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"O Mito" de Roland Barthes

Por:   •  22/8/2018  •  1.304 Palavras (6 Páginas)  •  586 Visualizações

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- A BURGUESIA COMO SOCIEDADE ANONIMA

A burguesia é apolítica e “invisível”, ou seja, ela não se declara politicamente tampouco se apresenta. Entretanto, ela ainda é capaz de controlar toda uma sociedade, usando o mito como forma de dominação. A burguesia constrói mitos com a finalidade de manter o status quo, sem se importar com o que é correto ou não. E através deles ainda impõe seu estilo de vida para as classes inferiores, mesmo que estas não tenham condições financeiras suficientes. .

- O MITO É UMA FALA DESPOLITIZADA

O ato de desvendar os mitos é político, já que a mitificação é despolitizada. Mas para tornar isso real é preciso se afastar de toda a comunidade. A dificuldade de abordar e desmitificar os objetos sem que sejam destruídos, transita entre a ideologizar (real permeável a história) e a poetizar (real irredutível), o que o autor propõe é a reconciliação entre o real e os homens, a descrição e a explicação, o objeto e o saber. Fazer com que o mito não tenha mais a função de intermediar essas relações.

- O MITO, NA ESQUERDA

A esquerda é a sociedade que trabalha diretamente na produção de coisas, e pode possuir mitos, mas com um certo cuidado para não virar revolução. O mito da esquerda em particular é artificial, não tem acesso à vida cotidiana, como um slogan; e, portanto, é um mito pobre, de caráter rígido.

- O MITO, NA DIREITA

O autor estuda os mitos contemporâneos – ou melhor, mitos da sociedade burguesa. Tudo é da classe dominante e o mito vem como uma forma de imposição. As duas formas de resistências são as revoluções, cujo objetivo é tornar tudo oposto do atual, e as vanguardas que criticam a forma de arte proletária. Como não há certo ou errado, o mito é uma fala despolitizada, ou seja, uma fala justificada pela intenção histórica que se tornou natural. Concretiza-se fatos não por meio de explicação, e sim de constatação. Isso pode ser considerado uma arma de fácil manipulação da massa, tornando as pessoas dedicadas aos assuntos particulares, eternizando a dominação burguesa, também ao ceder pequenas coisas para não perder as grandes.

- NECESSIDADE E LIMITES DA MITOLOGIA

Barthes analisa uma necessidade da existência de um mitólogo, mas este enfrentaria certos problemas com o método ou com sentimento; pois a mitologia faz parte de uma construção social, partindo principalmente da sociedade burguesa, imersa numa falsa Natureza. O mitólogo precisaria então se afastar de quem consome os mitos e da História. Este mitólogo seria também um poeta, partindo do princípio que o mito é um sistema semiológico, assim como a poesia, o mitólogo elabora então uma “má poesia”, se valendo da prerrogativa da linguagem e da técnica da poesia. Dos sistemas semiológicos, na poesia, o que se tem é a saturação dos significantes de modo que o sentido, ainda que finito, permaneça suspenso, enquanto que, na mítica, sem maiores explicações, o mitólogo apropria-se dos significantes de uma linguagem primeira que lhe é estranha, reduzindo-os a um único sentido.

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