A Hemiplegia Laringiana
Por: Juliana2017 • 19/9/2018 • 2.223 Palavras (9 Páginas) • 484 Visualizações
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Mais recentemente outra forma de se realizar a macroscopia da laringe eqüina é a ultossonografia, sendo possível observar de uma forma objetivaas estruturas da laringe do que por apalpação. O ultrassom é utilizado também para mostrar a ocorrência de espassamentos ou irregularidades do corpo da aritenoide, se houver suspeita de um outro problema que a condropatia. (Steiner et. al. 2013).
Durante a macroscopia realizada por endoscopia com eqüino em repouso é possível avaliar o grau de comprometimento motor da cartilagem aritenoide, onde se aplicam golpes de intensidade média com a mão fechada na região gradril costal direita e esquerda, estimulando uma reação motora da laringe permitindo ver e avaliar movimentos de abdução e adução. (Thomassian, 2005; Radostits, 2002).
FISIOPATOLOGIA
A estrutura responsável e acometida pela Hemiplegia Laringeana em equinos é a laringe. Orgão pelo qual é tubular e curto, que liga a faringe á traqueia, fazendo parte do aparelho digestório e aparelho respiratório (ASHDOWN, 2011).
A laringe é revestida internamente por um epitélio mucoso, assim como todos os órgãos. É constituída por uma válvula com três pricipais funções: impedir a aspiração de alimentos sólidos e líquidos para o interior da traqueia e pulmões, regular o volume de ar que vai para os pulmões e destes para o exterior e órgo sede da vocalização (FULTON, 2012).
Este possui três cartilagens impares (cricóide, tireóide e epiglótica) e três cartilagens pares (aritenóide, carniculada e cuneiforme), as quais são movimentadas pelos músculos intrínsecos da laringe (cricoaritenoideo, músculos cricoaritenoideo dorsal e lateral, aritenóideo transverso, tireoaritenoideo, tireoaritenoideo acessório e tensor do ventrículo lateral) (ASDOWN, 2011).
Hipoteses vem sendo desenvolvidas na tentativa de descrever a etiologia, as manifestações clinicas e patológicas da HL, porem poucas hipóteses são esclarecidas com eficiencia. Causas físicas e ambientas foram propostas e fatores como idade, raça, sexo, local, conformação, manejo, clima e geografia foram sugeridos para o desenvolvimento individual da doença. (OHNESORGE, 2001).
Alguns fatores citados também estão incluídos causas mecânicas, bactérias, agentes virais, plantas toxicas desconhecidas e deficiência de vitaminas. Porém, a causa genética há tempos vem sendo estudada (OHNESORGE, 2001).
A hemiplegia laringeana pode ocorrer também secundariamente á injeção perivascular, intoxicação por chumbo, absedaçaoparalaringea e compressão ou estiramento do nervo laríngeo recorrente, em sua passagem pelo arco aórtico (AINSWORTH, 2000; ALLEN, 2010). A falta de vitamina E e Selênio, pode predispor a HL em potros (HOLCOMBEet al., 2006).
Esses fatores podem levar a paralisias uni ou bilaterais do musculo cricoaritenoideo dorsal, apresentando disfunção associada a cartilagem aritenoide, visto que a paralisia do lado esquerdo é mais facilmente encontrada. A atrofia neurogênica da musculatura instrinsecalaringeana é resultante na perda progressiva na capacidade da aritenoide em realizar as funções de adução e abdução. Devido ao processodegenerativo axônal ser progressivo em vez de ocorrer imediata perda da função muscular, é observado variáveis graus de movimentos anormais da(s) cartilagen(s) aritenoides, no exame endoscópico. Logo, esta disfunção causa diminuição no transito de ar pela laringe, causando um ruído inspiratório característico enquanto o equino se movimenta, levando também intolerância ao exercício e diminuição do desempenho. (OHNESORGE, 2001).
PATOGENIA.
De acordo com a literatura a Hemiplegia Laringeana é caracterizada pela degeneração primária do nervo laríngeo, sendo o esquerdo o mais afetado, embora há casos onde o lado direito é afetado ou ainda casos em que ambos os lados foram afetados, resultando em uma atrofia neurogênica dos músculos em aproximadamente 95% dos casos, causando alterações na movimentação da cartilagem aritenóide, o que dificulta a passagem de ar e cria um ruído inspiratório característico , quanto o animal se movimenta (THOMASSIAN, 2005; d’UTRA-VAZ et al., 1998).
A doença acomete animais de todas as raças e ambos os sexos, porém , segundo a literatura, há uma maior incidência em machos da raça Puro Sangue Inglês (RADOSTITS,O.Met al., 2010). A doença se apresenta em animais jovens, com poucos meses a cerca de 10 anos de idade, durante treinamento, ou prática excessiva do esporte.
A Hemiplegia Laringeana pode se apresentar de três maneiras: a hemiparesia sub- clinica, hemiparesia com sinais clínicos e hemiplegia propriamente. Um estudo realizado, mostrou que 77% dos animais examinados não possuíam histórico de dispneia ou ruído inspiratório característico, porém apresentavam atrofia muscular de origem neurogênica, no nervo laríngeo recorrente. Há aproximadamente uma prevalência de 3 a 9 % na forma clínica de Hemiplegia Laringeana (THOMASSIAN, 2005). Em animais saudáveis, durante exercícios, a cartilagem aritenóide se abduz e se mantém completamente livre, para uma maior passagem de ar.
As causas que levam à degeneração do nervo recorrente são desconhecidas, porém são sugeridas algumas teorias como, o fator genético (hereditariedade), ou fatores adquiridos como, traumatismos por injeção de substâncias irritantes, inflamação e abscessos da bolsa gutural, trauma do pulso da carótida, neuropatias isquêmicas, intoxicações e infecções virais e bacterianas do trato respiratório e intoxicações por organofosforados (carrapaticidas) (THOMASSIAN, 2005; d’UTRA-VAZ et al., 1998).
A teoria que apresenta a hereditariedade foi proposta pela primeira vez em 1577. Há evidências que apontam a distribuição familiar da doença onde, cerca de 61% dos filhos de garanhões afetados, podem vir a desenvolver mais facilmente, se comparados com filhos de garanhões não afetados, cerca de 40% (RADOSTITS,O.M et al., 2010), o que fortalece a teoria sobre a causa genética. Foram apresentadas hipóteses de que genes defeituosos possuem uma enzima, que causaria disfunções metabólicas no nervo e uma síntese deficiente de compostos antioxidantes, provenientes de uma reduzida proteção das membranas celulares. Os métodos de investigação de doenças hereditárias envolvem fenotipagem, sendo a histopatologia a melhor forma para realizar o diagnóstico, onde são observados os músculos abdutores e adutores da região laríngea, para verificação da atrofia neurogênica. A genotipagem da Hemiplegia Laringeana, em cavalos, permite a identificação
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