Hitoria fantaisa
Por: SonSolimar • 31/8/2017 • 9.715 Palavras (39 Páginas) • 307 Visualizações
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ARCHÉ
O anoitecer pesa sobre os sete aventureiros que andam por uma estrada e após colher alguns frutos, refugiam-se em uma velha caverna desabitada que avistaram fora da estrada. Um deles retira da bolsa um frasco de bebida e divide com os outros, agora, assentados em torno de uma grande fogueira o grupo bebe, come e escuta atenciosamente ao velho homem pássaro conhecido como Fyandor contar mais uma de suas longas histórias, mas desta vez é a história que ele sempre prometera contar, mas as dores do passado e o medo das velhas lutas mal resolvidas, não o deixava se quer começar. Fyandor sente um nó na garganta, sua voz fica trêmula por alguns instantes, olha para o fogo respira fundo e inicia sua narrativa com seu vocabulário peculiar.
- Esta história ouvi do mago que me educou, que ouviu do mago que o educou, que ouviu de outro mago que viveu durante a guerra do fogo-negro e dizia que no início havia a ”Eterna plenitude” inerte e poderosa, em estado contemplativo, assentado em seu trono no eixo do tempo, a observar o passado que nunca existira, o presente que não era construído e os futuros que, potencialmente, viriam a ser projetados. Um rei sem súditos o senhor de todas as coisas, enfadado pela solidão.
Incitado pelo ímpeto de romper tal inércia, adveio a vontade de construir tudo e assim procedeu criando dois seres imaculados como cântaros vazios na ânsia serem cheios. Seres concebidos como sistemas em construção, aguardando referências para absorver e proliferar.
A missão de criar todas as coisas fez com que a “Eterna plenitude” criasse os gêmeos como matrizes fundamentais da criação e destruição, ou seja, um com a missão de acender a “Centelha Primordial” e outro de materializar o “Vácuo Infindável”, o ser e o não ser. Estes se digladiavam em construir e destruir, harmonizando-se e criando tudo que haveria de existir na primeira área após o eixo fundamental do tempo, área esta chamada de “Plano Primordial do Início”. Após infindáveis batalhas ambos os seres primais ficaram gravemente feridos, tais batalhas nunca envolveram sentimentos como raiva ou rivalidade somente a missão simples de pelejar para construir. Os gêmeos ancestrais cumpriram sua missão e lutaram de encontro ao seu fim ou seu recomeço, pois é notório que seres ancestrais não findam somente assumem novos aspectos.
Após os seres primordiais sentirem graves ferimentos o “Vácuo Infindável” decidiu afastar-se indo para um destino, inicialmente, desconhecido. Já a “Centelha primordial”, também, com graves ferimentos extingue sua força ficando inerte, assim como seu criador. Repentinamente uma fagulha reacende, aumenta sua força e calor tornando-se uma chama poderosa de intensidade sem igual. Neste instante a “Centelha primordial” biparte-se e de seus restos mortais emergem dois seres alados flamejantes, uma bela fênix que atende pelo nome de Ignata e um enorme e poderoso dragão chamado Sephyatus, estes irmãos construíram, conjuntamente, sobre as matrizes do “Plano Primordial do Início” a terceira esfera criacional, o “Plano Elemental do Fogo”.
Mesmo construindo conjuntamente o Plano Elemental do Fogo, Ignata e Sephyatus divergiam em princípios fundamentais. Para Sephyatus o fogo tem função de consumir tudo que não está em conformidade aos seus preceitos, já Ignata acredita que o fogo tem função purificadora. Por tais divergências Ignata decide partir e construir o “Plano Material da Purificação”. Ao partir, Ignata inicia sua incursão, porém, subitamente, Ignata se depara com seres jamais vistos, seres que viriam, posteriormente, a serem conhecidos como “Crias do vazio”. Assim descobre-se que o “Vácuo Infindável” após ter partido sem destino, dividiu-se , assim como a “Centelha Primordial” originando, também, dois seres: A morte e o vazio, O vazio de divide gerando as ”crias do vazio” seres que se proliferam com facilidade dividindo-se ao meio e criando uma numerosa colônia de cópias idênticas da primeira cria do vazio, Tais Crias ao encontrar Ignata e atacaram-na, violentando-a e ferindo gravemente, o que culminou em seu fim. Ignata em seus gritos de dor e desespero foi ouvida por seu irmão Sephyatus, que veio ao seu socorro, infelizmente, devido ao grande número de inimigos, também foi vencido, assim sendo devorado.
O vazio ao consumir Ignata tornou-se cheio de fênix, deste vazio que se preenchera nascem os Ignus. O vazio ao devorar Sephyatus tornou-se cheio de draconicidade nascendo os Sephyats. Os restos mortais de Ignata e Sephyatus se reuniram e harmonizaram dando origem aos três elementais (Terra, agua e ar), ficando o fogo livre em cada um dos seus algozes, do corpo devorado de Sephyatus nasceu a pedra e do corpo profanado de Ignata, as cinzas do pó, que se combinaram gerando o Elemental da terra; do sopro de seus pulmões em gritos de fúria e revolta, nascera o elemental do ar; e de suas últimas lágrimas de tristeza e dor nascera o elemental da água, estes elementais se combinaram e multiplicaram concluindo a criação de tudo que existe (plantas, animais, mares, céus e todos os outros seres vivos e não vivos). O plano inicial da eterna plenitude começara a se materializar, aquilo que um dia foi dividido voltou a ser uno e a eternidade que era imutável passou a ser um objetivo e não mais uma certeza.
Sephyatus e Ignata, filhos de uma centelha primordial deram sua vida para criação de todos os planos e destes nasceram os demais dimensões criando o universo. Contudo, a “Eterna plenitude”, ao ver com tristeza o fim da existência de sua criação imaculada, instituiu duas regras invioláveis que seriam suas últimas interferências diretas em toda a criação. A primeira “lei da plena liberdade e indeterminação ativa” a segunda é a “Lei do espelho”, ou seja, as relações de causa e efeito estando implícito a esta lei regra as consequências desta liberdade, tudo é reflexo das escolhas vindas da liberdade. As criaturas advindas de todo este complexo gênesis são detentoras de livre arbítrio para fazer tudo o que bem entenderem, mas sabendo que há um retorno para toda e qualquer ação.
O NASCER DE UM VELHO MUNDO.
Ao ouvir a epopeia contada por Fyandor os guerreiros ficam assustados e surpresos com uma revelação tão profunda acerca de tudo e pensam em tudo que viveram até chegarem aquele dia. Neste momento Fyandor é interrompido por Balliard, um jovem Telúrid da classe dos Monars que muito altivo e cheio de arrogância que fala com um tom quase desafiador: - E onde entram os Telúrids nesta sua história, Fyandor? Com a calma de quem já havia vivido muitas coisas terríveis
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