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A Adolescência e a Toxicodependência

Por:   •  7/1/2018  •  3.073 Palavras (13 Páginas)  •  376 Visualizações

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Michel Foucault (2008), identifica a revolução francesa como um momento em que a nação se encontrara esperançosa. Os hospitais não mais abrigariam apenas os “loucos” pobres, mas ofereceriam tratamento aos doentes, todos eles, independentemente de classe social. Os médicos, fortalecidos devido aos seus estudos e a suas pesquisas sobre epidemias, endemias e constituição, ricos no saber e dotados do poder, seriam como os clérigos. Um, responsável pela alma, e o outro, pelo corpo. O novo Estado, libertador do povo, ofereceria à população a assistência devida e merecida. Era o sonho revolucionário. Um esquema repleto de promessas políticas a ponto de se chegar ao paradoxo, o qual Foucault mencionou, da sociedade curada pelos médicos e que, portanto, não necessitaria mais de seus serviços.

Política e poder sempre caminharam unidos. Isto é um título? Se for um titulo tem de estar a negrito

Foucault (2008), ao escrever sobre a nova medicina do séc. XIX, menciona a bipolaridade médica do normal e do patológico. Antes, o médico concentrava-se na saúde do paciente, no sentir-se bem. Porém, depois da revolução, o médico especialista deveria tratar dos pacientes com os conceitos de normalidade e patologia. Assim, o médico adquiriu status de magistrado, vigilante da moral e da saúde pública. O hospital tornara-se um local para os doentes sem família e para os enfermos contagiosos ou portadores de patologias complexas ou desconhecidas. Assim, o hospital adquiriu características de uma indispensável medida de contenção.

Foucault identifica a clínica nascida em meio à política e ao poder, subproduto da ciência, o saber. Critica o poder, a política e as regras ou paradigmas do saber. (Foucault,2008)

Psicologia Clínica e da Saúde

A psicologia clínica apareceu nos EUA depois da segunda guerra mundial na sua modalidade, embora este termo já existisse noutras áreas. Se no séc. XIII a clínica era apenas uma relação de causa efeito entre os sintomas e a doença, posteriormente surge a necessidade de relacionar esta causa efeito e adicionar à mesma a relação, o olhar, e o saber pelo qual o paciente se consegue expressar (Pedinielli, 1999). Assim, segundo Foucault (1972, p.200), e devido à necessidade de existência de uma nova linguagem para perceber o domínio do Outro, “deve existir uma correlação perpétua e objectivamente fundada do visível e do enunciável”. Deste modo, o método clinico tornou-se uma revolução na forma de abordagem do individuo que se encontra doente, assim como, na sua forma de tratamento e abordagem.

Existem três autores que são importantes para a origem, sendo os fundadores da Psicologia Clinica. Lightner Witmer fundou nos EUA a primeira clinica de psicologia com o objetivo de tratar crianças portadoras de deficiências mentais. Este autor, apresenta à APA (American Psicology Association) uma nova modalidade de abordagem e um novo método – o método clínico. No entanto, apenas em 1919 a APA abriu permitiu aos psicólogos clínicos o estudo de casos individuais apoiados numa avaliação e posterior diagnóstico para a realização de terapias individuais e de grupo (Pedinielli, 1999).

Pierre Janet aproximou o conceito de Psicologia Clinica da psicologia médica, quando 1887, no seu livro Neuroses e ideias fixas, no volume II, menciona que esta (a psicologia clínica) se deve destinar aos médicos que detenham com a ocupação de doenças mentais (Pedinielli, 1999).

Já Sigmund Freud, numa carta dirigida a Fliess em 1899, utiliza o termo psicologia clínica para expressar “as suas preocupações, os seus métodos e os seus procedimentos… aplicados num modelo específico quanto à referência que faz dos seus casos individuais” (Pedinielli, 1999, p.12).

Assim, e após a 2ª Guerra Mundial, a Psicologia Clínica faz uma grande viragem quando a APA reconhece a necessidade de criar programas de formação e de investigação em psicologia clínica. E em 1949 Boulder, numa conferência propõem que este siga um modelo científico e que valide a sua abordagem e os instrumentos utilizados, com o objetivo de enriquecer os seus conhecimentos e a sua abordagem perante o individuo. Surge, então, a Psicologia Clínica como ciência.

Na Europa, a Psicologia Clínica criou alguma resistência na sua aceitação devido ao facto de ter inserido o termo clínico que estaria diretamente associado à medicina e deste modo, verificou-se uma junção da especialidade da Psiquiatria à Medicina Somática para que se pudesse desenvolver a Psicologia Clinica. E foi neste contexto que se formaram os primeiros psicólogos clínicos na frança indicando-se com a obra de Daniel Lagache. Este autor faz uma distinção clara dentro da Psicologia, separando a psicologia clínica da psicanalise e da psicopatologia, sendo esta primeira uma disciplina autónoma tanto na abordagem prática e teórica. Para Lagache “a psicologia clínica é, de facto, aconselhar, curar ou educar” (Pedinielli, 1999).

Conceito de Adolescência

Segundo Papalia (2013) na sua obra Desenvolvimento Humano, os adolescentes que estão passando por rápidas transformações físicas reconfortam-se estando com outros que estão passando por mudanças semelhantes. Adolescentes que desafiam os padrões adultos e a autoridade dos pais renovam sua confiança buscando aconselhamento com amigos que estão na mesma posição que eles. O grupo de pares é uma fonte de afeição, solidariedade, compreensão e de orientação moral; um lugar de experimentação e um ambiente para alcançar autonomia e independência dos pais. É um lugar para formar relacionamentos íntimos que servem de “ensaio” para a intimidade adulta.

Nas amizades, os adolescentes, como as crianças mais jovens, tendem a escolher amigos que sejam como eles, e os amigos podem influenciar-se mutuamente para se tornarem ainda mais parecidos. Os amigos geralmente são da mesma raça e desfrutam status semelhante no grupo de pares. A maior intimidade da amizade reflete o desenvolvimento cognitivo. Os adolescentes de hoje são mais capazes de expressar seus pensamentos e sentimentos privados. A partilha de confidência e o apoio emocional parecem ser mais vistas às amizades femininas do que às amizades masculinas durante a adolescência e por toda a vida. Quem diz isto?

A adolescência é um tempo de maturação física, emocional e psicossocial culminando na construção da identidade e da autonomia. Caracteriza-se pelo contacto com sensações e experiências até então desconhecidas, personalizadas nas condutas de experimentação. Destas, o consumo

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