O Psicodiagnóstico
Por: Kleber.Oliveira • 17/11/2018 • 1.838 Palavras (8 Páginas) • 278 Visualizações
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Pôde-se observar através da aplicação do PCL-R que J. apresentou pontuação elevada em ambos os fatores, e também por meio da entrevista e análise dos relatórios de outras instituições.
Durante as entrevistas subsequentes foi utilizada a técnica de desenho, que é considerado uma forma de comunicação que já é presente na infância e, transcorre as diferentes fases do desenvolvimento humano, por meio desse recurso expressivo. O domínio técnico não é importante nesta forma de expressão, mas sim o simbolismo presente. O que importa é o conteúdo expresso, além de quando está desenhando ele se colocará, também, através dos gestos e posturas. A intensidade da linha, o movimento, as texturas, a dimensão das formas utilizadas, em relação ao tamanho do papel, são dados importantíssimos para analisar o processo do sujeito, pois tais dados trazem conteúdos da personalidade e da psicodinâmica (FIORINDO, 2014).
O desenho é um recurso terapêutico poderoso, que traz um universo de símbolos a serem interpretados, pois transfere-se a energia psíquica do inconsciente para o ato criativo, por meio dos símbolos, que são assimilados pela consciência (FIORINDO, 2014).
Conforme o desenho realizado pelo indivíduo, foi possível perceber que ele possui alterações de pensamento, da percepção sensorial e do senso de realidade, pode-se perceber também delírios baseados em um julgamento incorreto sobre a realidade exterior, que pode fazer com que ele acredite que está sendo perseguido ou que possui poderes especiais. Segundo o desenho e também o relato, fica evidente que o indivíduo possui episódios alucinatórios, que podem ser auditivos, visuais, táteis, entre outros, como também a combinação de todos eles. Com isso, é possível afirmar que a hipótese diagnóstica levantada com o resultado dos testes confirma-se com a análise dos desenhos.
- HIPÓTESE DIAGNÓSTICA
Sugere-se hipótese diagnóstica de que no presente momento o indivíduo possui transtorno de personalidade antissocial e esquizofrenia.
O transtorno de personalidade antissocial é representado por características do indivíduo que apresenta comportamentos desviantes, quanto aspectos afetivos e relacionais. É um problema duradouro que se inicia na infância podendo chegar à idade adulta. Como é um transtorno relativamente novo não se pode afirmar cientificamente que durará a vida toda. Por enquanto tem se verificado que quanto mais precoce o início, maior a gravidade e tendência a durar ao longo da vida. Os sintomas mais leves como mentiras, falta às aulas podem preceder comportamentos mais graves como agressões físicas ou abuso de drogas. O encontro com outras pessoas com o mesmo perfil pode ocasionar na formação de gangues, o que significa um primeiro passo na direção de atividades ilegais em grupo. Nesse caso as companhias podem precipitar as atividades delinquentes. Alguns eventos da vida favorecem a permanência do comportamento desviante, outros o atenuam (ARAÚJO, 2011).
A esquizofrenia é uma doença da personalidade que influência a zona central do eu e transforma toda a estrutura de vida do sujeito. Afeta cerca de 1% da população, causando sofrimento para o doente e sua família. Carreira (2009) sinaliza que o paciente pode passar por vários períodos de crises e remissões, causando em geral deterioração do funcionamento do doente e sua família.
Em nossa sociedade, o esquizofrênico é visto como "louco", um sujeito que provoca grande estranheza social devido ao seu desprezo com a realidade reconhecida. Possui comportamentos de quem rompeu as regras da sociedade, desdenhando a razão e perdendo a liberdade de desprender-se de suas fantasias. (BALLONE, 2008)
As causas da esquizofrenia não foram descobertas até hoje. Fatores genéticos, fatores ambientais, alterações cerebrais e bioquímicas podem influenciar de modo variável ao aparecimento e evolução da doença. (ALVES E SILVA, 2001)
Sintomas
Segundo Apa (2002), os sintomas pertencentes da Esquizofrenia podem estar em duas categorias principais: sintomas positivos, que demonstram um excesso ou distorção das funções normais, e sintomas negativos, que retratam uma diminuição ou perda destas mesmas funções. Os sintomas positivos incluem delírios, alucinações, desorganização discursiva e desorganização ou catatonia comportamental. Os sintomas negativos envolvem restrições da variedade e intensidade de expressões emocionais, fluência e lógica do pensamento, discurso e da “força de vontade”.
Tratamento Farmacológico
O tratamento farmacológico equivale fundamentalmente, na utilização de medicamentos antipsicóticos, os quais melhoram os sintomas e ajudam o paciente a conviver normalmente em sociedade, melhorando sua qualidade de vida. Agindo de modo que leve a diminuir ou eliminar os sintomas positivos da esquizofrenia, agindo de modo que os deixem menos impulsivos e agressivos. Aliviam também sintomas como delírios, alucinações e desorganização do pensamento. No entanto, não afetam os sintomas negativos, e até podem vir a produzirem sintomas semelhantes a eles, tais como indiferença, perda de iniciativa e reduzida expressão emocional (ALVES & SILVA, 2001).
Tratamento Psicoterápico
Conforme salienta Caetano, Pessoa & Bechelli (1993), do mesmo modo que o tratamento farmacológico pode contribuir para a psicoterapia, a mesma também contribui no tratamento da esquizofrenia. Mesmo com uso de medicamentos, causando alivio aos sintomas psicóticos, o paciente esquizofrênico tem imensa dificuldade em estabelecer contatos sociais e sua formação profissional se encontra também prejudicada. A psicoterapia pode desenvolver melhora no desempenho psicossocial, sendo um apoio ao paciente em seus relacionamentos pessoais, profissionais e principalmente familiares. Este tratamento pode ser realizado de diversas formas: terapia de suporte individual, terapia de grupo, terapia educativa, terapia familiar, treinamento social e treinamento vocacional. Todas tendo como finalidade, a capacitação de habilidades para simplificar a vida em sociedade dos pacientes diagnosticados como esquizofrênicos.
O terapeuta terá de "ser uma ponte entre o paciente e a realidade, uma imagem real, não-virtual e o representante de uma realidade melhor". (CAETANO, PESSOA & BECHELLI, 1993, p. 250).
- DEVOLUTIVAS
Conforme avaliação solicitada pelo CAPS-AD, sugere-se que o indivíduo
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