A Deficiência Neuromotora
Por: eduardamaia17 • 7/10/2018 • 2.763 Palavras (12 Páginas) • 409 Visualizações
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Comunicação alternativa/acessibilidade
O nível de comunicação das pessoas com deficiência neuromotora varia de acordo com o grau da doença, o tipo e a etiologia. A comunicação pode ser bem próxima da normalidade, apresentando apenas leves distúrbios articulatórios, até a impossibilidade de emitir um som compreensível, por conta da dificuldade motora na produção da linguagem. No último caso, os indivíduos com deficiência são, muitas vezes, excluídos do convívio social, sofrem preconceitos e descréditos em relação às suas capacidades por não conseguirem se comunicar com as pessoas, o que prejudica sua vida emocional, profissional e social.
Como maior parte desses indivíduos tem a compreensão preservada, visto que o transtorno no desenvolvimento da fala existe em decorrência das alterações dos aspectos motores expressivos da linguagem, e não intelectuais, foi criado para os portadores de paralisia cerebral que têm a capacidade de expressão oral e escrita limitada, um sistema de Comunicação Aumentativo e Alternativo (CAA), que refere-se a qualquer tipo de comunicação que suplemente ou substitua os modos habituais de fala e escrita. Esses outros tipos de comunicação podem ser pelo uso de gestos, língua de sinais, expressões faciais, uso de pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador com voz sintetizada, dentre outros.
A linguagem alternativa é indicada para pessoas com grande defasagem na comunicação, como paralisia cerebral, deficiências mentais e autistas, a fim de proporcionar ao indivíduo independência e competência em situações comunicativas, tendo a oportunidade de integração com o outro. Este é um recurso desenvolvido também com o propósito de aumentar a acessibilidade e a qualidade de vida das pessoas, visto que possibilita uma inclusão social e oferece a oportunidade de elas expressarem seus pensamentos e sentimentos e, com isso, combater preconceitos através da interação e exposição de suas ideias.
As estratégias e técnicas utilizadas variam de acordo com a deficiência e a necessidade de cada um.
Vários são os sistemas de CAA disponíveis no mercado e os educadores podem optar por recursos de baixa ou de alta tecnologia. Os recursos de baixa tecnologia são mais acessíveis e possibilitam a comunicação quando inexiste a linguagem oral, podendo ser representado através de gestos manuais, expressões faciais, código Morse e signos gráficos como a escrita, desenhos, gravuras, fotografias. Podem ser também utilizados o Sistema de Símbolos Bliss, Pictogram Ideogram Communication System – PIC, Picture Communication Symbols – PCS. Os símbolos utilizados nesses sistemas podem ser trabalhados em pranchas, painéis, carteiras ou outra forma acessível a quem utilize.
Os recursos de alta tecnologia oferecem sistemas de comunicação mais sofisticados, com um apoio técnico projetado para a comunicação baseado na tecnologia de computação, variando desde pequenas unidades de mensagens até o uso de software em computador para sintetização de voz. São eles: Bliss-Comp, PIC-Comp, PCS-Comp ImagoAnaVox, Comunique, dentre outros.
Os símbolos, no geral, são as formas de representação de objetos, pessoas, ações, relações e conceitos e são utilizados para expor o pensamento. Podem ser acústicos, gráficos, gestuais, expressões faciais, movimentos corporais e táteis. A classificação dos símbolos que serão utilizados para cada indivíduo pode ser diferenciada entre comunicação assistiva ou não assistiva. Para a comunicação não assistiva, não são necessários símbolos na reprodução do pensamento, apenas o corpo do indivíduo. Já na comunicação assistiva, o indivíduo necessita de materiais como objetos, palavras escritas, fotografias e outros recursos materiais para se comunicar.
Os benefícios do CAA, além da função comunicativa, auxiliam o desenvolvimento de habilidades afetivas, pois esse sistema, por promover maior acessibilidade dos indivíduos às atividades sociais e educativas, que anteriormente ficavam excluídos, contribui para melhorar a autoestima e qualidade de vida destes, tornando-os mais participativos na sociedade e cada vez mais próprios de si, podendo expressar por conta própria seus sentimentos, vontades, opiniões, etc.
Principais desafios
Crianças com limitações neuromotoras podem apresentar déficit no domínio de estrutura / função do corpo. Em relação ao domínio de estrutura \ função do corpo, essas crianças apresentam com frequência certas limitações no funcionamento dos sistemas musculoesquelético e neuromotor, tais como variações de tônus muscular e persistência de reflexos primitivos, falta de controle motor seletivo, redução da força muscular e da velocidade do movimento, diminuição da amplitude do movimento ativo e, em alguns casos, presença de deformidades ósseas. Assim, quanto mais grave o quadro motor de uma criança, menor independência para desempenhar habilidades funcionais e maior dependência do auxílio dos cuidadores.
Todas essas alterações repercutem de diferentes formas, principalmente sob influência do contexto ambiental e familiar. Com relação aos fatores contextuais, as características do ambiente em que a criança está inserida podem atuar tanto como facilitadoras quanto como limitadoras de sua funcionalidade.
No contexto pessoal, a dependência em relação aos pais e cuidadores é um grande desafio, em especial para pais / cuidadores de crianças com severas limitações neuromotoras. Logo, além de conformar-se com o diagnóstico do filho, o cuidador precisa ajustar seu estilo de vida para dedicar-se aos cuidados, tratamentos e serviços que a criança necessita.
O segundo tópico de maior discussão sobre as dificuldades da vida de um sujeito com deficiência é a educação inclusiva. A possibilidade da inclusão escolar de crianças com deficiência ainda traz incertezas sobre a forma como ela acontecerá. Muitas escolas se mostraram receptivas à chegada dessas crianças, mas os pais e até mesmo os educadores ainda percebem que há o despreparo ou a falta de formação para recebê-las, gerando inseguranças.
Os cuidadores que carregam tal insegurança calcada na incerteza de uma aceitação social e escolar, estabelecem relações de superproteção com a criança, limitando ainda mais seu desenvolvimento e reforçando a dependência emocional e a insegurança frente ao mundo.
Segundo o Ministério Público Federal (BRASIL, 2004), existem escolas que não acreditam nos benefícios que esses
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