Doença de Cronh
Por: Juliana2017 • 4/3/2018 • 1.958 Palavras (8 Páginas) • 409 Visualizações
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Quando o paciente consegue uma ingestão calórica adequada por via oral , esta se torna a via de eleição, de preferência líquida e evoluindo conforme tolerância, ao contrário disso a nutrição enteral e parenteral são indicadas para a reabilitação do paciente (FLORA;DICHI, 2006).
Segundo Dan, a necessidade calórica varia de 30 a 35 Kcal/kg/dia devido ao hipermetabolismo. E de 1,0 a 1,5g de proteína (até 2g para desnutridos)/ kg peso ideal/dia. Dieta hipolipídica para não piorar o quadro de diarréia, de 20 a 25% do total de calorias, adicionando triglicerídeos de cadeia média.
Isenção de lactose pois os níveis de lactase ficam baixos devido à diarréia, evitar soluções hiperosmolares, diminuída de fibras insolúveis, maior quantidade de solúveis e antifermentativa. Estimulação da ação do sistema imune através da reposição de zinco e vitamina C e administração de demais vitaminas e minerais para melhor cicatrização. Adição de ômega-3 para modular resposta inflamatória exarcebada, glutamina para replicação mais rápida das células intestinais da barreira mucosa de 20 a 30g/dia. Arginina para melhor resposta imune e ácido graxo de cadeia curta (CAMPOS etal; 2002).
A nutrição enteral fornece nutrientes para a recuperação e manutenção do estado nutricional, melhora de defesa imunológica e preservação da mucosa intestinal prevenindo a translocação bacteriana .A dieta elementar considerada isenta de antígenos alimentares são as mais empregadas nesse processo, embora a presença do alimento no TGI estimula a manutenção da integridade morfológica e funcional do epitélio intestinal (FLORA;DICHI, 2006).
Na fase de agudização da doença é recomendado a via parenteral para manter repouso intestinal e correção de deficiências nutricionais primárias e para pacientes intolerantes à nutrição enteral. (CAMPOS et al., 2002).
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS EM DIFERENTES FASES DA DOENÇA
Uma parte fundamental da terapêutica da doença de Crohn é a dieta. Em fase de remissão a dieta deve ser igual à da população saudável, sem excepções. Em fase activa, há no entanto a necessidade de suplementar minerais, vitaminas e outros elementos devido à absorpção desses nutrientes poder estar prejudicada (OLIVEIRA,2012)
Fase aguda: Isenta de lactose nos intolerantes. Controle de mono e dissacarídeos para evitar soluções hiperosmolares que aumentam a diarréia, rica em fibras solúveis que formam ácidos gordos de cadeia curta, pela ação das bactérias intestinais, importante fonte de energia das células intestinais; pobre em fibras insolúveis para ajudar no controlo da diarréia (FERNANDES etal;2014).
Fase de remissão: Aumentar progressivamente o teor de fibras insolúveis antifermentativas. Evitar alimentos formadores de gases ( bróculos, couve-flor, repolho, nabo, cebola crua, pimentão verde, rabanete, pepino, batata doce, feijão, ervilha seca, grão-de-bico, lentilha, frutos do mar, melão, abacate, melancia, ovo cozido ou frito inteiro mas não num bolo ou torta, nozes, castanhas, amendoins, castanha de caju, bebidas gaseificadas, açúcar em excesso, compotas. A formação de gases mantém relação estreita com a flora bacteriana intestinal (SELLA etal; 2013).
Bebidas fermentadas ( vinho, cerveja, champanhe ), refrigerantes, sumos artificiais e água gaseificada não devem ser ingeridas, bem como líquidos e alimentos gelados. Deve ser bebido água sem gás, sumo de lima ou laranja, sumo de cenoura com couve coada, sumo de goiaba, maracujá, maçã ou frutos que não irritam a mucosa intestinal. Chá é também uma bebida que pode ser ingerida (LEITE etal;2014).
Na doença de Crohn, o ácido fólico é especialmente indicado, pois interfere rapidamente na renovação do tecido epitelial intestinal e mucosa em geral. A vitamina E, vitamina C e o zinco são extremamente necessários, pois melhoram o sistema imunológico, participam na síntese dos tecidos e contribuem para a integridade tecidular. A combinação de vitamina C e zinco auxilia o organismo a utilizar todo o seu potencial de defesa. A vitamina C, quando ingerida juntamente com a vitamina E, proporciona uma melhor disponibilidade daquela vitamina no organismo (CAMPOS et al.; 2002).
A melhor absorção do ácido fólico verifica-se quando este é administrado após 2 horas da ingestão do zinco. A dieta rica em potássio, necessário nos casos de perda pela diarréia, pode provocar uma diminuição da absorpção da vitamina B12 (ALZOGHAIBI et al, 2003).
O alho é um alimento anti-inflamatório que pode ser usado na doença de Crohn. Os ácidos gordos ômega 3 agem na recuperação anatômica da mucosa e aumento da imunidade. Os ômega 3 têm efeito anti-inflamatório por alterarem a produção de ácidos gordos biologicamente ativos. A disponibilidade dos ômega 3 aumenta com suplementação da vitamina E (LEITE etal;2014).
NUTRIENTES IMUNOMODULADORES
Nutrientes imunomoduladores são aqueles que têm ação de modular o sistema imunológico, melhorando assim o nosso mecanismo de defesa, tem papel importante no tratamento da DC e atuam modulando a resposta imunoinflamatória, mantendo a integridade da mucosa intestinal, melhorando o percurso clinico e consequentemente o estado nutricional.
Os pré e probióticos atuam como coadjuvantes na terapia de manutenção. Os probióticos produzem efeitos benéficos na imunidade intestinal, produzindo ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), amenizando a intolerância à lactose, controlam a diarreia aguda, melhoram a atividade clínica da doença e previnem as recidivas.Evidências sugerem que o ácido butírico inibe a resposta inflamatória através da inibição da ativação do fator de transcrição NFkB nas células imunológicas (OLIVEIRA,2013).
De acordo com a literatura, os pré e probióticos colaboram no tratamento da DII agindo principalmente como coadjuvantes na terapia de manutenção. Os probióticos apresentam um efeito benéfico na imunidade intestinal, produzem AGCC, amenizam a intolerância à lactose, controlam a diarréia aguda, melhoram a atividade clínica da doença (OLIVEIRA,2013).
Os ácidos graxos Poliinsaturados Omega-3( AG n-3) são substâncias antiinflamatórias que possuem efeitos benéficos para a saúde, existem evidências através da utilização da cápsula especial de AG n-3 proveniente do óleo de peixe, desenvolvida para atuar principalmente ao nível do íleo que promove melhora significativa na remissão da doença .Podem diminuir a recorrência pós-cirúrgica, recomenda-se o uso por via oral, por inibir a síntese de
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