PRINCIPAIS MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL ADEQUADOS A ISO 14001
Por: kamys17 • 17/4/2018 • 2.956 Palavras (12 Páginas) • 367 Visualizações
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durável, de uma beleza estética incontestável; suas propriedades físicas e mecânicas tornam esse material adequado para a construção civil. Cada espécie de bambu tem suas peculiaridades, tamanho, espessura, formas, cor e resistência diferentes, tornando cada tipo mais apropriado para um determinado fim, é uma planta muito resistente, podendo se recuperar de um ano ou uma estação ruim. Tem baixo peso específico, alta resistência à tração, e fácil trabalhabilidade (SOUZA, A. P. C. C. 2004).
A estrutura do bambu consiste no sistema subterrâneo de rizomas, colmos e galhos. Podem atingir 40 metros de altura, colmos com diâmetro de 5 a 12cm. Os que atingem entre 15 a 30m possuem diâmetro de 25cm. Durante toda sua vida não cresce na largura, somente na altura. Todas essas partes são formadas do mesmo princípio; uma série alternada de nós e entrenós. Os colmos na maioria são ocos, consistem em fibras que chegam a centímetros, feitas de lignina e silício, este que agrega resistência mecânica ao bambu e a matriz de lignina dá flexibilidade. (SOUZA, A. P. C. C. 2004).
O bambu é de fácil plantio, podendo ser por semente ou muda, seu corte é feito em períodos determinado e com especificações para que o material tenha melhor qualidade. Após o corte, o bambo é tratado, SOUZA, A. P. C. C. 2004, diz que a cura aumenta a vida útil do bambu em até 25 anos, reduz rachaduras e fendas de dilatação e compressão e pode ser feito na própria touceira, por imersão e por aquecimento. Após a secagem, seu peso diminui, melhorando as propriedades físicas e mecânicas por atingir a umidade de 15%, essa secagem pode ser feita ao ar, em estufa ou ao fogo. O tratamento com preservativos impede o ataque de fungos, insetos, aumenta a durabilidade e eficiência e protege da umidade, para o tratamento existem os métodos por imersão, Boucheire, por transpiração das folhas e aplicação externa.
Este tratamento utiliza produtos químicos e para BARROS, B. R.; SOUZA, F. A. M., 2004, há uma carência de técnicas de tratamento não poluentes através da utilização de defensivos alternativos, fato esse que surge como um grande impasse para vincular, definitivamente, a aplicação do bambu na construção civil.
As substâncias químicas, normalmente, são prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, por se tratar de um material “ecologicamente correto”, deve-se evitar o uso de tratamentos químicos, uma vez que os mesmos atingem um dos principais fatores que tornam viável a utilização dessa planta, ou seja, o uso de um recurso natural, renovável e não poluente (BARROS, B. R.; SOUZA, F. A. M., 2004).
Porém, em 1979, os pesquisadores conduziam testes de colunas feitas de bambu, comparando-as com as estruturas de aço utilizadas em viadutos. 30 anos depois, os cientistas descobriram que o aço estava seriamente deteriorado pela corrosão e compararam essa situação com uma coluna de cimento reforçada com bambu tratado, que estava em condições satisfatórias 15 anos depois (GHAVAMI, K. 2004).
Na Índia, Indonésia e China, e em países sul-americanos, como Colômbia, Peru e Equador, o emprego do bambu em substituição ao aço, junto a estruturas de concreto armado, já é realidade. Há mais de um século, a engenharia civil destas nações incorpora a planta à construção de casas populares e prédios habitacionais com até quatro pavimentos. Os bons resultados estimulam o Brasil a começar a testar essa tecnologia (SANTOS, A. 2015).
O bambu desponta como um material rico em potencialidades, que aliadas ao processo construtivo ideal tendem a impulsionar sua introdução no setor da construção civil, sobretudo, devido à conotação ambiental que é intrínseca a essa planta (BARROS, B. R.; SOUZA, F. A. M., 2004).
3.2. Concreto Ecológico
O concreto é o material construtivo mais consumido no mundo, abrangendo desde as edificações mais simples até estruturas de grande complexidade e dimensões. Esse fato se deve, dentre outros aspectos, à sua moldabilidade quando no estado fresco e a sua alta resistência quando no estado endurecido. Além disso, apresenta baixo custo e, ao contrário do aço e da madeira, apresenta uma menor deterioração quando exposto à água (MEHTA, 2008).
Este material é composto de cimento, água, agregado graúdo (brita) e agregado miúdo (areia). Muito requisitado na construção civil, acaba causando emissão de gases poluentes na atmosfera, como o dióxido de carbono, contribuindo para o efeito estufa e seus agregados são geralmente extraídos da natureza. No concreto ecológico podem ser utilizados agregados de origem reciclada, como os de procedência do próprio concreto, através de sobras de construções, de demolições ou de reformas.
A primeira aplicação significativa de entulho reciclado foi registrada após o fim da Segunda Guerra Mundial, na reconstrução das cidades européias, que tiveram seus edifícios totalmente demolidos. O escombro ou entulho resultante foi britado para produção de agregados, visando atender a demanda da época (WEDLER; HUMMEL, 1946).
Entre os vários tipos de resíduos da indústria da construção civil, os resíduos de concreto possuem um dos maiores potenciais de reutilização, devido principalmente ao conhecimento de suas características básicas e seu menor grau de contaminação por outros materiais (vidro, borracha, etc.) quando comparado com outros resíduos. Os principais agentes geradores, de resíduos de concreto, são as fábricas de pré-moldados, as demolições de construções e de pavimentos rodoviários de concreto, e as usinas de concreto pré-misturado. (GONÇALVES, R. D. C., 2000).
Nas pesquisas de LEVY, S. 2006, quando se substituiu o agregado natural por 20% de agregado reciclado de concreto ou de alvenaria, o solido resultante apresentou o mesmo desempenho e, por vezes, até melhor comportamento que o concreto de referência, para as propriedade estudadas em sua pesquisa. LEVY, S. 2006 entende que qualquer iniciativa que tenha por finalidade a utilização de concretos com agregados reciclados e justificada, uma vez que pode contribuir para a preservação do meio ambiente, além de apresentar o mesmo desempenho final do concreto de referência, com um custo equivalente ou inferior.
Assim, reciclagem de entulho, é uma boa alternativa para diminuirmos a quantidade de resíduos liberados impropriamente no meio ambiente, amenizando os impactos ambientais e diminuindo a necessidade de extração de matéria-prima. No entanto, há grande necessidade de propagação de informações relacionadas à reciclagem no entulho, pois é possível observarmos certa resistência dos usuários finais e da sociedade quanto à utilização deste material nas construções.
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