmo quando nos esquecemos ou falhamos a nossa fala, simplesmente improvisando.
A plateia é fundamental para a nossa representação.
Segundo o autor:
“Quando um indivíduo desempenha um papel perante os outros tem inúmeros motivos para tentar controlar a impressão que os demais tem de si próprio”. (1993, pg. 26)
Estes fatos remetem-nos para o nosso dia-a-dia, camuflando a máscara que cada um de nós utiliza para determinados papeis. Muitas vezes podem ou não demonstrar o que estamos sentindo, podem ou não encontrar o nosso “ eu verdadeiro”. Outro fator importante é a fachada, o cenário, a decoração: significa a representação das muitas profissões com as quais nos identificamos. Ainda aborda a questão da fragilidade, impressão da realidade criada por uma representação diante do palco da vida.
O autor refere ainda:
“ O desempenho é definido num dado momento por um participante, cujo objetivo, seja de que maneira como for, deverá influenciar outros participantes”. ( 1993, pg. 27)
Regiões e Comportamentos Regional
Capítulo III
Goffman refere que:
“ Uma região pode ser definida como qualquer lugar que seja limitado de algum modo por barreiras à percepção”. (1993, pg.129).
Ainda segundo o autor:
“Se tomarmos um desempenho determinado como ponto de referência, será por vezes conveniente empregarmos o termo ”região de fachada”, para designarmos o lugar onde o desempenho é representado”…
O autor refere que a fachada faz parte do cenário que em muitos aspectos da representação não é em função dos espectadores, mas sim da região da fachada. Este desempenho é visto como um esforço
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